Alguns dias se passam e combino com as meninas de irmos ao Rosita's para eu conhecer. Chegando lá vejo que o ambiente não é tão acolhedor quanto o Oh Tchê!, porém é um lugar agradável e com boa comida.
Noto Rafaela apreensiva, a verdade é que ela passou o dia todo assim, quando Dani e Tati saem para cumprimentar um grupo de amigos em outra mesa, ela me encara.
— Quero te contar uma coisa, mas não sei como? — fala por fim esfregando uma mão na outra.
— A melhor forma e contar sem rodeios — sugiro —, assim você me deixa mais preocupada.
Ela dá um suspiro e coça a cabeça.
— O Thales trabalha na estância como você bem sabe.
— Sim, quase todos em Santa Clara de Assis trabalha — comento sorrindo. O garçom deixa nosso pedido sobre a mesa e quando se afasta me volto para Rafaela. — Até aí nenhuma novidade.
— Acontece que há um pequeno burburinho, entre os homens sobre você — confessa e faz uma careta.
Seu comentário me deixa intrigada.
— Como assim? Não estou entendendo eu mal conheço o pessoal da fazenda.
— Quando você chegou, deve ter percebido os homens interessados, não somente por ser uma mulher nova na cidade, mas por ser muito bonita.
— Sinceramente? Lembro-me somente de dois tentando aproximação, não reparei nada além disso — afirmo com sinceridade.
— Você só pode estar cega para não perceber.
— Para de enrolar Rafaela e conta sobre o burburinho. — Certamente ela está me enrolando e agora sim fico cismada.
— Estão comentando que você veio do Rio de Janeiro para fugir de um ex maluco e ainda tem algum tipo de doença contagiosa — despeja e leva os dedos até a boca como se estivesse roendo as unhas.
A princípio fico sem reação e sacudo a cabeça. De onde tiraram uma ideia tão estapafúrdia?
— Inacreditável — comento e pego meu copo para tomar um gole de água. — E você sabe dizer de onde saiu uma asneira dessa? — pergunto contrariada. Rafaela se mostra retraída. — Você sabe, posso ver na sua cara — completo a olhando bastante séria. — Desembucha. Por acaso foi o Thales?
Imediatamente ela nega fortemente com a cabeça.
— Meu primo jamais inventaria uma coisa dessas, foi outra pessoa — sussurra e olha ao redor antes de se voltar para mim. — Foi o Felipe — diz muito baixo e por pouco não a ouço.
Fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes. Não posso acreditar que aquele degenerado está inventando histórias ao meu respeito.
— Aquele depravado passou dos limites — esbravejo com muito ódio. — Ele vai me pagar — anuncio e sinto Rafaela se remexendo na cadeira.
— Calma amiga! — pede nervosa. — De repente é só um mal entendido.
— Mal entendido? — grito num sussurro. — Ele fez propositalmente, tenho certeza. — Ponho-me a pensar nos últimos dias e assim percebo que alguns dos rapazes da fazenda têm me tratado com muita distância, bem diferente de como era antes. Apenas Roberto continua insistindo em sair comigo.
As outras meninas se aproximam e tento esconder minha raiva. Elas perguntam se aconteceu alguma coisa e minto dizendo que estou com um pouco de dor de cabeça.
O restante da noite passa sem que eu consiga me concentrar em nada, fico somente tentando encontrar uma forma de enfrentar aquele desgraçado. Onde já se viu arquitetar algo de tão baixo nível? Quem ele pensa que é? Se acha que com isso vai se livrar de mim, está muito enganado, pois agora mais que nunca estou disposta a desafiá-lo. Ainda não sei como, mas ele me paga.
YOU ARE READING
Meu Indomável Devasso
RomansaSérie Felizes para Sempre - 3 essa será a história tão esperada da Mel e do Felipe. Ele um homem rude, cretino, mulherengo e não acredita no amor... Ela uma jovem professora, que após varias perdas decide mudar de ares a procura de uma nova vida no...