CAPÍTULO 1

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GREG ON

  Hoje seria um dia daqueles...
  O diretor ligou para o meu pai assim que ouviu a versão da minha professora da história, o que eu  confesso que era verdade, acabei me estressando e mandando a mesma a  mer*&.
  Estou tão perdido em meus pensamentos que não percebo que meu pai chegou e está me fuzilando com os olhos, ele nem sabe o que de fato aconteceu e já presumiu que eu tinha feito algo errado. Ouço a voz do Diretor Saltzman falando para o meu pai entrar.
  - Senhor Specter ! Que bom que chegou, por favor entre!
  Meu pai entra nitidamente irritado com toda a situação, porém tenta manter a calma na frente do diretor que começa a contar a ele tudo o que aconteceu durante a aula.

- Eu realmente não acredito que teve a coragem de falar desse jeito com a Senhora Evans! O que você tem na cabeça Gregory?!

    Meu pai fala num tom de voz realmente elevado que faz o senhor Saltzman se assustar um pouco, mas logo ele volta ao normal ao perceber que a voz do meu pai também me assustou. Ele deve estar adorando toda essa cena.

- Eu.. eu não... Eu não sei pai, sinto muito, eu só fiquei com raiva. - Digo tentando parecer o mais arrependido possível, mesmo não me arrependendo de nada.

- Senhor Saltzman, eu realmente sinto muito pelo comportamento do meu filho na escola hoje, garanto ao senhor que ele receberá a devida punição em casa. - Escuto a última frase do meu pai e meu coração já começa a acelerar, eu sei bem como é essa "devida punição" do meu pai.

- Gregory é realmente um garoto muito enérgico, ele fala as coisas sem pensar nas consequências, espero que aprenda a controlar  suas emoções melhor, porque se isso voltar a se  repetir terei que expulsa - ló do colégio. - Fala o diretor com uma certa ponta de esperança na última frase.

- O senhor pode ter certeza que esse acontecimento não vai se repetir nunca mais, peço desculpas por isso  mais uma vez ao senhor e a professora Evans. - Meu pai fala tentando se manter o mais calmo possível e eu sei que ele está se esforçando pra isso, se fosse qualquer outro dia tinha me batido aqui mesmo.

    Saímos da sala do diretor e vamos direto a caminho do carro, meu pai não fala nada, só caminha até o carro e eu faço o mesmo com alguns centímetros de distância dele  para evitar qualquer surto dele aqui no colégio.
    Eu sei exatamente o que vai acontecer quando a gente chegar em casa, então prefiro ficar em silêncio o caminho todo pra evitar falar alguma coisa que o irrite mais. Meu pai sempre foi assim, perde a paciência comigo muito rápido, eu acho que ele usa toda a paciência no escritório e no tribunal e quando chega em casa ela já se esgotou. É eu não contei antes mas meu pai é advogado, um dos melhores da cidade, as pessoas tem até medo de seguir o processo quando escutam que o "poderoso" Harvey Specter vai ser o outro advogado do caso. Eu o amo, amo muito pra ser bem sincero, só queria que ele conseguisse passar mais tempo em casa comigo ou que pelo menos tivesse um pouquinho mais de paciência.
   Nem percebo quando o carro desliga e meu pai sai, ele abre a porta do meu lado do carro e me olha sério falando:

- Você vai descer ou eu vou ter que te tirar do carro a força?

   Desço do carro imediatamente e entro no elevador. Moramos na cobertura de um dos prédios no centro de Nova York, é perto da minha escola e do escritório do meu pai.
   Entramos no apartamento e tento subir pro meu quarto antes do meu pai entrar, mas sou parado pelo mesmo que agarra o meu braço com força me forçando a ir para a sala.
- Me solta papai, tá me machucando! - Digo  com uma voz um pouco mais alta do que eu queria. Ele me larga me forçando a sentar no sofá e me encara, sua expressão está séria e severa. Não consigo ficar o encarando muito tempo, então começo a falar:

- Pai, eu sei que está bravo comigo, mas... - ele corta a minha fala e começa a gritar:

- MAS? MAS O QUE GREGORY? Eu duvido que você tenha uma boa explicação para ter falado daquele jeito com a Senhora Evans! - Ele tem razão, eu realmente não tenho uma boa explicação para aquilo, só mesma de sempre, perdi a paciência e gritei. Exatamente como ele faz comigo, mas não posso falar isso, porque com certeza o castigo seria bem maior.

Família SpecterOnde histórias criam vida. Descubra agora