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Mercury Stanford

O dia da ultrassom era hoje. Era hora também de ouvir o coração do bebê e eu também pegaria o resultado do exame de sangue para saber o sexo.

Me deito na maca e a médica levanta minha blusa, sorrindo para mim e colocando aquele gel ali. Blake estava do meu lado, mas hoje ainda não tínhamos trocado uma palavra sequer.

Suspiro discreta e logo depois da ultrassom, alguns aparelhinhos são colocados em minha barriga e se é possível ouvir o som do coração.

- Meu parabéns. É um grande garoto saudável. - ela fala sorrindo enquanto olha o resultado do exame de sangue.


- Céus... - ouço a voz de Blake falha e vejo ele levar as mãos no rosto. - É um menino! É meu menino!

A médica ri e limpa minha barriga, me fazendo sinal para sentar.

- Vou olhar sua pressão. - ela avisa e eu assinto.

- É um menino. - Blake volta a falar e a médica ri novamente.

- Você não é o primeiro pai que se emociona ao saber disso. - diz colocando o aparelho em meu pulso.

Minha outra mão é segurada e eu venho a ficar quieta diante daquilo.

- Muito boa a pressão, srta. Gray. - ela fala e eu nego com a cabeça.

- Stanford, por favor. - não evito corrigir.

- Ah claro, me desculpe. - ela sorri sem graça. - É que parecem um casal.

- As vitaminas pré natais ainda são necessárias? - Gray muda de assunto.

Ela assente e começa a falar algumas coisas e dentre elas, ouço "gravidez de risco".

- Obrigada. - falo finalmente e me levanto, saindo da sala com Blake.

- Posso abraçar você? - ele questiona. - Sabe...eu estou muito feliz. E devo agradecer você por isso.

- Vamos embora. - é tudo o que falo e ele suspira.

- Claro. - murmura, mas sorri. - Podemos decidir o nome já?

- Já. - respondo e andamos para fora do hospital.

- O que acha de...Thomas? - molha os lábios.

- Gosto. - entramos no carro, onde eu passo a mão no rosto.

- Você está bem? - questiona e coloca a chave. - Quer sair para comer algo?

- Não, obrigada. - respondo.

- Estou feliz por ser um menino. - diz me olhando. - Queria que pudéssemos esquecer isso por algumas horas.

Olho para ele e na mesma hora seu celular toca.

Ele rejeita a ligação e traz uma de suas mãos para minha barriga.

- Hey, baby boy. - ele sorri. - Sua mamãe e eu não estamos nos dando muito bem, mas eu prometo que você vai ser muito feliz conosco, tudo bem? Vou me esforçar para ser o melhor pai que poderia ter.

De seguida ele desliza a mão para a minha e eu engulo em seco.

- Não começa. - murmuro. - Por favor.

- Eu sei que errei e me torturo por isso todos os dias. - suspira. - Eu só queria que pudéssemos ser...nós, ao menos uma vez.

- O que está me pedindo não é fácil, Blake. - o olho. - Não é.

- Eu sei que não é, mas poderíamos tentar. - me olha também. - Eu fui um babaca, ridículo, idiota, que destruí você. Mas quero fazer você a confiar em mim, mesmo que apenas como amigo.

- Você vê que eu não sei o que fazer? - suspiro. - Minha vida está maluca.

- Você pode só...deixar as coisas fluírem. Se permitir confiar, mesmo que seja difícil. - acaricia minha coxa. - Eu vou estar aqui sempre que precisar.

- E põe difícil nisso. - falo e ele torce os lábios. - Uma vez já é demais...Duas vezes é insuportável.

- Eu estou aqui, tudo bem? - sorri fraco e beija o topo da minha cabeça. - Mesmo que não me queira.

Queria muito não querer ele mais.

- Vamos embora. - peço.

- Quer ir no Walmart? - questiona sorrindo fraco. - Sei que ama ir lá fazer compras.

- Casa, Blake. - falo mais uma vez.

- Tudo bem, tudo bem. - ele diz em um tom divertido. - Podemos compras as coisas do bebê pela internet quando chegarmos? Estou empolgado.

- Sim. - pego minha garrafinha de água e ele dá a partida.

Meu celular vibra e eu vejo a notificação de uma mensagem do Zach.

"Hey, estou indo almoçar em um restaurante brasileiro. Sei que você gosta, topa vir?"

Mando uma mensagem dizendo que não poderia ir e bloqueio a tela do celular.

- Então...carrinho, berço e decorações? - questiona rindo.

- Decoração é comigo. - digo e ele ri.

- Eu compro o berço então. - molha os lábios rindo. - Compramos um bebê conforto?

- Sim. - dou de ombros.

Meu celular começa a tocar e eu bufo, vindo a virar a tela para baixo. Era Zach, mas eu não sentia que queria falar nada agora. Com ninguém.

- Minha mãe? - questiona.

- Não. - nego. - Não é nada.

- Tudo bem. - dá ombros e ri. - Eu comprei açaí para você. Está no congelador.

- Obrigada. - digo e logo chegamos em casa.

Descemos do carro e eu arregalo os olhos ao sentir algo em minha barriga.

- O que foi? - ele questiona e segura minha cintura ao ver minha expressão. - Está doendo?

- Está mexendo. - murmuro e ele coloca a mão ali.

- Meu deus, meu deus, meu deus. - fala sorrindo grande e se abaixa em minha frente, beijando várias vezes minha barriga. - Mexe de novo!

Novamente sinto algo na barriga e Blake sorri grande enquanto tem a mão ali.

- Ele mexeu! - arregala os olhos e parece emocionado.

O mesmo sorri grande e entramos em casa.

false dream life ↬blake gray| zach herronOnde histórias criam vida. Descubra agora