My Boss - Yeonbin

Your time is over (+bonus chapter)

Soobin

Meses se passaram desde a despedida do amor da minha vida... Que, até hoje, continua a ser a pessoa que mais amo neste mundo. Choi Yeonjun, apenas o menino mais perfeito que fez meu mundo ficar cor-de-rosa, foi se embora e, quando meu mundo desabou, nunca mais voltou a ser o mesmo.
Depois de tudo o que aconteceu, voltei a reconstruir a parte do edifício que tinha explodido e abri novamente a empresa. Despedi o secretário que causou tudo isto, e teve a sorte de eu não o processar porque eu sei que ele passava algumas dificuldades económicas. Eu sei. Voltei a ser egoísta. Mas ele que lute. Que tivesse pensado duas vezes antes de mexer onde não devia. Enfim, voltei a abrir a empresa e abri vagas para novos secretários. Perdi mais cinco funcionários: um deles, amor da minha vida, se foi para sempre, outro eu despedi, os outros se demitiram com medo que algo do gênero voltasse a acontecer. São todos idiotas! Covardes e imaturos! (Excepto o meu Yeonjun, claro.)
Assim que abri a empresa ao público por causa dos novos estagiários, a mídia veio logo para a porta da empresa a fazer várias perguntas sobre o que tinha acontecido meses atrás como: "O que realmente aconteceu?", "O que fez Choi Soobin depois de todo o sucedido", "Como ele se sente depois do acidente?"... Mas, o pior, são as perguntas mais pessoais que fazem que são: "Choi Soobin é gay?", "Soobin, diretor de uma das maiores empresas da Coreia, tinha relacionamentos com homens?", "Quem era o homem que Choi Soobin gritou desesperadamente depois da sua queda?", "Quem era Choi Yeonjun?"... Entre muitas outras perguntas estúpidas.
Acontece que, uma vez, estava vendo televisão, e estava num daqueles canais onde havia uma pessoa dava a sua opinião quanto a algum acontecimento recente ou dramático. Por acaso, o homem que estava falando para a TV, estava dando a sua opinião sobre o que tinha acontecido na minha empresa. Ele estavam fazendo comentários um tanto desnecessários até que a jornalista comentou: "Ouvimos dizer que o empresário, Choi Soobin, tinha um relacionamento com um homem, que se chamava Choi Yeonjun. O acha deste relacionamento "escondido" que o empresário tinha com outro jovem?". Em resposta do comentador, ele disse "Isso de Choi Soobin ter um relacionamento com outro homem é algo completamente ridículo. Um empresário como ele, deveria ter mais responsabilidade em não se apaixonar por um homem. Isso é algo que não devia ser proibido e é algo muito imaturo da sua parte". Apenas desliguei a televisão e fiquei com raiva... Quem é que aquela pessoa de merda pensa que é para falar assim da minha sexualidade!? Agora é crime ser gay!? Que sociedade mais ridícula! Não gostam, que lidem. Não pedi a opinião deles mesmo. Além disso, nunca chegaram a conhecer o meu Yeonjun por isso, que direito têm eles de falar assim do meu relacionamento com um homem!? Preconceito e homofobia não falta na cabeça daquele homem. Um dia que o encontre vai ver a imagem no inferno. Ele que aguarde.
Enfim, depois de tudo o que aconteceu, das tristezas, das polémicas e essas coisas, reabri a empresa, como já falei.
Voltei a abrir na esperança de pelo menos tentar algo que sempre lutei para ter. E, mesmo depois disto, eu não vou desistir deste meu sonho... Apesar de o sonho mais bonito e desejoso que sempre quis ter foi substituído por um pesadelo...

- Senhor Soobin? Posso entrar?
Acordei para a realidade assim que ouvi a voz de um dos secretários do outro lado da porta do meu gabinete.
- Sim Hueningkai, podes entrar.
A porta se abriu e ele entrou.
- Senhor Soobin, estão aqui os documentos da Senhora Kim.
- Kai, sabes que podes me chamar apenas de Soobin.
- Eu sei mas... Depois de tudo o que aconteceu... Sinto que não tenho tanta intimidade como tinha antes, sabe?
- As coisas ficaram muito estranhas desde a morte do meu Yeon... Quer dizer... Do Yeonjun. Mas isso não significa que a gente tenha de se afastar.
- Tens razão... Peço desculpa por estes meses não ter sido tão próximo de ti Soobin. Tu estava a passar por uma fase muito difícil na tua vida e eu deveria pelo menos estar ali para te apoiar.
- Não faz mal Hueningkai. Eu também me afastei das pessoas por natureza. É mesmo de mim.
Apenas fiz um sorriso no final da frase e ele também retribuiu com um sorriso.
- Ok... Eu vou indo agora Soobin. Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo. Estou aqui para te ajudar!
- Claro, obrigado...
Hueningkai sorriu e se dirigiu para a porta de entrada. Ele a abriu e saiu do meu gabinete. Quando a porta se fechou depois de ele sair, o meu sorriso simpático se tornou numa cara bem séria.
-... seu inútil. Não preciso da tua ajuda para nada. Já conheci pessoas falsas o suficiente na minha vida. A tua sorte é que tu é namorado do Beomgyu, se não tu teria sido mais um idiota fora deste lugar.
Me levantei da cadeira da minha secretária e me dirigi para a janela que dava acesso à paisagem da cidade. Apenas fiquei a olhar para a paisagem em silêncio. Fiquei um tempo a olhar para todos os lados até que olhei para baixo, do lado de fora da empresa. E, foi aí, que voltaram as imagens que tive desde o acidente do Yeonjun. Odeio quando isso acontece. Minha cabeça dói imenso e eu faço um esforço enorme para combater essas dores.
Acabo por cair no chão de joelhos e coloco as minhas mãos na cabeça, fechando os olhos com força. Começaram a passar imagens de quando eu caí do edifício e o Yeonjun olhava para mim enquanto estava caindo... Como eu odeio me recordar desse momento!
Vieram lágrimas aos olhos e começaram a passar muitos flashbacks de mim e o Yeonjun juntos. Comecei a chorar desesperadamente enquanto estava no chão.
- Porquê Yeonjun...
Continuei chorando até que senti algo me tocar. Levantei a cabeça e olhei para os lados. Não estava ninguém que eu conseguisse ver... O que significa que só pode ser o Yeonjun.
Desde que ele morreu e cada vez que eu me sinto triste e culpado pela morte dele, sinto sempre algo me tocar, como tivesse dando o sinal "Calma, eu estou aqui". Sempre que eu tenho essa sensação eu falo sempre:
- Obrigado por estares sempre aqui ao meu lado.
E acabo por sorrir meio bobo com isso.
Depois de muito choro e um grande momento clichê, me levantei e me sentei na minha cadeira. Olhei para uma fotografia que tinha de mim e do Yeonjun juntos e sorri de novo.