Lyra Medeiros*Amanhã, finalmente amanhã...
Minha mãe estava frenética com os preparativos da minha festa que eu não estava nem um pouco interessada em participar, fiquei mudando de um canal para outro enquanto minha mãe falava com uma decoradora sobre o tema, sobre os detalhes e outras mil coisas.
O celular de mamãe começou a tocar, fui até a mesa mas a ligação havia caído, era de um número desconhecido, iria retornar mas ela apareceu e arrancou o telefone de minha mão em um movimento brusco.-Você não pode pegar em meu celular. Disse ela nervosa.
-Por que mamãe? O que você esconde?
-Não escondo nada, só não quero que você veja o presente que comprei para você online.
Ela mente super mal!!!
-Seu celular estava tocando. Falei sem acreditar na desculpa dada por ela. -Não vai retornar?
-Vou, vou sim, mas tarde... Você não quer sair para tomar um sorvete?
-Não, na verdade eu...
Respirei fundo tentando encontrar coragem para fazer essa pergunta. -Eu quero saber um pouco sobre o meu pai e o por que dele ter me abandonado?Minha mãe já havia me falado sobre ele um pouco, mas eu estava disposta a ir além, pela primeira vez queria entender o porque dele ter feito isso e o porque dele não me amar, não me achar suficiente para ficar.
-O que eu fiz para ele? Por que não fui motivo suficiente para que ele ficasse com a gente? Perguntei enquanto algumas lágrimas rolavam pelo rosto de mamãe.
- Você Nunca quis saber disso filha, por que mexer no passado se ele só nos vai trazer dores?
-Porque eu preciso... Preciso entender melhor o que aconteceu e tentar não me sentir insuficiente e culpada todos os dias, não colocar minha cabeça sobre o travesseiro e pensar em como eu amaria que o meu pai me desse um beijo de boa noite, ou que quando chegasse no dia dos pais eu tivesse alguém há quem abraçar e parabenizar por ser meu herói... Isso machuca muito mamãe.
Limpei com as costas da mão algumas lágrimas teimosas que insistiam em cair.
-Filha o túlio sempre quis subir na vida, quando fiquei grávida ele simplesmente desapareceu, não tive mais nem uma notícia dele.
-Como vocês se conheceram? Herdei alguma de suas manias?
-Por que quer saber tudo isso agora? Lyra isso só vai te machucar e machucar a mim também.
-Por que é tão difícil falar dele? Ainda sente algo por ele? Perguntei e minha mãe me olhou com um olhar indescritível.
-Eles nos trocou por outra, ele tem outra filha, outra família, satisfeita lyra? Gritou minha mãe e sentie o mundo pará por um momento, a verdade que eu mas temia estava agora, sendo jogada na minha cara.
Subie para o quarto correndo e me joguei na cama, meu rosto estava vermelho sentie a mão da minha mãe tocar meu ombro.
-Desculpa meu amor, eu não queria...
-Sò me deixa sozinha, por favor? Pedie e ela assentiu.
Estava remoendo tudo que havia escutado de minha mãe, agora sim, eu tinha certeza ele nunca me quis, eu fui apenas um erro, só um erro não passava disso.
Depois de horas saie do quarto e fui para sala, peguei meu celular e liguei para Xande, queria desabafar com ele, mas minhas ligações só caiam na caixa postal, joguei meu celular contra parede que se espatifou no mesmo instante, voltei para o quarto e o revirei todo em busca do meu refúgio, dos meus calmantes, eles me ajudavam muto nessas horas, encontrei em uma das gavetas, tomei vários comprimidos de uma só vez e apaguei, despertei com uma voz me chamando.-Filha, Lyra...
Abrie os olhos lentamente e vi que minha mãe estava com o rosto vermelho, seus olhos estavam marejados, não sei por que mas alguma coisa me dizia que algo estava errado.
-Ja são 10am, filha eu já estava para te levar ao hospital... Hoje é o seu aniversário, parabéns. Disse ela pausadamente.
-Detesto hospital, você sabe... Mas por que está com essa cara? O que aconteceu?
Perguntei e vie algumas lágrimas rolarem por suas bochechas, um pânico me consumiu.
