Lis Campbell: Uma Segunda Chance

Jogatina e sexo🃏🔥

Consegui agendar minha psicóloga e meu médico ortomolecular que, graças ao meu salário, eu agora podia pagar. Então estaria de atestado no período da tarde. Meu tratamento do Burnout havia surtido um avanço muito significativo nesse último mês. Eu estava encarando os problemas da vida pessoal e trabalho com uma garra que nem eu sabia que tinha. Com a psicóloga foi tudo tranqüilo mas no ortomolecular a tensão foi grande. Quase saímos na porrada. Ele me mostrou o programa de atividades físicas e alimentação que eu deveria adotar se quisesse que meu corpo voltasse a reagir, diminuindo o cansaço e aumentando a energia, mas era uma mudança radical demais pra mim.
Cheguei em casa puta da vida comigo mesma por estar resistindo ao tratamento, pois comer bobagem era uma das minhas poucas alegrias. Fora a minha cervejinha e o meu vinho. Mas eu sabia que teria que mudar se quisesse ver essa doença maldita bem longe da minha vida. O que ele me aconselhou foi ir me adaptando aos poucos. Sarah jurou que me ajudaria mas eu tinha minhas dúvidas, pois ela era tão viciada em porcaria quanto eu.

15 dias depois

O meu humor não estava lá dos melhores por causa das mudanças na minha alimentação mas eu procurava sempre tentar não descontar nas pessoas. Óbvio que nem sempre isso era possível. Elaborando um relatório conjuntamente com o Edward eu acabei surtando com as interferências dele na minha parte. Esqueci que ele era o meu chefe e paguei de louca.
- Olha, Edward, se não ta satisfeito faz você essa porra toda!
- Hey, relaxa! Só to tentando otimizar nosso tempo aqui mas se quer bancar a surtada pode deixar que eu termino. - disse ele tentando manter a educação.
- Você me chamou de surtada? - perguntei com os olhos lacrimejando.
- Você ta chorando, Lis? - perguntou preocupado. - que isso, TPM? Eu nem gritei.
- Você é um idiota! - disse chorando e meu nervosismo já estava ficando incontrolável.
- É, eu sempre sou. Olha, meu amor, vai pra casa, toma um banho, relaxa e mais tarde eu te ligo tá.
- Tá!
- Não quer mesmo me falar o que ta acontecendo?
- Eu to... Com fome. Droga! - disse baixinho. Ele se levantou e veio me abraçar. Como aqueles braços me acalmavam.
- Oh, meu Deus do céu... - ele sorria enquanto me apertava. - É pro seu bem, meu amor. E você não precisa passar fome também. É só comer bem nos horários certos e não ficar se entupindo de açúcar, gordura e cafeína.
- Ah, olha quem fala.
- Nem vem. Estamos cuidando de você agora. Sou organismo vai se adaptar mas pra isso você precisa ter força de vontade. Vai descansar agora, amanhã a gente termina isso.
- Você é um fofo! - disse esquecendo o nosso quase conflito de minutos antes.
- Até dois minutos atrás eu era um idiota.
- Continua sendo. Mas é um idiota fofo. - dei um selinho rápido nele. - to indo então. Até amanhã.
- Te ligo mais tarde, descansa!

Essa era a minha intenção se a Sarah deixasse. Ela transformou nosso apartamento em um cassino. Ao chegar, doida pra tomar um banho e descansar, vi Cindy, Drew, Jake e Rick arrumando a mesa de jantar com uma toalha verde.
- Poker? Sério isso, Sarah?- disse a chamando na cozinha.
- Tentei te avisar e você não atendeu.
- Que seja. Vou tomar um banho e desço.
- Que cara é essa, miss santinha?- perguntou Drew.
- Culpa do carrasco do seu pai! Aquele idiota!
- Aham, sei. - responderam todos ao mesmo tempo.
- Odeio vocês todos! - disse subindo.

Acho que fiquei uns trinta minutos no chuveiro. Vesti um short jeans esmulambado e uma camiseta preta e desci. Abri a geladeira e fiquei uns dez minutos pensando no que comer e me sustentar de verdade levando em consideração a lista de alimentos proibidos que meu ortomolecular me passou. Resolvi fazer um sanduiche de peito de frango, dois aliás, com um suco de laranja sem açúcar.

Na sala a jogatina corria solta e Drew se mostrou uma rapoza na mesa. Parecia que tinha nascido em Vegas. Como eu não sabia jogar nem dominó fiquei só assistindo a confusão. Meu csnsaço até sumiu com as palhaçadas deles. Às dez a campainha tocou. Definitivamente, nosso porteiro era um sonso! Fui lá abrir e pra minha desesperada surpresa, heis que surge o meu engravatado na porta todo preocupado.
- Que você ta fazendo aqui? - perguntei com os olhos arregalados.
- Você não atendeu minhas ligações e fiquei preocupado. Ta com visitas?
- Meu celular ta la em cima.
- Não vai me convidar pra entrar, Lis?
- Claro! - vi sua surpresa ao se deparar com os filhos.
- Oi, gatão! - disseram juntos.
- Que surpresa! - disse cumprimentando a todos e olhando feio pro Jake.
- Ta fazendo o que aqui a essa hora?- perguntou Cindy. - nós dois ficamos tensos.
- Como a srta Campbell não se sentiu bem no final do expediente e eu liguei e ela não atendeu, fiquei preocupado.
- Pai, esqueceu que a gente já sabe? - disse Drew.
- É, podem se pegar a vontade mas nos poupem do hot. - brincou Sarah sendo repreendida pelo olhar do Rick.
- A Sarah ta muito palhaça ultimamente, desculpe. Já jantou? Posso arrumar alguma coisa pra você se quiser. - ele reparava todo o apartamento fazendo uma cara satisfeita. Nosso ap não era pequeno mas nem se comparava com o triplex dele. Mas o nosso era muito mais estiloso com uma decoração meio vintage e paredes de tijolinhos. Ali era um lar de verdade onde recebíamos nossos amigos para muitos bons momentos. Acho que hoje seria um dia em que mais alguém entraria pra nossa irmandade que estava sendo formada aos poucos.
- Quer jogar, Sr Bradford?- gritou Rick nos fazendo virar.
- Só Edward, Rick.
- Não chama o meu pai. Ele é foda no poker. - disse Cindy.
- Só por isso eu vou aceitar. Mas só uma partida. Se importa? - me perguntou.
- Absolutamente! Mas não vai sair daqui sem jantar. Vou preparar alguma coisa.