CAPÍTULO 6

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HARVEY ON

- Jéssica? - Pergunto preocupado por ela estar me ligando tão tarde.

- Harvey, eu te liguei pra avisar que... - Corto sua fala no meio e me adianto perguntando:

- Aconteceu alguma coisa com o caso? Eu avisei você que parecia fácil demais - Falo a questionando. Geralmente quando Jéssica liga esse horário é porque algo aconteceu na firma.

- Não Harvey, está tudo bem com o caso. Eu te liguei pra dizer que Greg está aqui em casa. - Ela diz com a voz calma.

Sinto um alívio percorrer pelo meu corpo, ele está bem é só nisso que consigo pensar agora.

- Como assim com você? O que ele tá fazendo aí? - Pergunto meio sem entender.

- Eu o encontrei andando pela rua, ele me contou o que aconteceu. Harvey se não estiver calmo, nem apareça aqui! - Ela me responde seria no telefone. Só pode estar de brincadeira, ele foge de casa e eu tenho que estar calmo!

- Calmo? Sério mesmo Jéssica? Eu tô uma pilha de nervos! Estou procurando ele faz horas!!! Como quer que eu esteja calmo?

- Harvey é sério! Só venha buscar ele quando estiver calmo. Ele está com medo, se arrependeu de ter fugido porque sabia que você ficaria mais bravo. - Diz ela em defesa dele.

- É bom ter se arrependido mesmo! - Exclamo nervoso ao telefone.

- Se acalme e aí sim venha buscar ele, caso ao contrário, não deixo você nem entrar! - Era só o que me faltava mesmo...

- Okay Jéssica, daqui a pouco apareço aí - Respondo bufando. Quando a Jéssica coloca algo na cabeça não a nada que faça ela mudar de idéia.

GREG ON

Escuto a Jéssica no celular com o meu pai. Não acredito que ela contou pra ele, mas tudo bem, uma hora ou outra ele ia saber mesmo. Finjo que estou dormindo quando ela volta para a sala e ela se senta no outro sofá. Não vou conseguir dormir agora! Meu estômago está horrível com medo da hora que meu pai chegar.

Fico ali por uns bons minutos pensando como eu faria pra pedir desculpas para o meu pai. Que ideia idiota que eu tive, era óbvio que ele ia me achar! Podia ter ficado só com a surra do boletim e agora tenho duas pra conta, isso se ele não resolver me culpar por outras coisas.

Perco a noção de quanto tempo fico pensando nisso e acabo dormindo de verdade. Só acordo quando escuto uma conversa na cozinha. MEU DEUS ELE CHEGOU! Quanto tempo será que eu dormi? Escuto a conversa deles na cozinha e por mais incrível que pareça a voz do meu pai estar calma.

- ... Ele só tem 17 anos Jéssica, eu estava desesperado atrás dele! achei que pudesse ter acontecido alguma coisa... Eu estava com medo de perder ele - Escuto meu pai dizer a Jéssica.

- Eu sei Harvey, mas ele também está assustado e com medo. Não brigue com ele, sei que o que ele fez foi errado, porém foi na hora do desespero. Ele está arrependido, sei disso... - Ela tenta argumentar a meu favor para ele.

- Eu sei... Eu sei, não quero brigar com ele, só quero que ele volte pra casa comigo - A voz do meu pai está trêmula, é estranho, ele sempre tem a voz tão firme e grossa.

Escuto seus passos vindo em direção a sala e me sento no sofá rapidamente, meu pai me abraça forte e beija minha testa. Me assusto com a sua reação, achei ele iria chegar me batendo. Retribuo o abraço e quando me dou conta estou chorando no seu peito.

- Me desculpa papai... Eu não queria fazer isso... - Digo em meio as lágrimas.

Papai me olha calmo e passa o dedo no meu rosto para secar as lágrimas. Ele sorri pra mim e me abraça mais uma vez.

- Eu sei carinha...Vai ficar tudo bem, tá bom? - Ele me responde ainda com os braços em volta de mim, sinto a respiração dele ir desacelerando... - Precisamos voltar para casa né filho?

- Sim, sim - Respondo me recuperando do choro ainda. Meu pai se levanta e eu faço o mesmo.

- Jéssica obrigada por ficar com ele nesse tempo. Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa - Diz meu pai agradecendo a Jéssica. Eu faço o mesmo e depois vamos para o carro dele que está lá fora.

Entramos no carro e meu pai dirige até em casa. Descemos do carro e vamos para o elevador. Ficamos em silêncio em todo o caminho, mas parecia tudo bem dessa vez.

- GRAÇAS A DEUS! - Exclama minha irmã vindo correndo da sala assim que entramos. Ela me abraça e eu faço o mesmo.

- Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - Pergunta ela mexendo no meu cabelo e me olhando nos olhos.

- Estou bem Carol! Só estou com sono... - digo respondendo sua pergunta.

- Todos estamos, já está mais do que na hora de dormirmos. Vamos, pra cama - Diz meu pai fazendo sinal para subirmos para os quartos.

Entro no meu quarto e sento na minha cama esperando meu pai vir. Ele não parece muito bravo, mas é sempre assim que funciona, ele diz "Pro quarto" é basicamente um sinal de "Eu já estou subindo".

Meu pai aparece na porta do quarto e fala:

- Não falei pra você ir dormir? - Questiona ele ao me ver sentado na cama.

- Eu achei que... Você fosse, você sabe... - Digo meio perdido nas palavras.

- Não carinha, hoje não. Vamos deite pra dormir, porque já está tarde - Ele fala arrumando meu travesseiros.

Troco de roupa e me deito na cama, subo minha coberta e meu pai me dá um beijo na testa.

- Eu te amo carinha, sabe disso né? - Ele fala sorrindo pra mim, enquanto faz carinho no meu cabelo.

- Eu sei. Eu também te amo - respondo também sorrindo.

  Meu pai fica sentado na minha cama mexendo no meu cabelo até eu pegar no sono.

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Vocês acham que o Greg escapou dessa??? Me contem nós comentários ☺️

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