Capítulo 25: O conto do "bom moço"

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17k de palavras!

Aviso de gatilho: o capítulo de hoje vai se aprofundar na história do Krist, que envolve temas sensíveis e que podem ser desconfortáveis para algumas pessoas. Se algum de vocês não está em um lugar feliz ou com a sua saúde mental estável, por favor não se esforçem para além daquilo que vocês podem só para poderem saber o que aconteceu entre eles, ok? Deixarei um pequeno sinal antes das partes chegarem (∆) e vocês poderão saltar até que encontrem esse sinal novamente.

Mais uma vez, estou disponível para quem quiser desabafar e saibam que eu amo todos vocês, ok?

Boa leitura.

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O tempo parecia ter ficado mais lento desde que os três entraram no carro de Jane e se puseram a estrada, indo em direção a um hospital. Os postes que os acompanhavam na viagem, iluminando o caminho, pareciam mantos de névoa cobrindo a mente de Singto, que se sentia preso em areia movediça, o corpo de Krist nos seus braços servindo como um ponto de realidade, uma corda salva-vidas, um ponto de esperança em uma situação repleta de desespero. A forma como Krist estava apoiado em Singto trouxe ao cérebro do chefe de gangue, que mais parecia estar entorpecido, memórias de Neyah naquela mesma posição, seu rosto sereno e pálido iluminado pela luz da lua que entrava pela janela do quarto e, mesmo tendo durado somente alguns segundos, foram suficientes para fazer Singto encostar os seus dedos no pescoço do agente especial, como forma de se certificar que o homem que tinha a cabeça apoiada nas suas pernas estava vivo.

A névoa que cobria a mente de Singto era tão densa que ele nem consiga se lembrar direito do que tinha acontecido assim que Jane estacionou o carro na porta de entrada de emergência do hospital, quem foram os enfermeiros que tiraram Krist do carro, como ele tinha saído do carro e quantas horas tinham passado até aquele momento. Sentado em um banco na sala de espera, inúmeros enfermeiros e médicos passavam por ele mas Singto não conseguia se concentrar em mais nada que não fosse saber como Krist estava.

- Jane, será que dá para você se sentar por alguns minutos e se acalmar um pouco? - Nammon perguntou, olhando para a sua namorada que estava andando de um lado para o outro, estalando os dedos sempre que podia, uma expressão de preocupação no rosto. Para além dele, estavam presentes Jumpol, Namtan e Ciize, que apareceram no hospital minutos depois de Krist ter sido encaminhado para uma sala de exame e o ambiente ao redor deles estão cheio de ansiedade bem palpável. - Ou você vai acabar tendo uma queda de tensão e ser internada também.

- Eu não me importo com a minha tensão agora - Jane respondeu, ainda andando de um lado para o outro. - Amerie já devia ter aparecido aqui para nos dar alguma informação sobre Krist.

- Talvez ainda estejam fazendo exames nele - Nammon tentou acalmar ela, procurando nos outros um pouco de ajuda que não veio. Ele parecia ser o único relativamente calmo e não alienado do grupo por isso estava tentando evitar que houvesse um surto coletivo.

- Nam, eu também sou uma médica e sei muito bem quanto tempo um exame toxicológico leva para ser feito, por isso mesmo digo que já deveríamos ter alguma notícia.

Quem olhasse para as 6 pessoas que estavam perto daquele banco na sala de espera poderia chegar a conclusão de que ou estavam esperando pelo anúncio do nascimento de um bebé, pelas pessoas que mostravam ansiedade, ou morte de alguém, pelas pessoas que tinham expressões pesarosas nos rostos. No primeiro grupo estava Jane e provavelmente Nammon, que estava começando a deixar o nervosismo da sua namorada o afetar e no segundo estavam Namtan e Ciize, que pareciam já prontas para a pior notícia possível; Jumpol e Singto eram os únicos que não demonstravam nenhuma emoção nos seus rostos mas poderiam muito bem ser as pessoas com mais vontade de arrancar os cabelos de frustração.

Lawful Disorder (KristSingto/SingtoKrist)Onde histórias criam vida. Descubra agora