2 tempos difíceis.

140 23 31
                                    

Segundo capitulo, espero que gostem....

Quero agradecer a uma pessoa muito especial ,que tem me ajudando a tornar real esse sonho. Cecília Bassi muito abrigado e pouco pela sua ajuda e carinho.

Deitada em minha cama com meu inseparável caderno, onde escrevia minhas rimas de paixões quase sempre não correspondidas. Meu som ligado na rádio Mix.

De repente uma música me fez divagar por lembranças da infância, que andavam esquecidas em alguma parte de minha mente, por não compreender muito como podiam duas pessoas se destruir daquela maneira tão triste.

Meu pai era aquele tipo de pessoa que em seus olhos eu só via amor, como se nos olhos dele eu me sentisse a pessoa mais especial do mundo, eu só me via tão amada assim através dos olhos do meu pai. Minha mãe parecia estar sempre infeliz como se aquela vida não coubesse em seus sonhos, nada estava bom para ela. Eu sabia que eram tempos difíceis, até compreendia às vezes as reclamações dela, só não entendia a forma que ela se distanciava do meu pai, deixando o amor de lado. Era casada com meu pai há mais de quinze anos, tinham tido seus filhos, e uma vida juntos, mas naquele momento pareciam tão perdidos um do outro, indiferentes.

Meus pais definitivamente eram duas pessoas que não se completavam, mas eram a família que eu e meus irmãos tínhamos.

Ver meu pai se destruir por um amor que era maior que ele, era muito triste. Eu sabia que o álcool era uma forma que ele encontrou para se enganar que ainda havia amor, um amor que se algum dia existiu da parte da dona Amélia, tinha sido extinto há tempos de seu coração. A única coisa que prendia ela ao casamento era a falta de recursos para ser independente do pai de seus filhos. Ela não queria ser uma mera dona de casa sonhava mais para sua vida e a simplicidade de meu pai parecia lhe irritar.

Ele era mecânico, não tinha sonhos de grandeza, apenas queria uma vida simples com a família. Não me lembrava de ter visto meus pais felizes como um casal, seus sorrisos eram sempre em prol dos filhos, amigos mas nunca de um para o outro. Seus olhares eram sempre regado de ciúmes, indiferença e insatisfação, de um por falta de amor, e do outro por mágoas.

Aquela cena eu nunca vou esquecer, meu pai chegou alcoolizado em casa, e minha mãe estava na cozinha. De repente, um grito de minha mãe me fez correr para lá.

Ela esfregava a boca com asco. — Sai de perto de mim, eu nunca te amei. – Ela gritava empurrando meu pai para longe dela.

Com muita fúria ele lhe deu um tapa no rosto, que a fez gritar novamente. —Vai embora, sai da minha vida. Eu te odeio, tenho nojo de você. —As lágrimas rolavam em seu rosto, com se uma fúria descontrolada tomasse conta dela enquanto ela quebrava tudo a seu redor.

Eu estava completamente perdida por ver minha mãe machucada, meu pai encolhido em um canto, lágrimas grossas desciam por seus olhos, não sei de arrependimento ou tristeza.

Então ele me olhou. — Vem cá princesa, abraça o papai. Você não tinha que passar por isso.

Abracei meu pai com força e senti seu choro se intensificou. Caminhamos para o sofá, ele colocou a cabeça no meu colo. Vi quando minha mãe passou com meus irmãos, e fechou a porta do quarto.

Ela falou num sussurro. — Vai deitar Margarete deixa ele aí.

Naquela noite meu pai dormiu deitado no meu colo enquanto eu alisava seus cabelos. Eu não pude deixar meu pai, e passei a noite acordada velando seu sono. Naquele dia eu fiz uma promessa silenciosa que nunca passaria por isso, estudaria e seria uma pessoa forte e se um dia encontrar alguém, a única coisa que a nos manter juntos seria o amor.

Os Sonhos Que Ficaram Para Traz.Onde histórias criam vida. Descubra agora