STRIPPER • ❬Jikook❭

QUARENTA E NOVE

Era pra ser o último, mas as coisas ficariam mal explicadas, então aproveitem!

Jungkook estava com os punhos cerrados olhando na direção de seu pai e noiva. O jovem estava a caminho da empresa, quando se deu conta da pasta de documentos que havia deixado na mesa da cozinha. Assim que cruzou as portas escutou gritos contidos e um choro baixo, seguiu o som até se aproximar do escritório de seu pai e não pensou duas vezes em abrir a porta ao escutar a voz da Jennie. A cena que o encontrara o deixou furioso: a garota chorava com as mãos sobre o peito como se estivesse se protegendo, sua saia não cobria nada, pois estava acima da barriga e o homem a segurava com força na posição enquanto abria a calça.

─ Soc-orro! ─ a jovem soluçou olhando suplicante para Jungkook.

Sem pensar muito, o garoto correu na direção do pai lhe acertando um soco com o punho direito. O mais velho caiu batendo a cabeça na mesinha de centro, mas não se feriu com o golpe. O jovem tinha o coração acelerado, sua raiva podia ser vista em seus olhos e a garota se levantou ao perceber que ele não pararia. Outro soco sujou o carpete com sangue, dessa vez o nariz foi acertado com força e possivelmente se quebrou. 

─ Não posso acreditar que você seria tão sujo! ─ exclamou irritado lhe acertando o queixo. ─ Quando se tornou um monstro? ─ o olho esquerdo. ─ Você é um nojento do caralho! ─ a boca.

─ Para, Jungkook vai matá-lo! 

Por mais que a garota estivesse abalada com a tal situação, ainda tinha o senso de que aquilo não ficaria em para o noivo. O velho mal conseguia abrir os olhos, estava perdendo a consciência.

─ Você matou minha mãe! ─ agora o pescoço foi agarrado com as mãos firmes, e as lágrimas caíam sobre o rosto machucado em abundancia. ─ E colocou a culpa em mim! Ela se foi de desgosto. Você a deixou doente!

─ Para! ─ Jennie agarrou seus ombros os apertando. ─ Por favor! ─ implorou entre lágrimas.

Ao final de uma respiração profunda, Jungkook se levantou segurando os braços da garota e a puxando para um abraço caloroso. 

─ Eu-eu...─ ele passou os dedos pelo cabelo macio pedindo silêncio, mas ela queria contar. ─ ...não estou grávida.

Seus toques pararam na mesma hora, e a jovem se afastou com os olhos inchados. Ela passou a mão sobre o rosto retorcido de Jungkook e começou a lhe explicar sobre tudo que havia feito.

Os pensamentos do moreno sempre seguiam até Jimin, as últimas semanas sem sua presença estavam lhe matando aos poucos, e aquela confissão mudaria tudo. Ele chorou ainda mais ao ouvir sobre a traição do passado. Tudo foi mentira, o amor foi mentira. Jennie é a namorada que Jungkook foi obrigado a aceitar, e que com o tempo gostou. Mas foi tudo uma grande armação de seu pai. Nunca foi questão do que era melhor pra ele, e sim para sua imagem. Seu pai queria que ele se casasse com uma mulher, que tivesse filhos e um status. Não se importava com seus sentimentos, mesmo que seu filho fosse infeliz, ele só se importava com o dinheiro.

Ele sentiu como se o mundo girasse em alta velocidade, e que fosse perceptível a ele. Sua barriga revirava-se em ódio, raiva e tristeza.

─ Me perdoa! ─ Jennie implorou segurando os braços do moreno.

─ Você sabe o que causou na minha vida? ─ ele a olhou com desprezo. ─ Eu perdi alguém que eu amava, alguém que realmente me amava. Eu passei anos da minha vida mentindo pra mim mesmo! ─ ele gritou segurando o choro. ─ Eu não consigo te perdoar nesse momento, e talvez eu nunca consiga, mas eu espero que realmente esteja arrependida. Nenhuma dor física vai superar essa dor aqui. ─ apontou para sua cabeça. ─ Vai embora por favor. Assim que meu pai sair do hospital, vamos entra na justiça e fazer ele pagar, tudo bem?

Ela acenou segurando a bolsa contra o corpo. ─ Desculpe. ─ sussurrou antes de sair pela porta.

Jungkook voltou ao escritório para organizar a bagunça feita na hora da briga, e encontrou a foto de sua mãe sobre a mesa em um quadro. Segurou o objeto nas mãos e passou o dedo delicadamente sobre a imagem da mãe.

─ Tudo seria mais fácil se ainda estivesse aqui. ─ sussurrou como se ela pudesse o escutar.

Quando colocou o objeto de volta na mesa olhou para o chão vendo seu pai desacordado, respirou fundo e ligou para uma ambulância, ele não se moveria para ajudar aquele ser que só o machucou. Mas, ele ainda precisava pagar. E seria caro!

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Vamos fazer uma maratona até o final? Um capítulo todo dia, okay?