Lawful Disorder (KristSingto/SingtoKrist)

Capítulo 15: Um "filho" ingrato?

Krist já descansou muito na investigação do Singto, agora vamos entrar na ação...

Infelizmente me empolguei demais escrevendo esse capítulo, então tive que dividir os 11k de palavras em dois capítulos ao invés de um como havia planejado, por isso teremos actualização dupla hoje!

Enfim, vocês não tem ideia do que vos espera a partir de agora.

Boa leitura.

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- Krist ainda está em casa, então me pergunto porquê que você escolheu ligar para mim tão cedo, sendo que ele não pode saber da existência deste celular - foi a primeira coisa que Singto disse assim que atendeu a chamada de Jirakit, depois de ter tirado o celular que não parava de vibrar debaixo da sua almofada. Ele tinha o hábito de deixar as coisas que ele achava terem que permanecer escondidas de Krist perto dele, principalmente durante a noite, porque tinha a sensação de que um dia o agente especial iria entrar naquele quarto e vasculhar tudo que visse pela frente; como não estava com vontade nenhuma de levar outra reprimenda do outro homem, as suas medidas para esconder o celular haviam sido atualizadas, ainda que o medo de ser descoberto continuasse ali.

O chefe de gangue podia escutar Krist andando pela cozinha no andar de baixo, tal como havia escutado o mesmo entrar e sair de casa há quase meia hora, depois da sua corrida matinal. Diferente dos outros dias, a corrida havia levado menos tempo que o normal, e Singto tinha quase a certeza de que Krist ainda estava paranóico com o barulho que ambos haviam escutado há quase uma semana, do lado de fora de casa, enquanto conversavam na cozinha. O que quer que tivesse acontecido, ele jamais iria se confirmar por ter tido a conversa deles interrompida daquele jeito, considerando que eram poucas as vezes que o agente especial deixava a guarda dele cair por tempo o suficiente para realmente querer estar perto dele.

Se ele tivesse que ser honesto, diria que as conversas que eles tinham eram uma das melhores partes do seu dia. Tendo que ficar trancado naquela casa todo tempo, com quase o dia inteiro sem uma companhia a não a dele mesmo, sem uma forma de distração (as suas crianças não contavam tanto, porque até ele sabia quando "brincar" consigo mesmo se tornava entediante), ele ficava super animado por ter outra pessoa com quem conversar, ainda que a dita pessoa não tivesse um humor tão convidativo e ficasse meio irritado com as suas palavras com muita facilidade. Quando ele disse a Jane que se divertia flertando com Krist, ele havia deixado de fora que gostava muito da companhia do outro homem, mesmo que estivessem em silêncio, no mesmo cômodo; havia algo refrescante na presença do agente especial, que Singto parecia estar ficando bem viciado.

- Acredite em mim, eu também gostaria de estar dormindo agora mas temos assuntos para tratar - Jirakit disse, seu tom de voz nada alegre, como se tivesse sido sacudido da cama. "Eu é que deveria estar assim", Singto pensou com os lábios franzidos. - Mas temos que conversar sobre aquele assunto.

Assim que escutou as últimas palavras do seu braço direito, Singto deixou de se esticar no chão, em uma das inúmeras posições de yoga que ele fazia quando se sentia preguiçoso, e soltou um suspiro. Ele estava esperando Jirakit se manifestar sobre aquilo, como sempre fazia todos os anos, mas não esperava que fosse tão próximo da data, não era costume dele agir quase tão tarde; ou talvez, a vontade de Singto de puxar aquele pensamento o mais fundo possível que podia na sua mente até que não pudesse mais ignorar havia tido efeito direto em Jirakit.

- Não, nós não precisamos conversar sobre isso - Singto respondeu, esticando a sua perna direita para trás e deixando a perna esquerda dobrada. Deu algumas respirações curtas, antes de continuar. - Você já sabe o que tem que fazer, nada mudou e duvido que vai mudar.