15- "Toda mágoa é um vento"

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MARGARET: Own... eu sinto muito praguinha. Muito mesmo. Você não é órfã. Tem o seu pai e sua mãe.
ÍRIS: Eu não tenho mãe! Você fica falando que eu tenho mãe como se ela estivesse em LA mas ela não está! É só eu e meu pai! Eles me excluem. Dizem que quem não tem mãe é órfã. Como eu. Eu nem posso fazer parte do espetáculo do dia das mães da escola! Meu pai já disse que ele é os dois mas a sala não quer que eu participe e consequentemente a escola segue a turma. Eu só ajudo no cenário e olhe lá. Me chamam de órfã porque minha mãe nunca foi me ver. Acho que ela nunca se importou comigo. Eu não a conhecia até uns dias atrás. Meu pai trabalha feito um louco que nem tem tempo pra mim! A minha vó mora a mais de mil km! Assim como minha mãe. Eu tenho ninguém.

Margaret olhava para chão e pensava no que diria a garotinha.

MARGARET: Eu sinto muito praguinha muito mesmo. Olha você não é órfã ok? Tem seu pai. Mesmo que trabalhe muito não significa que não gosta de você ou que não queira ficar com você. Ele está trabalhando bastante pra poder ter comida na mesa, pra poder te dar coisas legais, uma casa legal entende? E acho que em relação aos babacas da sua escola, não ligue. Eu sei pelo que está passando. Já passei por isso. Só que eu realmente estava órfã. Meus pais mortos, meus avós mortos e rejeitada pelos meus tios. Não me quiseram porque me achavam estranha. É... o mundo deu as costas para mim. Mas sabe o que fiz? Nesses 8 anos da minha vida, eu me escondia na sala do professor de ciências e lia meus livros. Eram meus únicos amigos.

Por Acaso!Onde histórias criam vida. Descubra agora