A noite de sexta-feira chega e Rafaela acaba de passar uma mensagem dizendo que acabou de chegar e me aguarda em frente à entrada principal da casa. Dou uma olhada no espelho para uma última verificação no visual e me sinto satisfeita. Desço as escadas as pressas mexendo em minha pequena bolsa e trombo em alguma coisa, quase me fazendo cair, porém mãos fortes e ásperas seguram meu braço me impedindo de estabacar-me com a bunda no chão.
Meus olhos sobem, e a visão de um torso masculino e nu me invade, um desejo louco de passar a língua por esse tórax magnífico me deixa completamente sem ação. Então como se acordando de um sonho sou praticamente empurrada, não ao ponto de ser derrubada. Finalmente olho para cima e o imbecil do Felipe me olha como se estive com nojo de mim.
- Você não olha por anda? - esbraveja com as mãos no quadril.
Não sei o que acontece com esse homem, ele não me conhece, nunca fiz nada para provocar sua ira, no entanto ele parece não suportar minha presença.
Respiro profundamente e tento acalmar meus nervos, não estou a fim de brigas e muito menos de entrar numa guerra sem sentido.
- Desculpe-me, estava distraída e não o vi - respondo de maneira controlada e o encarando.
Ele é tão lindo e de alguma forma me provoca uma confusão de sentimentos, sem contar o fato de todo o meu corpo acender por estar tão próxima.
Felipe, ainda com cara amarrada me fita e seus olhos passeiam por meu corpo, muito devagar, apenas seu olhar é o suficiente para me deixar arfante. Seus olhos me queimam e voltam a me encarar.
- Já está entediada? - pergunta debochado.
Cruzo os braços e o encaro de volta.
- Não entendi sua pergunta.
Ele sorri de lado, um sorriso cafajeste.
- Acredito que você deva ter dificuldade de entender algumas coisas mesmo - diz e solta uma risada sacudindo a cabeça. - Chego a sentir pena das crianças por ter uma professora como você.
Descruzo os braços e dou um passo a frente, e o calor do seu corpo permeia o meu, mas não permito me distrair com essa sensação tão diferente que sinto em sua presença.
- Você é um grosso estúpido, não pense que me ofendendo irei desistir do que eu quero, muito pelo contrário - declaro e o catuco com meu dedo indicador, bem no meio do seu peitoral. Ele olha para onde meu dedo toca e o observo prender a respiração. - Você não me conhece e não lhe dou confiança para falar comigo dessa forma - completo bufando.
Estou transbordando de ódio e posso perceber meu sangue subir.
Felipe segura meu pulso e não sou capaz de afastar minha mão do seu torso. Encaramos-nos e seu olhar desce até minha boca, percebo sua mão apertar meu pulso, é um gesto muito rápido, mas o suficiente para me deixar com respiração suspensa.
Seus olhos voltam ao meu e continuo presa a ele.
- Vou deixar uma coisa bem clara guria - assevera num rosnado. - Não se meta a esperta comigo, porque saíra perdendo, então tome muito cuidado com essa sua língua.
Puxo meu braço e dou um passo para trás, desta vez eu ponho a mão nos quadris e empino o nariz o desafiando.
- Não ouse me ameaçar, não tenho medo de você. E apenas tente se meter a besta comigo, porque eu que dou um aviso: Você vai se arrepender.
Ele dá um sorriso cínico.
- Vamos ver então guria, quem sai ganhando essa guerra.
- Basta ficarmos um longe do caminho do outro e nada acontecerá - digo tentando por um fim nesse nosso conflito.
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Meu Indomável Devasso
RomansaSérie Felizes para Sempre - 3 essa será a história tão esperada da Mel e do Felipe. Ele um homem rude, cretino, mulherengo e não acredita no amor... Ela uma jovem professora, que após varias perdas decide mudar de ares a procura de uma nova vida no...