CAPÍTULO 38

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GREG ON

Eu estava tão tomado pela raiva do meu pai, que nem reparei quando  xinguei ele, duas vezes. Quando a primeira palmada caiu sobre minhas nádegas, só me deixou com mais raiva dele... Ele não tinha o direito... NÃO TINHA... Eu sei muito bem separar as coisas, eu nunca me deixaria levar pelo meu relacionamento.
Quando ele abaixou a minha cueca e me deixou desnudo, eu sabia que tinha me ferrado por gritar com ele e por telo xingado, mas não conseguia evitar, estava me sentindo traído, eu tinha certeza que ele ia deixar... Criei muita expectativa e acabei me ferrando. Tentei a todo custo fazer ele me largar, mas ele era mais forte, eu não conseguia, só gritava para ele me soltar. As palmadas eram com bastante força, meu bumbum parecia que estava pegando fogo, continuei pedindo para ele parar até que.

SLAP FILHO DA PUTA!

Meu pai parou as palmadas no mesmo instante que me ouviu, sinto minha respiração congelar, MERDA! Nao acredito que eu xinguei ele, DE NOVO! Me pai tira as mãos das minhas costas e num movimento rápido saio do seu agarre.

- Pai eu n-não... - Tento me explicar, mas meu pai me olha e automaticamente eu calo a boca.

- Repete o que você falou! - Ele fala com a voz áspera e nervosa.

Tendo correr em direção a escada, mas meu pai agarra meu braço no meio do caminho.

- REPETE O QUE VOCÊ FALOU! - Ele grita extremamente irritado.

- Papai d-desculpa... - Falo assustado.

- Desculpa? DESCULPA? Acha que é o suficiente depois DISSO? - Meu pai fala apertando mais o meu braço.

- Tá me machucando... - Falo tentando me soltar.

- Escuta bem o que eu vou dizer pra VOCÊ!!! - Meu pai fala me olhando nos olhos - Você vai subir pro seu quarto, tirar toda essa roupa e me esperar quietinho. Se eu ouvir um barulho sequer... Você vai apanhar mais ainda.

Meu pai solta o meu braço e corro pro meu quarto, FUDEU! Eu não falei por mal, não acho que um idiota, muito pelo contrário, meu pai é a pessoa que eu mais admiro no mundo, só falei isso por quê estava com raiva... Agora o palavrão foi involuntário, falei no calor do momento... DROGA! A raiva no olhar do meu pai era quase palpável, não vai ter choro no mundo que faça meu pai mudar de ideia hoje...
  Entro no quarto, tiro a roupa e me jogo na cama, começo a chorar descontroladamente, meu pai tem razão, eu sou muito impulsivo, se eu tivesse parado de gritar na primeira vez que ele mandou, me pouparia de toda a dor que vai vir. Eu só queria ficar com ela, ter um relacionamento sério, sem esconder de ninguém, normal... E agora eu cavei a minha própria cova.
  Estou deitado de bruços na cama, chorando alto que nem ouvi meu pai entrar no quarto, ele para atrás de mim com uma vara na mão, tento puxar a coberta pra cima de mim, mas ele é mais rápido e a tira da cama. Me me encolho na cama, porém meu pai me puxa pelo braço, me fazendo deitar novamente  de bruço sobre a cama.

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- Para por favor pai...tá doendo muitooo - Pedi em meio ao choro.

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Meu choro que já era alto se intensifica, perdi o resto de dignidade que eu tinha, chorava, esperneava, soluçava, pedia por favor para ele parar, mas ele ignorou todos os pedidos e continuou meu castigo.

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- Desculpa papai... Eu não... Quis dizer aquilo... - Tento me explicar, mas de nada adianta.

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Eu não tinha mais forças pra pedir para ele parar, só chorava, e  a carga emocional de cada uma daquelas cintadas doía mais do que a própria dor física.

