Harry's Song.

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Harry Point Of View.

— Lembra quando éramos crianças? — Perguntei chamando a atenção de Louis para mim.

— O que tem? — Ele perguntou me olhando confuso. Eu poderia facilmente dizer que mesmo depois de todos esses anos, eu ainda amava a forma como ele franzia a testa e deitava a cabeça meio de lado para expressar sua confusão.

— Foi quando nos conhecemos, amor. Eu tinha 7 anos e você 9. Eu te olhava como se você fosse as estrelas que brilhavam no céu. — Falei, e pelo sorriso que apareceu em seu rosto, ele lembrava muito bem.

— Nossos pais brincavam dizendo que íamos crescer e nos apaixonar. — Ele disse e eu sorri lembrando dessa parte.

— Nossas mães nunca acreditaram. — Falei e ele acenou com a cabeça rindo.

Infância, casa da árvore.

Harry com 7, Louis com 9.

— Mas Lou, eu não quero brincar de super herói. Quero brincar de casinha. — Eu disse chateado para Louis. Cruzei os braços e fiz um biquinho para mostrar o tamanho da minha indignação.

Louis revirou seus bonitos olhos azuis para mim e disse:

— Você é tão chato. Eu vou te bater. — Ameaçou.

Mas ele nunca me bateu.

Mesmo assim eu fiz uma cara de choro que ele jamais resistiu, e dessa vez não foi diferente.

— Tá, mas você vai ser a mamãe. — Louis disse e eu assenti concordando.

Até parece que eu ia deixar ele ser a mamãe e mandar na casa.

Na escola, no recreio.

— Viu que a Manoela e o Kevin são namoradinhos? — Perguntei para Louis enquanto comíamos nossos lanches debaixo de uma árvore.

— Sim, eles até se beijam. — Louis disse enrugando seu narizinho com nojo.

— Por que é nojento? — Perguntei confuso.

— Porque sim. — Louis respondeu encolhendo os ombros.

Fiquei alguns segundos calado pensando naquilo. E então perguntei:

— Se eu te pedisse um beijo, você me daria? — Olhei para ele com expectativa.

— Bem, sendo em você, eu daria. Você é o Harry, não é nojento. — Ele disse e eu sorri feliz.

— Então me beije. — Pedi.

Louis colocou seu sanduíche de lado e me olhou. Fiquei o observando vir em minha direção, e quando percebi que ele iria realmente fazer aquilo, eu levantei e sai correndo para longe.

Claro que aquilo deixou Louis chateado comigo. Mas aí eu tomei coragem, fui na casa dele e apertei a campainha. Quando ele abriu a porta, eu o beijei e sai correndo. Depois ele foi na minha casa e jogamos vídeogame a tarde toda, então ficamos bem.

Adolescência.

Eu tinha 16, e de repente eu não era mais aquele garotinho.

Meu pai e o de Louis costumavam brincar sobre ele e eu nos apaixonando. Nossas mães achavam impossível. Mas estava acontecendo.

Estávamos deitados no leito do rio, eu estava em seus braços e ele me beijava com carinho. Então Louis percebeu que já eram 2 da manhã, nós entramos em sua caminhonete e fomos para casa, pois tínhamos aula ainda naquele dia.

Durante o caminho, tivemos uma briga bem idiota.

— Você viu o novato? — Louis me perguntou.

Contos de Larry.Onde histórias criam vida. Descubra agora