Lis Campbell: Uma Segunda Chance

Por que eu? 💞

"Lis, amada, acho que exagerei na bebida de novo rsrsrs... Te procurei mas não encontrei. Rick me trouxe embora. Procura o Jake aí que ele te traz. Sorry, baby! 🙏 Eu te love u 💖💞 Nunca se esqueça disso. Divirta-se!💃"

Puta que o pariu, mano! A Sarah não fez isso comigo! Não, ela fez! Eu vou arrancar aquele cabelo ruivo dela e fazer fanta caseira com ele.

- Algum problema? - meu chefe bonitão ainda tava ali comigo. Agora estávamos em uma mesa enquanto ele contava sobre vários lugares do mundo que ele conhecia. Por incrível que pareça tava interessante. Ele não contava pra se gabar do dinheiro dele, ele contava histórias de suas viagens de forma muito engraçada. Mas aí eu lembrei da fofa da minha amiga.
- A Sarah bebeu um pouquinho além da conta e me largou aqui. Agora eu perdi minha carona pra ir embora. - fiz que ia levantar me desculpando com ele. - adorei suas histórias mas preciso ir. Vou ver se acho o Jake pra me levar.
- O bombad... Seu amigo? Nem pensar! Me deixa só achar a Cindy que eu já te levo pra casa. Te devo uma carona, lembra?
- Não se incomoda? - na verdade acho que quem tava bem incomodadinha era eu. Eu vou fuzilar a Sarah e o Rick também!
- Será um prazer, srta Campbell!- Alá o sorriso molha calcinha de novo. Esse homem vai acabar comigo. Ele pegou o celular pra achar a filha e riu ao ler uma mensagem.
- O que foi?
- Acho que a senhorita não foi a única abandonada essa noite.
- O que?
- Vamos! Minha filha achou companhia melhor que a minha. - eu vou matar a Sarah, o Rick e a princesinha dele.

