Capítulo extra

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Felipe


Encontro-me em minha caminhonete, dirijo-me para casa após cinco dias longe. Dias que pareceram semanas. Todo o tempo revivi os momentos em que passei com a Mel. Sua força, beleza e ousadia me fizeram falta. Agora aqui na estrada que me leva de volta para casa, me sinto um completo idiota. E por que não dizer um covarde?

O tempo de ser covardia acabou. Desde o início coloquei na cabeça que Mel seria minha e quando tudo estava indo bem me afastei. Como se pudesse tirá-la de meus pensamentos ao me distanciar.

Seguro o volante com força e observo a estrada, o sol começa a se pôr quando alcanço o limite entre as cidades, presto atenção à paisagem, e mesmo tendo nascido aqui ainda me surpreendo com o que vejo, a vista é suntuosa, as montanhas e toda a vegetação disputam com o céu fazendo uma imagem digna de pintura.

Sinto-me animado com a perspectiva de ver minha professorinha, preciso tê-la em meus braços o quanto antes, não vejo a hora de beijar sua boca e sentir seu corpo contra o meu.

Antes de procurá-la necessito de um banho e também comer alguma coisa, na pressa de regressar logo para casa nem parei para comer, pensava apenas em chegar logo.

Com um bocejo entro em minha suíte, estou cansado da viagem, basta um banho e sem demora estarei novo em folha. Antes vou até a janela e as abro para que a brisa fresca entre. Filó costuma cuidar bem da casa e sempre deixa o ar se renovar em todos os cômodos, mas eu gosto da atmosfera da noite invadindo o ambiente.

Uma hora mais tarde estou subindo as escadas que dão para o sobrado, penso em usar a chave que tenho para entrar, mas decido bater à porta. Não demora muito e ouço seus passos se aproximando.

A porta se abre e Mel me encara descontente.

— Oi Felipe! O que você quer? — Seu cumprimento frio me leva a crer que está chateada de verdade e ofendida pela forma como levei as coisas.

— Gostaria de conversar com você — digo e sua expressão continua fria.

— Não temos nada para conversar.

— Sim, nós temos — declaro estudando-a com intensidade. — Eu deveria ter lhe procurado antes, estou no erro.

Mel continua a me encarar com animosidade.

— Você não me deve nada Felipe — responde e empina o nariz. — Não temos coisa alguma para conversar, agora se me dá licença, preciso dormir.

Ela se vira de costas na intenção de entrar. Seguro seu braço com suavidade fazendo-a voltar-se para mim.

— Qual é o seu problema, posso saber? — Mel respira fundo e parece ultrajada.

Puxa seu braço do meu agarre e fixa seus olhos nos meus.

— O único problema aqui é você estar me importunando — adverte.

— Não estou entendo aonde você quer chegar, até compreendo estar chateada por não tê-la procurado, mas está exagerando em sua atitude — expresso impaciente.

— Não sou obrigada a falar com você, aliás, eu não quero falar com você! — exclama.

Dou um passo a frente, inclino a cabeça até praticamente tocar seu nariz com o meu.

— Você irá sim conversar comigo, ou esqueceu que temos um assunto pendente? — completo irritado com seu comportamento.

Mel não se afasta e aperta os olhos.

Meu Indomável DevassoWhere stories live. Discover now