Muito, Muito, Sempre.

Capítulo 17

Lyra Medeiros*

Passei a noite ao lado de Xande, juro que nunca havia sentido o que sinto agora... A pior morte não é a do suicídio, é aquela que você está morta e ainda respira.

Flashback on:

-Eu só queria que você ficasse. Falei o abraçando.

-Prometo que estarei aqui para a sua formatura. Disse ele afastando nossos corpos para olhar nos meus olhos.

-Promete mesmo? Perguntei e ele assentiu. -Eu te amo Xande.

-Eu também te amo. Disse ele enquanto eu me aconchegava em seus braços.

Flashback off*

Emma começou a cantar uma canção triste e assim que terminou, perguntou se eu não queria dizer algumas palavras.

Pensei um pouco antes de receber o microfone.

-Não sei por onde começar... O que falar de sonhos, sorrisos e um enorme coração que agora estão todos aí. Falei apontando para o caixão. -- desculpem se esperavam ouvir palavras de conforto, infelizmente eu não as tenho... Se eu vou conseguir algum dia da minha vida superar? A resposta é não... Nunca mais terei um aniversário feliz, será mas um ano de vida meu e mais um ano da morte...
Parei um pouco, pois minha voz estava falhada, respirei fundo antes de continuar.
-Ele deve está em um lugar tão maravilhoso que por mais que tentássemos imaginar, nunca conseguiríamos alcançar a perfeição que é a morada de Deus... Espero que isso amenize a dor de vocês, porque a minha está intacta, sinto que estou morta em vida... Xande eu te amo muito, você será mas uma estrela no céu, o teu sorriso já mas verei de novo. Falei entre soluços pesados. --Onde estiver olha por mim...

As pessoas me olhavam com pena, outras com dor... Mas aquilo simplesmente não me afetava... Os avós de Xande me abraçaram e mais uma vez sentie minha alma rasgar.
O dia amanheceu e eu não tinha forças para ir ao enterro, não tinha forças para vê jogarem terra sobre o meu amigo, desejei com todas as minhas forças que não fechassem aquele caixão porque isso significava que ele iria embora para Sempre, nesse momento desejei está no lugar dele e perguntei há Deus enquanto Emma conduzia a oração, por que não eu? Por que ele? Por que?
Assim que terminaram o levaram e eu não conseguia respirar.

-Não, por favor meu Deus... Devolvi ele para mim. Comecei a gritar desesperada enquanto minha mãe me abraçava forte.
-Eu não vou conseguir viver sem ele, sem os seus concelhos... Por que mamãe, eu não aguento mais.

As horas iam se passando, peguei meu violão e fui para o jardim.

Flashback on*

-Bobinha. Disse Xande bagunçando meus cabelos.

-Tenho certeza que quando namorar vai me esquecer. Falei e ele riu.

-Isso é impossível. Disse ele me abraçando.

-Tem certeza? Perguntei feliz.

-Claro, se eu morrer primeiro, cuidarei de você lá de cima. Disse ele e eu lhe dei um leve tapa no braço.

-Não diga besteiras.

-Ta bom, agora vamos cantar mas uma vez? Perguntou ele pegando o violão.

-Vamos. Falei com um sorriso.

Flashback off*

Comecei a tocar meu violão sentindo algumas lágrimas descerem por meu rosto.

🎤🎸🎶

Estou clamando, estou pedindo só Deus sabe a dor que estou sentindo, o meu coração está ferido, mas o meu clamor está subindo...
🎸🎤🎶

🎸🎤🎶

E a onde estiver olhe por mim, o meu amor não vai ter fim, tudo que passou do meu lado estará pra sempre marcado.
E a onde estiver olha por mim, o meu amor não vai ter fim, tudo que vem tem que ir... É a lei da vida não foi feita por mim.
🎶🎤🎸

Amava cantar com Xande e agora não conseguiria sem ele.

-Não cantarei mas sozinha, não posso ser a mesma sem você. Falei arremessando o violão contra o chão várias vezes.

-O que está fazendo? Perguntou Evan me segurando assustado.

-Não faz mas sentido, ele me apresentou a música e não posso mas cantar se ele não está aqui. Falei e ele me abraçou forte olhando para o violão em pedaços ao chão.

-Calma, tá tudo bem meu amor. Abracei ele forte tentando fugir da dor.

Os dias iam se passando, a garota que estava com ele havia tido alta e sim, mesmo sabendo que ela não tinha culpa algo dentro de mim fazia odiar-la, ela teria que viver com isso... A antiga turma dele fez uma linda homenagem e sei que de onde ele esteja ficou muito feliz, depois de duas semanas eu consegui assistir aula sem me trancar no banheiro da escola para chorar, entrar na sala dele era algo que levaria tempo... A minha turma estava mas próxima que nunca, todos me deram os pêsames e talvez eu deveria ter me enganado, elas não eram tão ruins quanto pensei.

-Vocês viram o gatinho que chegou? Perguntou Nanda.

-Sim, muito lindo mesmo. Disse Bete abanando o rosto com as mãos.

-Parece bem metido. Disse kaila enquanto eu as observava.

-E você o que acha? Perguntou Mayara.

-Não acho nada, para falar a verdade nem reparei nele. Respondi e elas me olharam desanimada.

-Se eu estivesse um loiro dos olhos verdes também não olharia para mas ninguém. Disse Bete deixando mas uma vez bem claro sua queda por Evan.

-Nem eu. Disse Nanda com desdém.

-Vocês acham ele muito bonito né? Perguntei e elas assentiram.
-Que pena, porque ele tem dona.

Elas pareciam não acreditar no que ouviam.

-Faltam alguns mêses para nossa festa de formatura e sinceramente eu não dou a mínima para isso, mas seria injusto com vocês e tenho certeza que Xande puxaria minha orelha se eu desistisse de tudo, quero a opinião de vocês para decidirmos todos os detalhes, trouxe umas fotos para verem, gostei em especial dessa. Falei entregando as fotos para elas, enquanto as mesmas me olhavam boquiabertas.

-Gostei mas dessa. Disse Nanda me entregando a foto.

-É, eu achei que ta faltando algo nessa que você escolheu, sabe alguns detalhes talvez. Disse Mayara receosa. -Mas se você gostou por mim tudo bem.

-Não, vamos fazer algo que deve envolver todas, quital cada uma trazer de casa uma decoração que acha bacana e tentamos juntar todas em uma só. Falei e elas assentiram com um sorriso.

-Você está bem? Perguntou kaila medindo minha temperatura.

-Por que? Perguntei arqueando uma sobrancelha.

-Primeiro você não insultou ninguém hoje. Falou Bete me fixando.

-Segundo demonstrou ciúmes pelo Evan. Disse Nanda e eu revirei os olhos.

-E terceiro, não quis tudo do seu jeito, está sendo compreensiva. Disse Mayara meiga.

-Cê nem rodou a baiana hoje. Brincou kaila nos fazendo rir.

-Meu Deus, que raridade entrar nesta sala e não ouvir gritos e vê Lyra e Nanda quase pelos cabelos. Disse o diretor ao adentrar a sala.

-O que trás o ilustre diretor a nossa humilde carceragem? Brinquei e nós rimos outra vez.

-O professor dos dois últimos horários não veio, então vocês estão liberadas.

Depois de comemoramos passamos nossas idéias aos demais e todos concordaram, não éramos uma turma grande o que facilitava muito.

Olaaa babys, tudo bem?

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