Ao contrário dos caras ricos, meu chefe não tinha uma coleção de carros então a Range Rover preta, o Apolo, estava lá pra nos levar pra casa. Eu pra minha e ele pra dele.
- Olha só quem ta aqui! Olá, Apolo! Não vai nos deixar na mão hoje, vai? Brigitte mandou lembranças. - disse tentando me divertir.
- Você ta conversando com o meu carro?
- Sim, to adulando ele na verdade. Fiquei com dó desde o dia em que você o espancou no estacionamento.
- Já disse que você é doida, ne?
- Você também não fica muito pra trás. - ele me olhou sério. - desculpa, vai me demitir por isso?
- A sua sorte é que eu me acostumei com a sua maluquice. Não seria tão fácil pra mim te substituir. - corei e minhas mãos começaram a suar. Ai, meu Jesus! Que ele não perceba que me deixou de pernas bambas. - liga o som pra gente.
- Ao contrário de você eu não tenho música aqui.
- Que espécie de gente é você que não escuta música dirigindo?
- Eu dirijo ouvindo música mas hoje eu esqueci meu pendrive em casa. E você não iria gostar do meu repertório.
- Como sabe?
- Suas músicas são todas amorzinho e eu gosto de rock pauleira com muita gritaria e, como você não suporta gritos, prefiro não arriscar.
- Jogou sujo agora, Bradford! Se não ligar o rádio, pelo menos, eu vou começar a cantar aqui. - qualquer coisa menos ele casado me cantando. Carros sempre eram um ambiente sexy e perigoso.
- Não se atreva! - disse ele divertido sintonizando uma rádio qualquer. Pro desespero dele, as músicas eram todas "amorzinho". - ta de sacanagem, ne?
- Nesse horário geralmente as rádios investem nesse estilo porque é um horário propício a... - eita, porra! Olha o que eu tava prestes a dizer. - olha só curte a música e não erra o caminho, ok. - o silêncio e a música lenta e romântica tornaram o clima carregado dentro do Apolo. Além das mãos, minha nuca suava e minhas pernas tremiam. Comecei a reparar nas mãos dele dirigindo e passando a marcha e por que diabos aquela merda era sexy? Comecei a imaginar aquelas mãos em cima de mim e mais um pouquinho eu me descuidava e soltava um gemidinho. Minha calcinha a esta altura já estava estragada.
- Quer que diminua o ar condicionado, srta? - ele percebeu que eu tava suando. Que vergonha!
- Só um pouquinho, por favor. - eu preferia congelar ali dentro do que pular em cima dele pra apagar o meu fogo. Muito tempo de seca.
- Mas me conta, o carinha lá da festa é só mesmo um amigo? - ele encarnou no coitado do Jake mesmo.
- O que mais seria?
- Eu sei lá... Do jeito que ele te comia com os olhos enquanto você dançava. - Para tudo! Ele disse essa frase irritado. Eu conhecia quando ele estava irritado no trabalho e ele falou no mesmo tom. Que porra é essa? Ele ta com ciúmes?
- Por que isso te irritou? - cala a boca, Lis!
- Não to irritado!
- Uhum...
- Eu só acho que deveria ficar mais esperta.
- Ai, Edward, relaxa ta! Você não é o meu pai. Aliás, nem ele se preocupa comigo então me deixa!
- Porque se eu fosse você iria tomar umas boas palmadas pra deixar de ser atrevidinha. - ai, meu Deus, eu imaginei a cena. Calcinha, amiga, ta viva ainda?
- Você é um neandertal, Edward Bradford! Não sei como a Cindy pode ser sua filha.
- Você já viu minha filha acordando? Nem queira!
- Deve ser por isso que ela se deu bem com a Sarah.
- E você como acorda? - é sério isso?
- Abrindo os olhos e me levantando da cama. Hahahahaha!
- Engraçadinha! Se você não me disser eu vou ter que imaginar. E minha imaginação é bem fértil. - que isso, ele bebeu?
- Você ta bêbado? Porque se tiver me da o volante aqui. To nova ainda pra morrer.
- Aposto que acorda mau humorada também. Pela sua cara deve vestir aquelas blusas grandes com o desenho do Mickey e meias pra dormir. Acorda tropeçando nas coisas e xingando o despertador. E me xingando também quando tem que chegar mais cedo no trabalho.
- Você colocou câmeras no meu apartamento?
- HAHAHAHA! Eu sabia! Sua cara acordar assim. - idiota. Acabei rindo.
- Digamos que eu não sou a melhor pessoa do mundo acordando, nem a mais bonita.
- Duvido... - era oficial, esse cara tava me cantando e eu estava gostando daquela merda. Um cara casado e eu dando mole. Não mesmo! Resolvi ficar na minha o resto do trajeto. Quando o Apolo estacionou em frente ao meu prédio fiquei meio que sem saber o que dizer. Então fiz o óbvio.
