Meu Recomeço [M]

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Priscila

Pri:Amor, temos que conversar - entro na casinha toda animada.

Duzinho:Agora não dá, Priscila - é frio comigo e continua prestando atenção nas armas.

Pri:Preciso falar com você, Eduardo.

Faz quase três semanas que ele fica distante de mim. Chega tarde demais em casa e quando chega, nem olha na minha cara direito. Eu tenho que buscar as crianças e cuidar da casa ao mesmo tempo. Ele nunca está em casa.

Duzinho:Eu já disse que agora não. Em casa conversamos.

Pri:Que horas? Três da manhã, Eduardo? - grito e todos da boca tentam não me olhar.

Duzinho:Tá chata pra caralho - reclama, mas não grita - Vem comigo - levanta da rodinha na mesa e continuo parada - Por favor, vem comigo - pede e sai andando pela casa.

Muralha:Vai lá, Pri. Vocês precisam conversar, escutar ele - fala baixinho pra mim.

Opala:Vai lá corna mansa - Muralha bate nele - Qual foi? Ela sabe po - resmunga e rio deles.

Vou atrás do Duzinho que estava sentado em um sofá na sua salinha.

Duzinho:Fecha a porta.

Pri:Fecha você - entro na sala e sento no sofá.

Duzinho:Não me obedece nem uma vez - estala a língua e levanta pra fechar a porta - Tu vai com as crianças pra vila hoje - senta no sofá de novo.

Pri:Por que devo ir?

Duzinho:Não complica as coisas - pega na minha mão e faz carinho - Não precisa do motivo, só vai, amor.

Pri:Me diz ou eu não vou.

Duzinho:Vai ter guerra e não sabemos por quanto tempo vai durar. Não quero que nada aconteça com vocês três.

Pri:Corrigindo, quatro - falo e ele arqueia a sobrancelha. Pego sua mão e coloco na minha barriga - Parabéns, papai - sorrio e até cair a ficha pra ele, sorrir junto.

Duzinho:Caralho - beija minha barriga várias vezes - Nosso bebê - me olha e faz carinho - Mais um motivo pra tu ir. Quero estar aqui presente pros meus filhos e pra você. Não posso perder vocês.

Pri:Não vai - o faço me olhar segurando em seu rosto.

Duzinho:Não posso abandonar.

Pri:Eu já estava com esse sentimento ruim faz um tempo, e agora sei motivo. Primeiro pensei que estava me traindo pela sua ausência, mas agora sei que não está.

Duzinho:Ih, tô comendo a novinha daqui de baixo, tá doida?

Pri:Idiota - bato em sua perna e rimos.

Duzinho:Eu tenho mesmo que ir, não posso dar esse mole. Mas eu prometo que vou voltar - meus olhos lacrimejam - Ih os hormônios.

Pri:Se você não voltar, fico com o dinheiro todinho da sinaf.

Duzinho:Vai falar que foi acidente de trabalho? - rimos - Eu vou voltar meu amor - me beija - Eu te amo.

Pri:Nunca vou te perdoar se nos deixar - o abraço.

Duzinho:Nunca, pretinha - beija minha cabeça.

[...]