Contos de Larry.

Betrayal. (Mpreg)

Louis Point Of View.

— Quer me encontrar no shopping? — Harry perguntou assim que atendi o celular.

— Estou de pijamas, com um monte de besteiras de um lado e The Witcher no play da minha Netflix. Jura que vou sair de casa? — Perguntei e ele riu do outro lado da linha.

— Vamos lá, amor. Quase não saímos mais juntos. — Harry resmungou manhoso.

— Claro, você tem seu trabalho e eu tenho de terminar minha faculdade enquanto procuro um trabalho. — Murmurei.

— Por favor. É fim de semana, eu não tenho nenhum trabalho e nem você prova. Vamos lá, babe. — Ele disse.

Eu suspirei e desliguei a TV.

— Chego aí em meia hora. — Murmurei, Harry comemorou e eu ri desligando o celular para ir me vestir.

Meia hora depois.

— Onde você tá? — Perguntei quando ele atendeu o celular.

— Em frente a floricultura. — Ele respondeu.

— Aqui tem uma floricultura? — Perguntei confuso.

— Terceiro andar, perto da loja de roupas de heróis que você tem até cartão de fidelidade. — Ele brincou.

Ele só não sabia que eu realmente tinha. Me ofereceram e isso me dava descontos, eu jamais poderia negar.

Peguei o elevador e fui até a tal floricultura, claro que quando passei pela loja de roupas de heróis, eu olhei para ver se tinha alguma novidade. E pelos deuses, como eu queria ter entrado lá e não ter visto o que eu vi.

Harry estava parado em frente a floricultura beijando uma garota que eu reconheci como sua ex, Eliza.

— Sério que me chamou aqui para te ver me traindo? — Perguntei cruzando os braços.

— Louis, não é o que está pensando, eu juro. — Ele disse se afastando dela.

— Não tô pensando nada, eu vi, ok? Você não tem uma explicação plausível para isso. — Eu disse já me virando e começando a caminhar para longe.

— Sim, eu tenho. Louis! — Ele gritou por mim, mas eu o ignorei.

O caminho para casa foi difícil, primeiro porque eu mal podia ver a estrada com as lágrimas borrando minha visão, e segundo porque eu sentia como se tivessem arrancado meu coração, o estraçalhado e então botado de volta em meu peito.

Harry era aquele que eu pensei que nunca iria me magoar, que nunca iria me deixar, e que nunca iria me trair. Mas ele fez, tudo isso, de uma vez só.

Quando cheguei em casa, na nossa casa, eu senti um certo enjôo, talvez devido as várias coisas que eu estava sentindo. Apenas fui no banheiro e vomitei tudo que eu havia comido antes.

Lavei apenas a boca sabendo que escovar os dentes podia me fazer vomitar de novo, e me sentei na janela do quarto olhando para o mar.

Nós compramos uma casa na praia, eu queria ficar perto do mar, que era algo que sempre amei. E escolhi morar com Harry, que era alguém que eu pensei que me amava.

Nada parecia fazer sentido. Aqui nós fizemos promessas, íamos nos amar para sempre, nunca íamos machucar um ao outro, íamos construir um futuro só nosso. Íamos, não vamos mais.

Ouço batidas na porta e imagino ser ele. Saio da janela e vou até a porta, pelo olho mágico vejo ser Niall, um amigo em comum que tenho com Harry.

— Veio defender ele? Porque se sim, espero que seja um ótimo advogado. Como eu sei que não é, boa sorte, você vai precisar. — Falei caminhando para a sala e sentando no sofá.

Niall sentou ao meu lado. — Não vim o defender, eu só vim explicar o que aconteceu. — Ele disse.

— O que aconteceu foi que ele me chamou lá para ver ele me traindo, simples assim. — Encolhi os ombros.

— Não foi isso que aconteceu, Louis. — Niall disse.

— Sério, eu não quero saber. — Falei.

— Não quer saber a verdade? — Niall perguntou e eu suspirei. — Olha, eu vou dizer o que aconteceu. Se você acreditar, ótimo. Senão, tudo bem. Eu vou embora e aviso Harry para nunca mais olhar na sua cara. — Niall disse.

— Tudo bem. — Murmurei.

— Harry tinha te chamado lá sim, mas não para você ver ele beijando outra. O que houve foi que Eliza chegou dizendo que sentia falta dele, que queria voltar. Então ela o beijou, e foi nesse momento que você chegou e viu. — Niall disse. — A explicação é até bem simples. — Encolheu os ombros.

— Nossa, eu não imaginei. Eu... — Suspirei parando a mim mesmo.

— Está tudo bem. Ninguém pensa direito quando vê o amor de sua vida beijando outra pessoa. — Niall sorriu. — Olha, ele tá lá na minha casa, então agora eu vou lá e vou dizer para ele vir aqui, ok? — Eu assenti. — Mas se mudar de ideia, me manda mensagem, e aí eu aviso ele. — Niall falou. — Fica bem. — Ele beijou minha testa e foi embora.

Deitei minha cabeça para trás pensando no quanto fui bobo em pensar que Harry podia me trair. É claro que eu deveria ter o escutado. Mas agora eu sei a verdade, e não vou mais fugir sem antes saber a versão dele.

Meus pensamentos tomam outro rumo quando sinto mais uma vez aquele enjôo, eu corro para o banheiro e vomito de novo. Quando termino novamente lavo a boca, desta vez passo uma água no rosto, e enquanto me olho no espelho eu penso que sei o porquê desse enjôo.

Harry e eu vínhamos tentando ter um bebê, então eu parei de tomar remédio e ele de usar camisinha. Também comprei alguns testes para fazer quando achasse que podia estar, então agora eu pego um e o faço.

Alguns minutos depois, eu tenho o resultado: positivo. Estou esperando um bebê de Harry.

Um sorriso enorme toma meu rosto, isso era tudo o que nós queríamos. Quero dizer, não sei se ele ainda quer. Talvez esteja magoado comigo por não ter o ouvido.

Escuto batidas na porta e caminho até ela, a abro já sabendo quem é.

— Oi, Harry. — Eu digo o olhando.

— Louis, eu preciso que me perdoe. Eu fui um imbecil de só ter parado para ouvir Eliza, eu não devia nem ter olhado mais na cara dela. Eu devia ter a empurrado, eu devia...

— Calma. — Eu digo o interrompendo. — Eu já sei o que houve, e tá tudo bem. — Digo.

— Mesmo? — Pergunta apreensivo.

— Bom, eu tenho outra coisa com o que me preocupar. — Digo mostrando o teste de gravidez.

— Isso é sério? — Ele pergunta surpreso.

Eu balanço a cabeça sorrindo. — Muito.

— Eu posso te abraçar? — Harry pergunta parecendo apreensivo.

— Achei que ia querer beijar o pai do seu filho também. — Murmuro.

— Bom, eu quero, eu não sei é se ele ainda me quer. — Harry encolheu os ombros.

— Eu nunca deixei de querer. — Eu digo e o beijo em seguida.

Quando nos separamos, Harry me olha.

— Eu prometo, de agora em diante, não vou deixar uma ex minha ficar a menos de cinco passos de distância. — Ele diz me fazendo rir.

Então eu só o beijo novamente, confiando que Harry jamais vai me trair, e que será um pai incrível para nosso bebê.

***

Esse conto já foi postado por mim em uma página no Facebook, estou apenas trazendo para Larry e fazendo correções que acho necessário.

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.