Lawful Disorder (KristSingto/SingtoKrist)

Capítulo 33: Me engana que eu gosto

[Contagem regressiva para o final da fic: 3/5]

Quem está preparado pra saber quem é o responsável pelas desgraças que aconteceram com Singto? Alerta de spoiler: Krist não estava. Muito menos Singto.

Boa leitura.

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Felicidade é um conceito demasiado abstrato para conseguir definir com uma simples frase ou uma explicação generalizada. Para algumas pessoas, felicidade poderia ser conseguir cinco minutos de descanso entre trabalhos, tomar um copo de café, dormir por mais do que quatro horas todos os dias, ler um bom livro. Para Krist, no entanto, era um pouco mais difícil para ele saber exatamente o que era felicidade para si, porque muitas das coisas nas quais as pessoas conseguiam momentos de felicidade não tinham efeito nenhum nele e aquilo por onde ele conseguia um pouco de felicidade, ainda que fugaz, não era compreendido pelos outros. Seu trabalho, as horas que ele gastava investigando, analisando, pensando, organizando missões e obtendo resultados davam a ele a felicidade que ele precisava para não afundar nas lembranças que vez ou outra tentavam puxar ele para um caminho que ele não queria sequer colocar o pé, porque sabia que dificilmente conseguiria sair, eram algumas das coisas que ofereciam a ele um pouco desse sentimento que parecia tão fugaz às vezes.

Mesmo que, às vezes, provocar Ciize também fosse um pouco satisfatório, Krist sempre colocou como base fundamental para a felicidade na sua vida bons resultados no seu trabalho e a manutenção das amizades que ele tinha, que foram um dos pilares para manter um pouco da sanidade que quase foi embora durante o seu período de recuperação pós-Niran e o fiasco que foi a relação deles. Por isso que quando Singto voltou para a sua vida, ele fez de tudo para não se acostumar em ter o homem sempre fazendo alguma brincadeira ou soltando um dos seus flertes ou jogando as suas provocações, porque conseguia sentir uma parte dele obtendo pequenos momentos de felicidade atrás de tudo aquilo, e sabendo que o tempo que eles seriam obrigados a estar juntos não era permanente, qualquer coisa vinda de Singto, fosse boa ou má aos seus olhos, devia ser recebido com uma parede que iria bloquear qualquer sentimento positivo que pudessem provocar.

Entretanto, as suas tentativas se tornaram em vão a cada dia que ele convivia com Singto, a cada sorriso que Singto conseguia arrancar dele com suas brincadeiras e piadas que muitas das vezes não tinham o mínimo de graça, a cada pensamento sobre o quão bom era ter o chefe de gangue do seu lado, afastando os pesadelos quando eles apareciam e o fazendo ver que, mesmo que tivesse colocado a sua felicidade no seu trabalho, fora dele e além dos seus amigos, ele poderia encontrar em Singto alguém com quem se sentir feliz também.

Aquilo não significava que Krist achasse que precisasse de outra pessoa para ser feliz, porque ele sabia que não. Sendo filho único, ele teve que aprender muito cedo como se divertir sozinho, porque não achava que os poucos amigos que tinha seriam capazes de fazer aquilo por ele, então sempre conseguia pensar em algo que pudesse dar a ele um momento de felicidade e também não fosse tão difícil de agarrar caso fosse necessário novamente. Mas Singto...havia algo em Singto que, ao invés de se sentir como algo que preenchia um vazio, era mais como um complemento; Krist era feliz, mas estar com Singto aumentava aquela felicidade.

Soltando um sorriso enquanto se lembrava das últimas palavras que falou ao chefe de gangue e o quão irritado o outro homem deve ter ficado com ele, porque ambos sabiam muito bem que acordar cedo não era algo que Singto gostava de fazer, em circunstância alguma. Colocar nas mãos de Singto a decisão de passar a oportunidade de ter um beijo dele e continuar a dormir ou sacrificar algo que ele gostava foi uma boa forma que Krist encontrou de torturar o outro homem um pouco, mesmo que não fosse totalmente sério. Ele não estava realmente irritado com Singto por causa do assunto do quase sequestro, até porque sabia que Jumpol não teria deixado ele trabalhar naquele assunto no estado em que estava no momento e uma parte dele entendia aquilo, mas a outra parte dele tinha passando por alguns segundos de terror ao imaginar o que teria acontecido se os homens que tentaram sequestrar Singto tivessem tido sucesso na sua missão e ele estivesse deitado naquela cama de hospital, sem ideia do que estava acontecendo.