CAPÍTULO 11

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HARVEY ON

Vejo minha filha entrar em casa, ela parece bem, não parece com raiva ou algo do tipo.

- ONDE VOCÊ ESTAVA? - Pergunto me alterando. Não estou bravo de verdade, não sou de ficar cobrando justificativas dela, mas preciso saber se elas se viram. - CAROLINE! ESTOU FALANDO COM VOCÊ!

- É sério isso? Aonde eu estava? - Ela me pergunta indignada.

- SE EU TIVER QUE REPETIR A... - Ela corta a minha frase e esbraveja:

- MEU DEUS PAI! Eu saí... Por que tá assim? -  Ela me encara sem entender nada.

- Eu perguntei aonde Caroline! - Falo dessa vez mais calmo.

Ela parece me analisar com olhar, me olha de cima a baixo, como se estivesse vendo se podia falar ou não.

- Fui no aeroporto buscar um amigo... E depois a gente foi... Bom a gente foi jantar. Satisfeito? - Ela me olha nitidamente irritada.

Sinto um alívio ao ouvir que ela foi no aeroporto e não encontrar a Scottie, mesmo eu achando que ela nunca iria querer encontrar a Scottie de novo.

- Satisfeito! - Respondo na mesma ironia que ela usou.

  Ela sobe bufando de raiva pro quarto. Nem eu nem ela estamos acostumados a esse tipo de conversa, geralmente eu não fico perguntando onde ela vai ou com quem, só precisava saber se elas se encontraram.

GREG ON

Não acredito que eu tô vivendo pra ouvir o meu pai gritar com a Caroline, isso sim é inédito pra mim, o que será que está acontecendo nessa casa? Credo.
  Sinto meu celular vibrar, pois estava no silencioso já que era pra mim estar dormindo. Pego celular e vejo a mensagem:

"Estamos combinados de sair amanhã??"

Fala sério, e agora? O que eu faço?  nem sei se o meu pai vai deixar eu sair. Uma parte de mim quer ir encontrá-la e a outra parte quer se livrar dela o quanto antes.

" Preciso ver ainda, daqui a pouco eu te respondo"

Desligo a tela do celular e percebo que os gritos lá em baixo pararam então decido descer pra falar com o meu pai.

- Pai? - Pergunto batendo na porta do seu escritório - Posso entrar?

- Pode sim, o que foi? - Pergunta ele sentado na cadeira atrás da mesa.

- Queria saber se posso sair amanhã? - Resolvo perguntar de uma vez ou invés de ficar enrolando igual eu sempre faço.

- Sair para onde? - Ele pergunta com os olhos focados no pedaço de papel que está na sua mao

- Ir no cinema - Respondo rápido

- Com quem?

- É um interrogatório por acaso? - Falo e logo me arrependo.

- Tem algum problema em responder as perguntas? - Ele me indaga sério.

- Não senhor... - Penso um pouco antes de responder e acabo falando - ... Com a Valentina.

Ele me encara com um olhar confuso e fala: - Com ela? Mas não é dela que você queria se livrar?

- Não quero me livrar dela pai, que horror - Respondo tentando contornar a situação.

- Foi você quem falou, eu ein... - Ele volta a olhar os papéis em sua mãe e me toco que ele ainda não disse se eu podia ou não.

- Eu posso ou não? - Pergunto.

- Pode, mas quero você em casa antes das 22 horas e nem um minuto a mais, okay?

- Sim senhor - respondo e me despeço dele e subo novamente para o meu quarto. Pego meu celular e dígito a resposta.

" Combinado, amanhã às 19:30. Nos encontramos lá"

Não demora muito e ela já me responde.

" Okay amor, 19:30"

Amor? Sério? Misericórdia! tenho que ir nesse encontro pra acabar com tudo.

Acordo e vou direto para o banheiro, tomo um banho e faço minha higiene pessoal. Desço as escadas e vejo que o café já está na mesa, mas não encontro nem minha irmã nem meu pai. Sento sozinho mesmo e tomo café, termino de tomar café e a casa está tão silenciosa que até me assusto quando vejo Mari vindo arrumar a mesa.

- Bom dia Mari... - Digo assim que ela se aproxima - Viu meu pai ou a minha irmã?

- Bom dia querido! Eles já saíram, seu pai saiu bem cedo e a Caroline saiu agora a pouco - Me responde enquanto começa a tirar a mesa.

- Que? Os dois? Como eu vou pro colégio? - Pergunto indignado.

- Seu pai deixou a chave de um dos carros ali em cima... - Ela fala apontando pra chave em cima do balcão.

Isso sim é inacreditável a chave do Porsche! Não tô nem acreditando, meu pai é a pessoa mais ciumenta do mundo quando o assunto é os carros dele. O que será que aconteceu pra ele sair tão cedo e ter que deixar a chave do carro comigo? Bom, seja lá o que for eu é que não vou perder a chance de dirigir o carro.
Pego a chave em cima do balcão e saio em direção ao elevador. Chego no estacionamento e entro no carro, MEU DEUS nem acredito! Meu pai tem  cinco carros ao todo, nunca deixou eu dirigir nenhum deles e também nunca quis me dar um de presente, por isso ele vai me levar e vai me buscar todos os dias.
  Chego no colégio e estaciono o carro, desço do mesmo e guardo a chave.

- Ei você! - Digo fazendo Cheryl se virar pra mim e abrir a boca chocada.

- Como conseguiu isso? Seu pai sabe? Meu Deus Gregory - Ela fala enquanto olha para o carro.

- Foi ele que deixou a chave comigo, sei lá o porque, mas não sou eu que vou questionar.

Entramos no colégio conversando sobre várias coisas aleatórias e vemos que tem um professor diferente na sala, acho que deve ser o novo professor de educação física.

- Bom dia alunos! Eu sou sou o professor que vai substituir o Senhor Waynes, Me chamo Derek Hale - Ele se apresenta na sala e em seguida pede para que a gente se  apresente também.

- Gregory Specter - Digo assim que chega na minha vez, sua expressão parece surpresa, acho estranho, mas não ligo.

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