28 Confusao

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Saio tão confusa que esbarro em dois rapazes.


- Calma lindeza, por que a pressa? - um deles me sorri tentando flertar.


No mesmo instante sinto os braços de Márcio rodearem minha cintura.

- Vem comigo, amor. - quase rosno de raiva, mas vejo-o lançar um olhar mortal para os rapazes, e resolvo acompanhá-lo. Caminhamos para fora da multidão, ele me encara com os olhos decepcionados.

- Como assim está indo embora, Meg? - tento ser mais complacente possível.


-Sinto muito, a vaga de emprego que estava aguardando saiu, preciso voltar.


-Espera, aconteceu algo mais? Estávamos tão bem, de repente você muda, não pode ter ficado sabendo disso agora. - me lembro imediatamente das palavras de Diana, e o ódio toma conta de mim.

- Aconteceu sim! Sua querida assistente, vendedora e sabe-se lá o que mais, me contou como costumam se divertir juntos. - cruzo os braços para evitar sua aproximação.

-Meg, não tenho nada com Diana faz muito tempo. Não nego que me envolvi com ela num momento de carência. - Ele suspira e busca meu olhar.


- Por que você não me contou?


-Me responda uma coisa, durante esses anos que ficamos longe, você nunca se envolveu com ninguém? Tentando amenizar a solidão, ou até mesmo encontrar outra pessoa que te fizesse sentir o que temos, quando estamos juntos? - não respondo mesmo porque tenho buscado isso incansavelmente. - Só me esclareça uma coisa. Você encontrou isso em outra pessoa?


-Não!!


-Então, Meg, não duvide do meu amor. Eu te amo e você é única para mim - ele segura meu rosto com as duas mãos fazendo que olhe dentro de seus olhos. Uma lágrima minha que estava presa se liberta e escorre por suas mãos. - Vem. - ele me envolve em seus braços e não tenho forças para reagir. - Não tome nenhuma decisão precipitada, vamos conversar. Sei que podemos encontrar uma solução juntos, mas não aqui, nem agora. Vamos para sua casa, a menos que queira voltar para festa? - eu nego.


Assim que subimos na calçada, passa um carro preto em alta velocidade, só vejo quando Márcio me pega pela cintura e me carrega para longe.


-O que foi isso? - falo assustada ainda com os braços no pescoço de Márcio. O carro diminui a velocidade e parece parar, mas no mesmo instante acelera e sai cantando pneu.


-Essa é a desvantagem de festas, as pessoas bebem e se acham no direito de pôr a vida dos outros em risco. - concordo me soltando e voltando para o chão.


-Mas você viu? O Civic não tinha placa. - ele me olha espantado.


- Nem percebi o tipo de carro, o que dirá a placa. Só pode ser coisa de jornalista, alta percepção. Ele sorri e entrelaça os dedos aos meus.


-Márcio...


-Não vamos falar nisso agora. Amanhã quero te levar a um lugar especial, janta comigo? - aquiesço.


- Entra, ainda é cedo. - convido


-Não, vou para casa, nos vemos amanhã - ele me beija levemente, quando vou me afastar ele me abraça forte - Promete que não vai embora antes de conversamos?


-Prometo - levo meus dedos delicadamente traçando seu rosto - Não quero que você vá embora.


- Vem comigo? -Ele fala roco e quase sussurrando.


-Não posso. -Ele não diz nada apenas sorri e sela nossos lábios.


- Boa noite, meu amor. - atravessa a rua, entra na camionete, mas fica me observando até eu entrar e fechar a porta, só então escuto o carro sair. Entro sem fazer barulho, tenho certeza que estou com a cara péssima, não quero que meu pai me veja assim.

Os Sonhos Que Ficaram Para Traz.Onde histórias criam vida. Descubra agora