- Obrigada pela carona e pela companhia no baile. Me diverti bastante! - disse com o coração na boca de vontade daquele homem pular em mim.
- Foi um prazer, srta Campbell! - o conjunto do sorriso safado com o olhar penetrante me queimava por dentro e precisava sair logo dali.
- Então até segunda, Sr. Bradford!
- Elisa! - disse me puxando pelo braço enquanto eu saía. Ah, não. Não faz isso. Deus me livre, quem me dera!
- O que é?- minha voz saiu um pouco mais afobada do que eu queria.
- Você é incrível! - disse se aproximando mais e eu pude sentir sua respiração no meu pescoço. Não era possível que eu estava sem reação. - ta quase impossível resistir a você hoje, sabia? -  idem! Ele beijava o meu pescoço e antes que eu fechasse os olhos e me entregasse o bom senso gritou dentro de mim.
- Você ta doido?
- To! - disse ele sem parar.
- Você é um homem casado há 20 anos, Edward!
- 22 na verdade. - disse indo para o meu ouvido me fazendo arrepiar inteira. Foi então que eu o empurrei. - ah, qual é Lis! Você quer tanto quanto eu.
- Olha aqui, Bradford, eu não sou mais uma das suas peguetes que você estala os dedos e elas se tornam suas amantes. Eu posso ter sido mãe nova mas eu não sou idiota, ta. Comigo a coisa é séria, não tem brincadeira!
- E eu to dizendo que você é assim? - disse tentando me agarrar de novo. Eu o afastei colocando as mãos no seu peito que estava quente e ofegante. Preferi não olhar outras partes.
- Claro que tá! E para de me agarrar, cacete! Eu não sou mais uma, Edward.
- Meu casamento acabou, Lis! Aliás nunca nem começou. Já entrei com o pedido de divórcio e é questão de meses pra eu me ver livre. Eu to maluco por você já há algum tempo e sempre me controlei. Mas hoje nesse carro vendo você nesse vestido e sentindo que me quer tanto quanto eu quero você, fica difícil pra mim. Merda! - Disse socando o volante fazendo a buzina tocar.
- Shiiiii! Quer acordar o quarteirão?
- Eu não to te usando, caralho! Já tomei uns trezentos banhos frios pra tentar não te agarrar em cima da minha mesa, porque eu te respeito. Mas fica difícil quando a gente ta tão perto. Eu não quero que você seja a droga da minha amante, eu quero que você seja minha mulher! - ok, ele me deixou sem ar e se eu tivesse uns dez anos a menos, com certeza não teria resistido àquilo.
- Se separa, me da um tempo e a gente conversa. Isso se ainda me quiser como sua assistente. Não sou a assistente que o chefe pega de vez em quando, Bradford. Não vou tranformar sua sala em motel, apesar que você já deve ter feito isso algumas vezes. Se quiser alguma coisa séria comigo vai ter que ser do meu jeito.
- Quer que eu vá pedir os seus pais? Eu vou! - ah, vá...
- Deixa de ser idiota! Meus pais tão pouco se fudendo pra mim e eu já tenho 35 anos. Só vou ficar com você quando nós dois estivermos preparados.
- Mas eu to preparado! Aliás, agora mesmo eu to bastante preparado por sinal. - aquele momento que a gente faz a egípcia pra não enfiar a mão na cara do safado.
- Vai tomar um banho frio, Bradford, e espero que na Segunda você não se esqueça de que eu sou sua as.sis.ten.te!
- Vou fingir que você também não vai direto pro chuveiro gelado. A gente poderia fazer isso juntos pra economizar água.
- Ah, vai se ferrar! A temperatura do meu chuveiro não é da sua conta. - disse saindo do carro. - Tchau, Apolo! Leva o seu pai em segurança porque ele ta meio fora da casinha hoje.

Quando entrei no apartamento vi que a Sarah não estava. A desgraçada foi dormir com o Rick pra não me encarar amanhã cedo. Deixa ela... Enquanto isso minha raiva vai sendo curtida. Mas de uma mensagem fofa minha ela não escapa.

" Seu plano e da Cindy deu ruim. Não caí no joguinho sórdido de vcs. Mas vai ter troco, me aguarde!🔫👻"

Ainda online recebi uma mensagem. Provavelmente sua resposta desesperada com alguma desculpa esfarrapada. Quer ver?

" Me desculpa se eu passei dos limites com você hj. Mas é que você tava muito irresistível. Vou te dar uma trégua enquanto você pensa. Enquanto isso meu chuveiro vai ficando no frio até vc decidir. 😘🔥"

- Ai que idiota! - me joguei no sofá sem palavras pra respondê-lo. Vai no vácuo mesmo pra deixar de ser besta! Fui dormir com o dia já clareando e espero que ele tenha passado a noite acordado e sozinho também.

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