01. Agora Noivos.

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_ Não demora tá, estou morrendo de sono. - Caio disse meio grogue por causa do exagero nas bebidas mais cedo, no jantar da formatura.

_ Porque não dorme aqui? Já está tarde para ir para o seu apê. (1:34 da madrugada para ser mais exato) - disse enquanto o via desmoronar no sofá da sala, mal conseguia manter os olhos abertos e a cabeça em pé.

_ Não... Quero te mostrar uma coisa. - disse finalmente estacionando a cabeça para o lado.

_ Tudo bem. - concordei.

_ Já dormiu. - Constatou minha mãe sentada no outro sofá tirando o salto alto.

_ Fraquinho pra bebida em, não bebeu quase nada. - disse meu pai do lado da minha mãe todo largadão, sem terno e com os botões da camisa parcialmente abertos.

_ Ele é assim mesmo, com pouco fica bêbado e até passa mal às vezes, mas nem assim aprende.

Disse ao me lembra da festa em minha casa, em que ele quase me estuprou (cap. 1) e também das inúmeras histórias que Teresa me contava enquanto ainda namoravam.

_ Ele deve ter intolerância a álcool, meu amigo também tinha.

_ Tinha?

_ Sim, ele morreu por não saber respeitar os limites do corpo. - disse meu pai de forma seria e normal, como se aquilo acontecesse todos os dias.

Devo ter ficado pálido, mas branco que uma folha de papel, pois ele logo começou a rir de mim.

_ Relaxa garoto, não tive amigo que morreu disso. Mas tome cuidado com ele, não o deixe ultrapassar limites.

_ Mentira ou não, ele nunca mais vai beber na vida. - digo ao observa-lo dormir no sofá. Até babava. Mas parecia um anjo, meu anjo.

Minha mãe riu com o que falei.

_ Não o prenda tanto, apenas o aconselhe, homem odeia receber ordens.

_ Sua mãe tem razão. - meu pai concordou.

Dei de ombros.

_ Não iria beber água? - minha mãe perguntou ao se por de pé, já sem o salto.

_ Já ia me esquecendo. - digo já indo em direção à cozinha.

_ Espera, vou também. - disse minha mãe me acompanhando. - Vai querer algo querido? - perguntou ao meu pai por sobre o ombro sem parar de andar.

_ Um copo com água, por favor.

***

_ Como foram esses dias lá na casa da sua irmã? - perguntei enquanto enchia o copo com água.

_ Reflexivos, ela me ajudou bastante a entender essa questão da sua homossexualidade.

_ A tia Judy falou bem dos homossexuais? - perguntei pasmo.

Ela riu.

_ Também fiquei surpresa. Sei que ela é chata...

_ Muito chata. - complementei dando ênfase no "muito" - se brincar, ela discute até com Deus antes de dormir por não responde-la.

Ela riu ainda mais.

_ Tem razão. Mas o que eu pude notar nela esses dias que passei lá é que ela preza muito a família.

_ Confesso que ela caiu no meu conceito depois dessa. - digo dando o primeiro gole na água.

_ Nem todo mundo é cem por cento ruim Lucas.

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora