Capítulo 23

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O melhor a fazer é parar de pensar muito, então viro-me para ele e permaneço no lugar enquanto cruzo os braços.

— Sua proposta é bem ousada — digo.

Ele apenas me observa e mexe os ombros.

— Uma proposta sincera, professorinha — retruca.

— Não posso acusá-lo de estar me enganando, ao menos isso — admito, descruzo meus braços e levo as mãos até meu cabelo e o prendo no alto da minha cabeça.

Felipe me assiste com um brilho excitante no olhar

— Sempre sou franco Mel, e gostaria que soubesse de um detalhe: em nenhum momento fiz uma proposta como essa a outra mulher — confessa sem deixar de me encarar.

— Devo sentir-me privilegiada? — pergunto com um sorriso cínico. Não sei se fico feliz ou não com essa revelação.

Ele levanta-se do sofá e caminha devagar, para bem a minha frente e observa meu rosto atentamente, ele é tão intenso, sua presença é perturbadora e ao mesmo tempo instigante.

— Não sei se isso é um privilégio, mas para ser sincero não pensei muito sobre o porquê de fazer tal proposta a você, a única certeza a qual tenho é que você desperta um desejo insano em mim e não sou capaz de controlar minha ânsia em desfrutar de seu corpo. — Suas palavras mexem comigo a ponto de minha respiração falhar. — Por isso, minha professorinha, não peça explicação para o inexplicável. Você pode parar de enrolação e me dizer sua decisão? Ah, e não adianta negar, eu sei que você também deseja isso. Vejo isso em seus olhos e... — Felipe interrompe suas palavras e sinto o toque de dedos por meus braços, um arrepio transpassa por minha pele. — Assim como sinto a reação de seu corpo quando a toco — murmura roucamente.

Não há como negar, eu suspiro e fecho meus olhos, minha decisão está tomada, também o desejo, e mais do que isso, eu necessito de seus toques.

Volto a abrir meus olhos.

— Tudo bem. Assim como você não pretendo me envolver sentimentalmente com ninguém — anuncio.

Ele ainda me encara por um tempo, mas logo envolve minha cintura com uma de suas mãos e com a outra segura meu queixo com delicadeza, tudo sem tirar seus olhos dos meus.

— Você não se arrependerá de nosso acordo — diz e inclina a cabeça encostando a ponta do seu nariz no meu. A mão que envolve minha cintura desce e segura minha bunda. Abro a boca surpreendida. — Mas nunca mais faça o que fez hoje — assevera determinado.

Não sei sobre o que ele fala e enrugo minha testa.

— O que eu fiz? — questiono em confusão.

— Ficou sem calcinha na presença de outro homem. Enquanto estivermos juntos seremos só você e eu, não permitirei que outro se aproxime, por esse tempo você é minha, somente minha — rosna.

Antes que eu diga alguma coisa ele me beija com intensidade, praticamente derreto em seus braços.

Não esperava que ele fosse tão possessivo, logo ele que preza tanto não se prender a ninguém, tenho que tomar cuidado com ele, logo se vê que é muito mandão, mas esse lado machão dele desperta em mim o lado mulher que nunca deixei vir à tona, somente ele é capaz de fazer isso comigo.

No instante em que perdemos o controle do nosso beijo ele se afasta praticamente sem fôlego e segura meus braços suavemente.

— Minha guria, por mim a tomaria agora mesmo, mas estou com muito tesão acumulado, não quero que seu ferimento piore, então melhor seguir o conselho do médico, sem movimentos bruscos por dois dias — argumenta e fico com vontade de matar aquele médico. Mas ele está certo, não queremos que essa ferida se abra.

Meu Indomável DevassoWhere stories live. Discover now