CAPÍTULO 27

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GREG ON

Acordo no dia seguinte com uma dor no corpo todo, provavelmente causada pela surra que eu levei do meu pai no dia anterior, mas já estava tudo bem. Meu pai viu a marca no meu pescoço ontem, eu sei... Eu senti que ele ficou bravo, mas não falou nada disso até agora, talvez tenha me batido por isso também, só talvez não quisesse falar desse assunto, mas que seja, isso não importa agora. Vou encontrar a minha mãe hoje, vamos sair pra almoçar. Nas primeiras vezes que sai com ela foi um pouco constrangedor, a gente não tinha muito "assunto" pra conversar, agora não, as conversas surgem de forma natural, não uma coisa mecanizada.
Troco de roupa e sinto uma dor na bunda só de subir a calça pra fechar, não estava acostumado a apanhar desse jeito, se o meu pai queira me colocar medo pra nunca mais fazer isso, pois parabéns, conseguiu! Nunca mais na minha vida quero uma surra dessa, acho que as marcas vão arder por dias.
Termino de trocar de roupa e desço pra ver se meu pai ainda está em casa, ia pedir pra ele me levar lá, já que eu não posso pegar o carro nunca mais na minha vida.

- PAIIIIIII - Grito enquanto desço as escadas correndo.

- NÃO GRITAAA - Ele responde do escritório também gritando.

- Ué? Tá gritando também! - Respondo fazendo cara de indignado.

- Eu posso! - Ele afirma enquanto sorri pra mim.

- Por que só você pode hein? - Pergunto sentando na cadeira na frente da mesa.

- Porque sim - Ele responde dando de ombros - O que você quer?

- Me leva no shopping? Já que VOCÊ disse que eu não posso usar nenhum dos carros mais... - Falo acusando.

- VOCÊ sabe bem porque não pode usar o carro - Ele me olha fixo - O que vai fazer no shopping?

Aí vem um momento um tanto quanto delicado... Meu pai concordou em deixar eu me encontrar com ela, mas isso não significa que ele goste da ideia.

- Bom... É que... A gente marcou de almoçar lá... - Respondo tanto não falar o nome dela ou chama lá de mãe.

- A gente quem? - O ruim é que meu pai só se contenta quando tem nomes.

- A... A minha... Bom, minha mãe... - Respondo um pouco baixo, mas ele ouviu.

- Tudo bem... - Seu tom de voz não é o dos meu favoritos.

Ele não fala muita coisa durante o caminho, só comentou que tinham resolvido os problemas que tinham na firma e perguntou das minhas notas, algo que pela primeira vez em 3 anos, não estavam péssimas, ÓBVIO, não eram ótimas, mas pelo menos eram menos vermelhos, só uns dois...
Ele me deixa na porta do shopping e fala de depois vem me buscar, eu concordo com a cabeça e saio.
Encontro minha mãe sentada numa das mesas da praça de alimentação do shopping e vou em sua direção, ela levanta e me abraça, até ela também ver a MERDA DE MARCA no meu pescoço.

- O que é isso? - Ela fala sério em minha direção e eu não sei explicar o porquê, mas a maneira que ela falou me assustou.

- Eu explico... Isso é... Bem, eu acabei... Bom foi assim... Eu... - Eu não conseguia encontrar uma maneira "correta" de contar a ela.

- Eu sei o que isso é Gregory e não precisa descrever o que aconteceu, porque eu imagino - Sua voz parecia mais amigável agora, talvez ela não ligasse...

- É, foi ontem, por isso tá bem forte ainda... - Falo tentando fazer parecer confortável.

- Me diz que vocês se protegeram? - Sinto meu rosto ferver de vergonha, com certeza já devo estar vermelho.

- Claro mãe... - Respondo extremamente envergonhado.

É muito estranho falar disso com ela, a gente mal se conhece e... Melhor deixar pra lá.
Continuamos conversando durante o almoço e estava tudo bem até ela começar a fazer perguntas sobre o meu pai.

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