Quantas vezes a imaginei em minha cama, em meus braços? Quantas vezes me controlei para não beijá-la, esperando que fosse ela a me dar algum sinal de que poderia me aproximar?
Sakura estava ali agora, como em muitas vezes desejei que estivesse; no entanto, o que a levara até mim foi um impulso da bebida, uma loucura momentânea que acabaria com a mesma rapidez que começa, deixando-me com a sensação, mais uma vez, de ser só alguém que tapa buracos.
Se não mostrei aquelas fotos, eu mesmo, foi por acreditar que se o fizesse, seria simplesmente por uma realização própria, para jogá-la em meus braços e ser sua mão salvadora; quando na verdade esperava por mais do que isso. Eu me importava com ela, e não pretendia ser só uma fuga, um louco para quem pudesse correr quando quisesse esquecer do mundo lá fora. Ela agora me olhava com a urgência de um desejo que precisa ser saciado, mas meus braços não pareciam ser os únicos que poderiam salvá-la de seu tormento.
— Você está bêbada — disse-lhe, olhando diretamente em seus olhos verdes que me encaravam de volta, naquele pedido silencioso que me fazia querer declarar derrota sem antes lutar.
— Não. Não estou.
— Sua boca tem gosto de vinho.
— Eu bebi um pouco, mas não estou bêbada.
— Quantas taças tomou?
— O suficiente para ficar alegre. Mas não estou bêbada, Sasuke, sei o que estou fazendo. Eu quero estar aqui.
— Sabe o que está fazendo? Da mesma forma que sabia ontem, puxando-me para dançar e chegando a me tratar como seu amiguinho, mas fingindo não notar minha existência no dia seguinte?
As coisas vinham acontecendo assim, Sakura se aproximava um pouco, porém sempre escorregava por entre meus dedos. E por mais que eu a quisesse agarrar, não conseguia. Ela escapava de mim como se eu fosse um demônio a ser evitado. Talvez seja. No entanto, para Sakura, eu não queria ser. Esperava que ela me olhasse de outra forma, não me visse como uma opção para procurar quando a bebida lhe subisse a cabeça.
Esperei dela uma resposta, qualquer palavra que justificasse suas ações, contudo, como se tivesse total conhecimento do poder que exercia sobre mim, ela se ergueu um pouco para alcançar meu queixo, beijando-me ali, enquanto seus dedos testavam minha pele, descendo por meus ombros até o abdômen. Ela parecia saber exatamente o quão rendido me deixava, e naquele instante, mostrava-se disposta a brincar um pouco com os sentimentos e sensações que despertava.
— Sakura… — Suspirei alto, fechando os olhos e tentando resistir a tentação. Por mais que quisesse, não sabia como evitar o ímpeto agonizante de agarrá-la. Meu feito subia e descia, numa aflição que aparentava esmagá-lo, como se eu não soubesse mais respirar. Todas as funções triviais do meu corpo haviam me abandonado, a não ser a sensação prazerosa daquele contato e o meu alívio quando aproximei outra vez meu corpo no dela, encaixando minha cabeça na curvatura do seu pescoço e me deixando embebedar com o perfume doce. — Por favor, não faça isso comigo…
— Eu quero você, Sasuke. E você me quer.
Sim, eu queria, muito. A cada palavra dela meu corpo tremia de expectativas, querendo mais, enlouquecendo por mais. Deveria me afastar o quanto antes, mas não consegui. Estava me consumindo numa tortura sem fim.
Quando uma mulher bate na sua porta pedindo para fodê-la, você fode. O problema é que essa mulher era Sakura. Eu nunca quis apenas sexo com ela. Eu a queria para mim, inteira. Queria que as coisas acontecessem de forma diferente, queria tê-la conhecido antes do babaca do noivo, ou que no mínimo a fizesse gostar de mim, o tanto que eu gostava dela.
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Wonderwall
Fanfiction(ATUALMENTE A HISTÓRIA ESTÁ SENDO ATUALIZADA APENAS NO SOCIAL SPIRIT - link no último capítulo) Após descobrir a traição do noivo, Sakura acaba cedendo à atração pelo problemático Sasuke Uchiha. Mas o que deveria ser apenas uma noite, resulta num r...