CAPÍTULO 14

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GREG ON

Assim que chego no lugar marcado não a vejo em lugar nenhum, me sento em uma mesa pra esperar ela chegar. Converso com a Davina a mais ou menos uns dois meses, ela tem me dado aulas online de química, mesmo sendo uns 7 anos mais nova do que eu a garota é muito inteligente, a gente marcou de se encontrar hoje, ela disse que ela e a mãe estariam na cidade e que a mãe  queria me conhecer, entendo ela, Davina deve ter uns 10 anos e fala com um cara de 17  e se parar pra pensar é estranho.
Olho no relógio e já marca 19:40, procuro com os olhos pelo restaurante e não a vejo. Fico distraído procurando por ela no local, que não percebo quando uma mulher com aparentemente uns 38 anos, de cabelos castanhos escuros se senta na minha frente. Olho para ela confuso, sem entender o que ela fazia sentada na minha mesa e então ela fala:

- Olá querido! - Ela sorri enquanto fala.

- Oi? Desculpe, quem é você? - Pergunto sem fazer idéia de quem é a pessoa sentada na minha frente.

- Não se lembra de mim meu amor? Nem faz tanto tempo assim, não mudei tanto em 8 anos - Isso não é possível! Como?

A encaro fixamente por alguns segundos, segundos que parecem durar horas. Não pode ser real, se for, por que ela voltaria?

- ... Mãe? - Pergunto ainda perplexo com o que está acontecendo.

- Eu sei, você estava esperando outra pessoa, Davina, mas eu pedi para ela pra me deixar ver você antes... - Ela passa a mão no meu rosto enquanto fala - ... Você cresceu tanto! Está tão lindo!

Eu não sei o que falar, estou em estado de choque, não consigo nem sequer me mexer, imagina falar.

- Não precisa ficar assim amor, eu não mordo não, sabia? A gente pode pedir o jantar... - Ela faz sinal pra garçonete vir nos atender - ... E enquanto comemos você me pergunta o que quiser! O que você quer pedir?

- Eu... Eu não sei... Tanto faz - Respondo meio confuso ainda, parece que as palavras estão sumindo do meu cérebro.

- Okay. Pra ele pode ser o mesmo que o meu - Ela diz pra moça, que sai com os pedidos anotados.

- Por que está aqui? - Finalmente me manifesto e ela me olha nos olhos.

- Estava na hora de voltar! queria ver você, saber como está e ... - Não deixo ela terminar a frase e indago:

- Por que? Por que agora? Só sentiu minha falta agora? Ou pesou a consciência?

- É claro que não meu amor! Eu senti sua falta todos os dias, cada segundo desses anos todos eu senti a sua falta! - Ela parece sincera na maneira como fala, mas não significa que eu acredite nela.

- NÃO ME CHAMA DE AMOR!... - Respondo gritando, e percebo alguns olhares na nossa mesa - ... Se sentiu tanto assim a minha falta, por que não ligou? Pelo menos pra se despedir! Teria mudado tudo...

Sinto as lágrimas querendo escorrer pelo meu rosto, mas não vou deixar, não vou chorar por ela...

- Querido eu não podia... Tinha medo da sua reação.

- Então não ligou, porque tinha medo de como uma criança de 9 anos ia falar?! - Respondo incrédulo com a sua fala.

- Querido eu sei que nada faz sentido e que talvez nunca faça, mas por favor... Deixa eu  explicar porquê fiz tudo isso...

Não consigo responder, ainda estou em choque. Resolvo deixar ela contar a versão dela da história.

- Quando você fez 8 anos, eu tinha descoberto que seu pai não me amava, pelo menos não do jeito que eu queria... Eu... Eu tive, bom... Eu tive um caso. - Ela fala de uma maneira envergonhada, parece um pouco arrependida - E eu fiquei grávida... Não sabia o que fazer, na época nosso casamento era só fachada, já tinha acabado, mas era uma coisa que mancharia o nosso nome aí uma amiga me ofereceu um emprego na firma dela em Chicago e eu vi ali uma oportunidade de recomeçar, de fazer tudo certo dessa vez.

- Recomeçar? Certo? Em que parte da história abandonar o seu filho é certo? - Sinto as lágrimas chegando e luto para não deixar ela escorrerem - VOCÊ ME ABANDONOU E NADA QUE FAÇA OU FALE VAI MUDAR ISSO!

- Eu entendo a sua revolta amo... Mas eu preciso que entenda o meu lado, eu precisava disso! - Ela fala olhando com olhar de arrependimento.

- ENTENDER O SEU LADO? E você por acaso pensou em ENTENDER o meu? Você é a pessoa mais hipócrita que eu conheço. Devia ter desaparecido e NUNCA MAIS VOLTADO! - Falo quase cuspindo as palavras em sua cara. Não consigo mais segurar o choro, é uma mistura de sentimentos que eu não sei explicar. Eu só quero sair correndo daqui o quanto antes.

- NÃO FALE COMIGO DESSE JEITO, EU SOU SU MÃE! - Ela grita as palavras pra mim.

- MINHA MÃE? Você é Dana Scottie, o ser humano mais desprezível que eu conheço! Isso que você é! EU NÃO TENHO MÃE! - Respondo no mesmo tom que ela e levando da mesa e começo a andar em direção a porta, ela segura meu braço com força me puxando fazendo olhar para ela. Ela está com os olhos cheios de lágrimas.

- Por favor meu amor, eu preciso que entenda, sinto sua falta!

- O que você quer? De verdade? Dinheiro? Eu dou pra você e você some, não volta nunca mais! - Respondo em meio as lágrimas no meu rosto. Puxo meu braço de volta e saio do restaurante, deixando ela pra trás.

Entro no carro aos prantos, não consigo parar de chorar, não acredito no que estava acontecendo. Começo a dirigir, mas não consigo ver nada, minha vista está embaçada por causa das lágrima.

Não sei o que aconteceu, minha cabeça lateja de dor. Olho em volta e... Que lugar é esse?

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Oiê gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim💞

O que vocês estão achando da história? Me contem nós comentários ☺️

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