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Meu pai para quando a vara quebra, meu corpo inteiro doía, TUDO, minha cabeça latejava de tanto chorar, minha bunda parecia que soltava brasas, eu sentia as minhas pernas moles de dor.
Junto toda a força que eu tenho e me levanto da cama, me afasto do meu pai e coloco minha roupa de volta e encaro o meu pai.

- EU TE ODEIO! - Grito e sai do quarto, desço rápido as escadas e espero o elevador vir.

Entro no elevador chorando, está tudo doendo, mas dói mais ainda pensar no meu pai, eu sei que  pisei na bola hoje, sei que ele detesta gritos e pior ainda, xingamentos, mas ele descontou tudo em mim, eu sei que estava errado, mas não precisava disso... Não mesmo... Não é justo.
Saio do elevador com as lágrimas ainda rolando no meu rosto... Eu não odeio ele... Não sei nem se consigo...
Sento no banco de uma praça próxima do apartamento e acabo ligando pra minha mãe, ela atendeu rápido e se assustou com a minha voz embargada do choro. Não demora muito e ela aparece na praça me procurando, até parar os olhos em mim e vem rápido na minha direção.

- Filho o que aconteceu? - Ela pergunta se abaixando na minha frente.

Não falo nada, só me jogo nos braços dela e deixo o meu choro sair, eu corpo já estava doendo de tanto chorar, mas eu não conseguia parar.
Minha mãe me abraça rápido e da leves beijos na minha cabeça, passando as mãos nas minhas costas vagarosamente pra tentar me acalmar.

- Está tudo bem querido... Se acalma... Respira comigo vai... Puxa pelo nariz e solta pela boca - Ela fala com uma voz calma, enquanto passa a mão no meu rosto.

Tento me acalmar, foco na minha respiração pra tentar parar o choro e aos poucos vai parando. Afasto meu rosto do seu peito e ela seca as lágrimas do meu rosto delicadamente com a mão.

- Me conta o que aconteceu amor... - Ela me olha preocupada.

- Ele não deixou... - Digo baixo. Não quero falar sobre isso agora, se não eu vou cair no choro de novo - Eu posso ficar com você hoje?

- É claro que pode meu amor... - Ela fala se levantando e me estendendo a mão - Eu deixei o carro logo ali - Ela aponta com a mão em direção ao carro - Vamos e em casa conversamos.

Sigo com ela até o carro e passamos todo o caminho até o apartamento dela em silêncio, não queria tocar no assunto ainda. Sinto meu celular vibrar algumas vezes, tinha até esquecido que ele estava no bolso da calça, era meu pai me ligando, não atendi, não queria falar com ele.
Assim que entramos no apartamento, ela me mostra o banheiro e eu entro, lavo meu rosto algumas vezes, até aliviar a cara ade choro que eu estou, saio do banheiro e vou direto na sala. Minha mãe me entrega uma caneca com chocolate quente e se senta aí meu lado.
Conto pra ela o que aconteceu, todas as partes, desde do "não", até o " Eu te odeio", ela tenta evitar fazer expressões com o rosto, enquanto eu conto, mas é inevitável a cara de susto que ela faz quando eu falo da surra. No final, ela só me abraça e diz que vai ficar tudo bem, até o sono chegar, ela me leva pra dormir em um outro quarto que tem tem no apartamento.
Passei boa parte da noite sem conseguir dormir, meu cérebro estava a mil, só ficava pensando no meu pai e em como ele deveria estar, mas eu ainda não queria falar com ele. Acabo dormindo horas depois, mas não de sono, e sim, de cansaço físico e psicológico.

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Ai está o novo capítulo gente, espero que gostem💞

Me contem o que acharam do capítulo de hoje.

O Harvey perdeu total a paciência e dessa vez o Greg não aguentou.

*Aviso*

Nos próximos capítulos, vou a contar a história pelos olhos da Scottie também, pra vocês poderem conhecer ela melhor😊



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