Capítulo 21: Você tem um amigo em mim...que não pode amar

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Acho que depois do capítulo passado, TODOS nós precisamos de uma pausa para respirar, arrefecer o cérebro, ler algo leve (nem por isso) e simples (nem tanto), não é mesmo? Então, vamos de capítulo fofinho (ou quase isso), antes das desgraças e segredos e revelações bombásticas e Singto fazendo merda...ops, acho que falei demais.

Boa leitura

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- Porquê que você está parado aí?

- Estou analisando a situação.

- Não tem nada para você analisar, eu estou doente.

- Eu consigo ver. Por isso mesmo estou aqui, porque definitivamente não quero apanhar nenhum germe vindo de você.

- Esse não é momento para ser engraçado, eu estou doente.

- Isso que dá brincar na chuva, não?

- Eu estava triste!

- Não serve como justificativa.

Singto revirou os olhos, enquanto Krist tomava um gole de Coca-Cola direto da latinha, escondendo um sorriso por detrás desta. O agente especial sabia que não havia nada de divertido na situação em que ambos estavam no momento mas simplesmente não conseguia evitar soltar uma risada, ainda que quisesse. Aquilo não fazia dele uma má pessoa e sim alguém que, vez ou outra, ficava demasiado satisfeito com o sofrimento alheio.

Depois da noite extremamente carregada de emoções pela qual eles haviam passado, Krist permaneceu acordado por mais algumas horas, digerindo lentamente o que havia escutado de Singto e as descobertas sobre certas atitudes deles, que estavam relacionadas com a relação entre ele e Neyah, tal como a decisão de retirar a gangue do círculo de drogas ou até mesmo que a prisão de Singto há três anos havia sido no dia do aniversário da morte do ex-noivo dele; assim que sentiu seu corpo reclamar de cansaço, subiu para tomar um banho e depois foi dormir, na esperança de não ter nenhum pesadelo.

Entretanto, o seu sono não foi interrompido por um pesadelo ou algo do gênero mas sim por uma série de espirros que pareciam intermináveis e eram altos demais, o suficiente para tirar ele do seu estado adormecido e o colocar consciente. Com o seu cérebro cheio de sono, se levantou do colchão e seguiu o barulho que o havia acordado, sendo direcionado para o quarto de Singto, que estava com a porta entreaberta, ao contrário do seu estado quando havia subido para tomar banho e tinha passado por ele, antes de entrar e encontrar Singto enrolado em uma bola em cima da cama, com quase todo seu corpo coberto e espirrando sem parar.

Na verdade, Krist havia pensado que aquilo poderia acontecer, considerando que o homem havia ficado sabe-se lá por quanto tempo debaixo da chuva até ele voltar para casa e tinha permanecido com as suas roupas molhadas, perto da porta aberta da sala, por onde estava entrando vento, mas não esperava que fossem algumas horas depois, tão cedo. Por isso, ele saiu do quarto, foi até a casa de banho escovar os dentes e lavar o rosto, antes de descer e ir até a cozinha, preparar uma chávena de chá, com um pouco de limão, voltando para o quarto assim que terminou e entregando a chávena para Singto, que ainda estava espirrando sem parar; Krist aproveitou para pegar algo para beber, porque ainda não estava acordado o suficiente para mexer no fogão e preparar algo para comer, sem correr o risco de botar fogo na casa.

- Você deve estar amando me ver desse jeito, né? Já que não pára de sorrir desde que voltou da cozinha - Singto resmungou, sua voz rouca e baixa, enquanto tomava um gole do chá que Krist havia preparado para ele. O chefe de gangue estava com uma expressão péssima, seu cabelo todo desarrumado como se tivesse se revirado na cama a noite toda, e olheiras bem evidentes debaixo dos seus olhos.

Lawful Disorder (KristSingto/SingtoKrist)Onde histórias criam vida. Descubra agora