X | one by one

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🦉

Primeiro pensou que estivesse morto.

Mas sentia abaixo de si a textura macia dos lençóis e o cheiro familiar de sua própria cama. Nunca pensou que o céu fosse ser sua própria casa...

Bem, não estava morto, pelo menos esperava que não já que sentia uma dor horrível em seu peito. Grunhiu e abriu os olhos devagar dando de cara com o teto do seu quarto, as rachaduras familiares nunca foram tão reconfortantes.

— Não — ouviu a familiar voz grave em um tom decepcionado e se forçou a olhar para o lado. — Não, Meg, pata — Taehyung estava sentado no chão em posição de índio com Meg deitada a sua frente, ele tinha a mão aberta no ar e a cadela o olhava sem entender nada. — Vamos lá! Pata!

— Ela... ela não é muito obediente — a voz de Jackson soou estranha e ele engoliu em seco, sua garganta estava arranhando em secura.

— Claro que você acordou, vaso ruim já sabe — apesar das palavras Taehyung sorria quando se levantou do chão limpando as mãos na calça jeans.

— Eu morri? — o mais novo riu alto enquanto ia até o criado mudo e servia um copo de água, ajudou o mais velho a se sentar e entregou em suas mãos.

— Eu sou um anjo mesmo, mas não — se sentou em uma cadeira ao lado da cama observando o outro beber toda a água do copo.

— O que aconteceu? — Jackson perguntou agora com a voz mais estável vendo o outro sorrir e cruzar os braços.

— Tentaram te matar, é claro, o que mais seria? — O delegado então se lembrou em um flash, o disparo e o tênis colorido. Levou uma mão ao peito sentindo o local dolorido, mas intacto. — Desde quando você anda com o colete à prova de balas?

— Desde que Woosik foi a delegacia. — Taehyung assentiu. — Foram eles não é?

— Difícil de provar, muita gente tem motivos para querer um delegado morto, mas é, foi sim — os dois suspiraram ao mesmo tempo, o circulo estava fechando e estavam em desvantagem, sabiam disso.

— E como você..?

— Como vim parar aqui? — Jackson assentiu bebendo um pouco mais de água. — Aparentemente eu estava na sua discagem rápida.

— Eu te liguei? — olhou para o outro surpreso e Taehyung começou a rir.

— Dor... Ajuda... Tiro... — Taehyung imitou a fala do outro fazendo uma voz dramática e escorregando na cadeira com uma mão sobre o peito e Jackson resmungou disfarçando as bochechas coradas bebericando do copo de água. — Você devia ir no hospital, apesar do colete o impacto dos tiros foi forte, o colete tá em frangalhos.

— Desgraçados — Wang estava mesmo irritado, quem atira nas pessoas no natal? Absurdo.

— Hum... Então é isso aí, parabéns por estar vivo — se levantou espreguiçando, estava mesmo cansado tinha sido um dia longo... Vinha tendo muitos desses. — Agora eu vou indo.

— Ya! — Jackson chamou vendo o outro o olhar entediado. — Eu quase morri e você vai embora?

— Como você mesmo disse, quase — Taehyung sorriu ladino mas acabou voltando a cadeira. — Não vou ficar de babá não, já vou avisando. O que quer comer? Vou cozinhar e vazar.

— Arroz, bife, kimchi... Uma sopa para acompanhar seria bom.

— Ok, um lámen para o senhor Wang — Taehyung falou se levantando de novo em um salto e saiu em direção a cozinha sendo seguido pela cadela. Jackson sorriu com a cena antes de fazer uma careta de dor, levantou o lençol vendo o próprio torso nu coberto de hematomas que tomavam um tom profundo de roxo.

Amor Fati | VmonOnde histórias criam vida. Descubra agora