O dia finalmente acabou. Oficialmente, estou livre. Até que não foi tão cansativo assim e não aconteceu nada de especial comigo hoje. Estou neste momento à espera que aquela anta do Hueningkai se despache a sair do seu escritório. O pobre coitado não conseguiu acabar os trabalhos dele porque estava sempre na conversa com as pessoas à sua volta... Para quem se sentia sozinho!
Estou no piso onde se entra e sai da empresa. Estou sentado numa daquelas cadeiras que tem nas salas de espera dos espaços públicos. Eu não sou idiota! Não vou para o lado de fora para ficar com o meu saco congelado. Isso nem pensar.
- Ainda aqui?
Olhei para o meu lado direito e vejo o meu chefe, Soobin, a sair com uma pasta na mão.
- Sim.
- Porque está aqui?
- Estou à espera de um amigo meu.
- Do Hueningkai certo?
- Certo.
Ele olhou para mim e fez um pequeno sorriso de lado.
- Posso me sentar ao seu lado?
- Porquê?
- Para fazer companhia.
- Ah... Pode sim.
Soobin se sentou na cadeira livre do meu lado. Assim que se sentou ficou um silêncio no ar.
- Olhe... Yeonjun... Peço desculpa...
- Pelo o quê?
- Por aquilo que aconteceu ontem entre eu, você e o Beomgyu.
Uau. Por momentos até pensei que ele fosse humilde... Ah! Lembrei! Ele não é humano. Não pode ser humilde.
- Hum. Deixa para lá.
- Yeonjun, perdoe o comportamento do meu primo... Ele sempre foi assim...
Primo? Olha que bom. Arranquei uma boa informação dele. Nada útil. Mas já é melhor do que nada.
- Tudo bem Sr. Soobin...
Aish! Lá vem a minha timidez dominar o meu corpo.
- Yeonjun... Está tudo bem com você?
- Sim. Porque não deveria?
Soobin fez uma pausa e ficou em silêncio um bom tempo.
- Você falou que acreditava que eu não era humano... Você ainda acha isso?
- Bem...
Não queria muito responder a aquela pergunta porque estava a ficar tímido. Para minha felicidade, aparece Kai acabadinho de sair do elevador do edifício.
- Yeonjun, vamos?... Ah! Sr. Soobin, boa tarde.
- Boa tarde Hueningkai.
- Bem... Vamos embora Huening, quero logo ir para casa.
- Já vou Hyung.
- Tenha um resto de um bom dia Sr. Soobin.
- Igualmente.
Eu e Hueningkai saímos juntos do edifício. Íamos os dois pelo mesmo caminho. Já se fazia escuro e isso dificultou um pouco a nossa ida para casa.
Estava tudo calmo entre nós dois quando, de repente, dois homens aparecem na nossa frente. Homens altos e um pouco fortes.
- Boa noite jovens.
Eu e Kai apenas ignoramos o homem. Não por falta de educação, mas sim porque ele e o outro amigo dele apresentavam um ar bastante suspeito.
- Vão deixar a gente no vácuo?
Continuamos a ignorar até que um deles se mete na nossa frente.
- O que vocês querem?- perguntou Kai.
- Vocês dois são muito bonitos...- disse um deles.
- ... e gostosos- acrescentou o outro.
O menino que estava na nossa frente colocou a sua mão na cara de Hueningkai e foi passando por ele lentamente. Eu ia tirar aquela mão nojenta da cara do Kai quando eu sinto uma mão a apertar a minha bunda.
- Você é tão gostoso criancinha.
Fiquei paralisado e sem saber o que fazer. Eu e o Hueningkai estávamos sendo assediados por dois filhos da puta. O medo era tanto que nem eu, nem o Kai, sabíamos o que fazer.
O homem que estava na frente do Kai ia beijá-lo quando, num reflexo meu, eu levantei minha mão em forma de punho e dei um soco na cara dele, fazendo até mesmo ele andar um pouco para o lado.
- COMO TE ATREVES!?
Ele olhou para mim com uma expressão raivosa. Nem acredito que fiz aquilo. Até foi bom porque defendi um amigo... Só que a história do super herói Yeonjun não acaba por ali.
O outro menino que estava atrás de mim e apertando minha bunda agarrou meus braços, fazendo eu ficar paralisado. O homem se aproximou de mim e levantou o braço para retribuir o soco que eu lhe dei.
- Boa noite pestinha!
- YEONJUN!- gritou Hueningkai.
Fechei os olhos com muita força e esperei pelo pior. Quase que até sentia o movimento da sua mão a chegar na minha cara.
