Capitulo 1

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Olá meu nome é Barbara Miller, sou loira e meus olhos são verdes, tenho 1,65 metros e tenho 24 anos, acabei de me formar em jornalismo, sonho em um dia ter minha própria matéria publicada. Sou extremamente dedicada aos meus sonhos  e eu vou com garra pra tentar alcança- los, sou bem animada e gosto muito de sair, namoro já a 4 anos, e não tenho família, todos já morreram, tenho alguns primos mas que moram longe e que nunca os conheci. Vivo minha vida muito tranquilamente até hoje... bom, hoje foi de perto o  pior dia da minha vida. Sabe Aquele dia que você nunca imaginou que aconteceria? Bom... aconteceu e eu não sei como
Lidar com isso. Tá curioso(a) pra saber né? Então senta e chora comigo que eu vou contar..

Acordo às 06 da manhã com o celular tocando, levanto pra me arrumar para mais um dia de trabalho. Eu trabalho em uma revista bem famosa da minha região, tudo bem que eu só
Sirvo cafezinho e faço ligações, mas todo mundo começa de baixo né? E... só pra você saber, eu faço ótimos cafezinhos. Enfim, levanto, me arrumo rapidinho, pego uma maçã pra ir comendo no caminho e vou correndo pro trabalho, chego bem rápido e já vou sentando na mesa, assim que me organizo, o telefone toca.

- Revistas Kevins, Em que posso ajudar?

- BarBara Miller? Pode vim na minha mesa por favor? - pede meu chefe com uma voz firme, neste mesmo instante, meu coração acelera e fico gelada. Ele nunca me ligou, sempre que precisou de algo pedia pra sua secretaria me pedir, só conversei com ele uma vez, durante as entrevistas. O que será que ele quer comigo?

-sim, já estou a caminho. - digo e já me levanto, tentando ficar calma. Sigo em direção à sala, bato uma vez e escuto ele dizer "pode entrar". Entro, com o coração na mão, ele me manda se sentar e agora minha única vontade é pedir que ele fale logo.

-Bom, vou ser direto, pois não costumo perder tempo. Você tem feito um ótimo trabalho e vem contribuindo de forma positiva para a revista. Mas...infelizmente tivemos um rendimento baixo esse período e teremos que cortar algumas pessoas... - ele fala e já entendo tudo. Ele vai me demitir. NÃO ACEITO ISSO.

-vocês vão me demitir? Porque eu? - pergunto sem pensar muito, tenho esse defeito de falar o que vem na mente.

-me desculpe senhoria Miller, mas não posso discutir como fazemos essa escolha com você. Acredite, não queríamos fazer isso, mas infelizmente não há outra opção... - ele fala e eu interrompo.

-mas eu sempre me esforcei muito pra essa revista, tem gente aqui que não faz praticamente nada, eu vejo alguns estagiários nem sequer atender o telefone, acho injusto essa escolha de vocês - digo mais uma vez nervosa e sem pensar.

-Fazer cafezinho e atender telefone não é necessariamente se "esforçar muito" não é mesmo? - agora ele diz debochando da minha cara, respiro fundo e o ódio sobe pelo meu sangue.

-acredito que se vocês deixassem seus estagiários darem suas ideias, discutirem seu ponto de Vista e deixassem a gente realmente fazer nosso papel de estagiário, tenho certeza que poderíamos contribuir bem mais, porém, em vez disso, vocês preferem pedir pra trazer o seu café quente e sem açúcar e nos interromper quando só queremos ajudar. -digo tudo de uma vez e ele aparece incrédulo com o que eu disse. Ele realmente não esperava essa atitude. Mas quer saber de uma coisa? FODA-SE já estou demitida mesmo e a verdade tem que ser dita, a gente vem estagiar aqui em busca de conhecimento e experiência, em vez disso aprendemos a como servir café e atender ligações. Ele parece uma estátua agora, mas logo se recompõe.

-eu entendo como deve ser difícil pra você, mas...- ele começa a falar e eu o interrompo mais uma vez, não vou sair por baixo, ele não vai me rebaixar e nenhum homem vai fazer isso comigo.

-Bom, gostaria de dizer que foi um prazer trabalhar aqui, mas não foi. Espero de verdade que vocês mudem a estratégia de vocês em relação aos funcionários. Não é atoa que o rendimento caiu, tenho certeza que se vocês dessem oportunidade, tem vários estagiários muito criativos que iriam acrescentar muito para as matérias. E eu era uma delas, mas enfim, agradeço a oportunidade mas vou em busca de um emprego de verdade. Você Ainda vai ver meu nome por aí, fica esperto!- digo e me levanto sem nem olhar pra trás, sinto vontade de chorar por saber que não tenho mais emprego, não sei se vou conseguir tão cedo um emprego, mas o que eu posso fazer? Sei que devo ter exagerado um pouco na maneira que falei, mas eu tinha que falar, eu estava exausta de ser tratada como um nada nessa revista, eu não passei quatro anos da minha vida estudando para parar entregando cafezinho, e sinceramente com as vezes que eles deixavam a gente falar, as chances de eu subir de cargo era baixíssimas. Eu só quero sair logo daqui! Começo a juntar minhas coisas e saio sem rumo pela rua. Me recuso a chorar e a minha única vontade é ligar pro Rafael, meu namorado. Ligo três vezes e só cai na caixa postal. Merda! Ele deve estar dormindo só pode! Decido ir até ao apartamento dele, estou arrasada e só quero o seu abraço agora. Chego no apartamento em menos de 20 minutos e vou andando até a portaria.