-Mamãe, está me assustando, o que aconteceu?
-Ontem minutos depois de você adormecer, recebi uma ligação da avó de Xande, ela estava aflita... Ele... Ele havia sofrido um acidente e estava muito mal no hospital, meu Deus...
Ela gaguejava em algumas palavras e o meu coração já havia sido enviado para os pés, sentie minhas mãos tremerem e uma angústia forte ja tomava 100% da minha alma.
-Como ele está? Mamãe cadê o Xande? Eu vou vê-lo, você pode me levar até lá? Eu só preciso pegar uma jaqueta... Falei correndo até o guarda roupa em busca de uma jaqueta.
-Filha o Xande não resistiu...
A olhei por alguns segundos, como ela poderia dizer tamanha asneira?
-O que está falando? Não diga besteiras mamãe, anda vamos, pega a chave do carro...
-Ele faleceu esta manhã, o acidente tirou ele de nós. Disse ela me interrompendo.
-Para mamãe, para, você está brava comigo por eu ter perguntado sobre o papai e fica falando isso para eu me sentir mal, não brinca com essas coisas.
Falei andando de um lado para o outro, enquanto as emoções fluía sobre o meu corpo, a cada segundo o meu desespero só aumentava.-Eu já mais brincaria com algo tão sério... Eu sinto muito, mas o Xande está com Deus agora.
Ela só poderia está ficando louca, eu já mais acreditaria em algo do tipo, ele estava bem, ele tinha que está bem. A cada palavra que saia da boca dela, a frustração invadia cada célula do meu corpo, sai correndo para casa de Xande, estava usando um pijama que nem eu mesmo sei como veio pará em meu corpo, meus pés tocavam o asfalto que estava quente, meus cabelos estavam sobre o meu rosto coberto de suor, cheguei no portão que estava aberto e adentrei a casa, o que vie foi horrível, dona savana estava chorando, segurando um lencinho em uma das mãos a olhei e um pavor tomou conta de mim, o mesmo que me fez correr até o quarto de Xande e vê seu avô debruçado sobre sua cama em prantos, na quele momento sentie minha alma rasga-se ao meio, comecei a orar mentalmente pedindo há Deus que me acordasse da quele pesadelo, mas a dor continuava no meu peito, ela estava lá, me sufocando, me fazendo se contorcer.
Corri o mais depressa que podia sem direção, cheguei em um pequeno riacho que havia por trás do parque, abracei meus joelhos e despejei toda a dor que estava em meu ser... Vários flashbacks surgiram em minha mente e eu já não conseguia suportar, olhei para as águas em movimento e pude vê por breves segundos o dia em que ele estava me ensinando a nadar e com um sorriso brincalhão falando que eu era um fracasso, meu peito se retraia, duas mãos invisíveis o apertavam com fúria.
Os meus batimentos estavam acelerados e eu não conseguia pensar, o meu único desejo era que tudo isso acabasse... E eu já sabia o que fazer para isso acontecer, Andei até as tábuas que ficam há metros da água e pulei contra a mesma, meu corpo estava afundando e eu não conseguia respirar, a sensação foi de terror, depois de alguns minutos passou e sentie como se minha alma flutuasse, ela estava leve.Olaaa my babys, infelizmente Lyra será esmagada pela dor nos próximos capítulos, ela se jogou da ponte na tentativa de matar o que lhe matava por dentro, mas "a dor é inevitável".
Xande partiu desse mundo😭
vocês não imaginam como foi difícil escrever este capítulo, para cada palavra uma lágrima!
Espero ter sido um pouco clara e ter feito vocês entenderem um pouquinho da dor de Lyra.
"A dor exige ser sentida"
É John Green você está coberto de razão.
Obrigado... Deixem seus votinhos se gostarem e seus comentários.
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Muito, Muito, Sempre.
RomansaLyra Medeiros é uma garota que cresceu sentindo a dor da rejeição por ter sido abandonada pelo pai e isso a tornou totalmente orgulhosa e fria com todos, com exceção de Diego o garoto que viu uma única vez e se apaixonou perdidamente, por mas que o...