Uns segundos se passaram e reparei que esse tal homem demorava para me bater. Lentamente abri um dos meus olhos e me deparei com alguém que não esperava que estivesse ali... Mesmo na minha frente estava Soobin, agarrando no punho fechado do homem. Ele, lentamente, foi empurrando o punho do homem, fazendo ele gritar de dor.
- QUEM É VOCÊ!?
O homem que me segurava me soltou, partindo para cima do Soobin. Porém, por algum tipo de bruxaria ou magia não existente neste mundo, mas que ele foi buscar em algum lugar, Soobin fez um movimento muito rápido, ficando atrás do homem que estava indo na direção dele. Foi tão rápido que eu nem o vi a mudar de lugar.
O meu chefe empurrou esse menino para o chão e começou a dar chutos no corpo dele.
- S... Soobin...?
- Vamos embora, venham comigo.
Ele pegou na minha mão e pegou no braço do Kai. Nos puxou até chegar num carro (que era o meu carro de sonho, um Lamborghini SC18, por acaso) e colocou Hueningkai na traseira do carro e eu no lugar no lado do condutor. Já viu? Minha vida miserável e a andar num Lamborghini dos meus sonhos... Até parece mentira.
Antes de ele ligar o carro, Soobin mandou uma mensagem qualquer a uma pessoa. Colocou seu telemóvel no bolso e ligou o carro, saindo dali o mais rápido possível.
- O que aconteceu com vocês dois!? Estão bem!? Tão machucados!?
- Não... A gente está bem...- respondeu Hueningkai.
Soobin olhou para as nossas caras. Hueningkai até nem estava tão assustado assim, já eu parecia que tinha visto o Donald Trump na minha frente, fazendo meus cabelos ficarem em pé.
- Você até pode estar bem... Mas o Yeonjun parece estar traumatizado.
- Hyung, consegue pelo menos falar?
- S... Si... Sim...
Nem conseguia falar direito de tão assustado que estava.
- Tem calma Yeonjun, já estás em segurança- disse Soobin.
- Eu... Eu sei...
- Hueningkai, me fala onde é sua casa. Vou deixar você lá e depois levo o Yeonjun para a sua.
- Ok, a minha casa é naquela rua à esquerda.
Soobin levou Hueningkai até à sua casa.
- Yeonjun, onde é a sua?
- É mais uns metros à frente, na mesma rua.
Ele arrancou com o carro e parou ele em frente na entrada da minha casa.
Saí do carro (adeus pequeno bebê lindo...) e Soobin saiu junto comigo.
- O... Obrigado por me ter salvo daqueles homens...
- Yeonjun, seus pais estão em casa?
Fiquei calado com aquela pergunta. Ele não sabia nada sobre mim, muito menos sobre os meus pais. Começaram a cair lágrimas pelo meu rosto.
- Eu... Eu já não tenho os meus pais...
- O quê!?
- Eles morreram ano passado... Foram assassinados...
Soobin ficou em silêncio enquanto me ouvia a chorar. Baixei a cabeça e, quando ia levantar os meus braços para limpar as lágrimas, sinto algo me abraçar.
- Eu sinto muito Yeonjun...
Fiquei surpreso. Choi Soobin estava me abraçando e estava com pena de mim? Em que planeta estou a viver?
Para dizer a verdade, o abraço dele me faz sentir bem. Não vou mentir, ele tem um corpo frio como a neve. Mas me faz sentir seguro. Como se todo o meu medo e insegurança fossem embora. Abracei-o de volta e o apertei como um pouco de força.
- Você não tem culpa de nada Soobin...
Afastei um pouco a minha cara para olhar para ele. Ele olhou para mim e passou a sua mão direita nos meus cabelos que estavam na frente dos meus olhos.
- Certeza que fica bem sozinho?
- Sim Soobin... Fico bem.
- Yeonjun... Você parece estar muito traumatizado... Se você não quiser, amanhã não precisa de ir trabalhar. Não desconto o teu salário.
- Não é preciso. Beber um pouco de chá e dormir logo a seguir vai me fazer sentir melhor.
Ele me abraçou mais uma vez. Desfez do abraço e voltou para o carro.
- Se precisar se algo, basta me ligar.
- Ok, até amanhã.
Soobin fez um sorriso sem mostrar os dentes e se foi embora.
Vi o carro se afastar e entrei na minha casa.- Prometo te proteger.

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My Boss - Yeonbin
Fanfiction[TERMINADA] Soobin, chefe de uma das maiores empresas da Coreia do Sul, abriu vagas para novos estagiários para a entrarem na sua empresa. Choi Soobin tem muito reconhecimento na sua cidade. Apesar da sua extrema arrogância e egoísmo, ele tem de gua...