-bom dia José- digo ao porteiro, já vim aqui tantas vezes que já nos tornamos amigos. Assim que me vê, ele toma um susto, agora ele parece estar pálido.

-bom.. dia... srt Miller- ele diz, me parece que ele está nervoso, mas resolvo ignorar, deve ser algo pessoal.

-Ei, só Bárbara lembra? - digo e ele sorri forçado, está definitivamente estranho.

-esqueci, perdoe-me - ele diz e eu sorrio gentilmente.

-Bom, vou entrando...- digo e quando estou preste a entrar ele fala rapidamente.

-você... não quer que eu avise antes? - ele pergunta e eu começo a estranhar toda essa situação. Ele nunca anunciou minha entrada antes, porque faria isso agora?

-não precisa, eu tenho a chave lembra? -digo, dou um beijo na sua bochecha e subo correndo. O elevador chega no andar, desço e já vou pegando a chave, assim que abro a porta, tudo está muito silencioso, ele deve estar dormindo mesmo. Coloco a bolsa no sofá e me dirijo ao quarto, quando abro a porta, meu queixo quase cai. FILHO DA MÃE, ele estava dormindo mas ao seu lado está uma loira com a perna por cima da dele, os dois estão dormindo tranquilamente e o ódio sobe em minhas veias. Agora eu entendo o porque do seu Jorge está tão nervoso. Ele sabia que ela tava aqui. QUE ÓDIO.

-ACORDA SEU IDIOTA - grito e jogo um travesseiro nele, os dois acordam assustados, assim que ele me vê ele arregala os olhos, a menina fica em choque e continua parada como uma estátua.

-Barbara?  - ele diz e levanta num susto, ele está só de cueca e isso só me faz ter mais ódio, porque ele fez isso comigo? Agora a menina levanta da cama, pega o vestido no chão e sai do quarto. Eu fico parada no mesmo lugar só respirando fundo pra não matá-lo agora mesmo.

-amor... eu - ele diz e chega a da um passo na minha direção mas eu recuo.

-como você pôde? - digo e a raiva vai passando, dando lugar a tristeza enorme e decepção.

- Me perdoa - ele diz com lágrimas nos olhos, nessa hora os dois estão chorando.

- porra Rafael, foram quatros anos juntos. olha o que você fez! Estragou tudo - digo e agora ele parece tão triste quanto eu.

-me perdoa barbara, eu não devia ter feito isso.

-A quanto tempo você me trai? - pergunto, mas não sei se realmente quero saber.

- só faz três meses, você começou a trabalhar e mal tinha tempo pra sair comigo, pra se divertir comigo e... - ele fala mas eu o interrompo.

- agora a culpa é do meu emprego? Foi por isso que você me traiu? você não é nada do que eu achava que você fosse. Você é um lixo. - digo e me viro pra sair do quarto, mas ele é mais rápido, corre e fecha a porta, bloqueando a passagem.

-Eu não posso te perder barbara, não posso!

-pensasse nisso antes de me TRAIR. sai da minha frente Rafael ou eu vou gritar.

- você vai jogar quatro anos fora? É isso mesmo?- ele pergunta quase num suspiro. enxugo minhas lágrimas e respiro fundo.

-Você que jogou. Porfavor Rafael, me deixa passar - digo tão triste que mal tenho forças pra brigar. Já não bastava perder o emprego, Agora isso? É demais pra mim.

-eu vou te deixar passar, mas porfavor pensa um pouco antes de tomar uma decisão, não joga tudo fora por um erro meu. Só pensa tá? - ele abre a porta pra que eu possa passar, e espera minha resposta, mas eu não tenho forças pra mais nada. Começo a andar em direção à saída, mas antes eu viro para encara-lo nos olhos. Ele me olha com expectativa esperando que eu volte mas eu jamais poderia ser capaz disso.

-Adeus.- digo e saio do quarto sem esperar sua resposta. Pego minha bolsa no sofá, e jogo sua chave no chão, bato a porta com tanta força que escuto um vizinho falar algo, mas não dou atenção. Desço as escadas, sem paciência de esperar o elevador, assim que desço pra portaria encontro seu José aflito me encarando.

-Me desculpa, eu não podia te dizer. Seria antiético e eu podia perder meu emprego. - ele diz e eu o abraço.

-tudo bem José, a culpa não é sua. - digo e o
Aperto forte.

-Não vou mais te ver né?- ele pergunta e eu sorrio forçado.

-Não, mas foi um prazer te conhecer, talvez se um dia esse babaca não morar mais aqui eu venho te visitar tá bom? - digo e ele sorri, nos despedimos e sigo totalmente sem rumo pelas ruas. Porque isso foi acontecer comigo...

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