Capitulo 11
NOSSOS CORPOS rasgaram o ar na mais alta velocidade, nos fazendo despencar de costas pra dentro do grande desfiladeiro. A visão de Líria estava ficando cada vez mais distante à medida em que caíamos para o fundo do vale. Meus órgãos naquele momento pareciam desprender-se de mim, enquanto o fôlego restringia-se ligeiramente a um uníssono berro de adrenalina.
Abracei Triston envolvendo-o em meus braços, para que assim ele não se desprendesse: sabia que como "amigo", eu deveria protegê-lo, afinal ele não merecia partir assim, imaginava que morrer dessa forma, fosse algo o qual só eu merecesse.
- ÓRION! Eu não vou te perder... Não dessa vez!
Confessou a loba arremessando-se do penhasco rumo a nossa direção: demonstrando estar mais tomada pelos sentimentos do que pela lógica.
- Líria, NÃO! - Implorei com medo de que fosse o fim.
Caindo pelo ar, visualizei uma série de ilhas flutuantes compostas tanto de quartzo, quanto de esmeraldas, formulando um cenário completamente colorido à medida em que nos aprofundávamos pelo precipício da morte. Percebia também, que quanto mais ao fundo, mais iluminado as coisas ficavam, tomadas nitidamente por uma iluminação púrpura-espectral.
Líria mergulhou pelo ar, assim como um peixe mergulha num lago, demonstrando habilidades bem peculiares para uma loba. Até que de repente, uma inédita aura dourada incendiou seu corpo, iluminando o ouro de seus olhos.
- FILHOOO! AARH! - Vociferou ela, fazendo surgir de suas costas imensas asas de pluma, idênticas às de uma anja.
Eu e Triston, já nos encontrávamos a apenas alguns segundos do fim, quando visualizamos uma imensa atmosfera roxa enfervecente sublinhar abaixo de nossos corpos.
- UORH! - Suspirou Líria, prendendo-nos ligeiramente em suas patas, detendo de uma enorme força pois-sê a bater incansavelmente as asas, fazendo o máximo de esforço para não nos deixar cair.
Incessante, o calor do líquido borbulhava fébril abaixo de nós, expelindo o sublinhar de altas doses de vapor enfervecente. Circunstância a qual, fez com que Líria, por um instante, penetrasse, tomando grande impulso, levantando-se em um voo hábil até a superfície.
- AGUENTEM FIRMES! - Já estamos quase lá! - Explicou ela debatendo ainda mais o seu par de asas em oposição ao vento.
Quando subimos, me acalmei, fazendo o meu coração retornar deliberadamente ao estado normal.
- Ufa... - Suspirei.
Aquela sensação, seguia minha mente e corpo a um sentimento de alívio que confortou meu ser. Ainda assim, era insano perceber como um pequeno deslize de nada podia acometer em uma drástica experiência de morte, ou pelo menos, quase morte.
Sobre essa lição pude compreender que as vezes: nós, somos os criadores de nossos próprios destinos, e nós é quem somos responsáveis pelos nossos caminhos, sejam estes quais forem. Sobretudo, é meramente incabível fazer com que os outros respondam por aquilo que acometemos: disto fiquei convicto que jamais faria novamente.
Ainda nas costas de Líria, eu já estava ficando transtornado de tanta curiosidade, minha mente vagueava portanto as mais diversas indagações. Afinal, eu queria saber mais sobre aquele líquido. Queria simplesmente entender o porquê que toda aquela substância me atraia para meu próprio colapso. Sabia, que algo bem estanho estava acontecendo, me fazendo perguntar: Por quê? Por que, justo comigo?
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ÓRION - DIMENSÃO em COLAPSO
Fantasi"Órion é dedicado a todos aqueles que creem nesse e em outros universos, assim como no destino mágico que permeia todos os seres já nascidos" Em 1441, um jovem adolescente de dezessete anos chamado Órion, foi destinado a se tornar um grande caçador...