02. Uns vem, outros vão - Parte 1.

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_ Qual é a maternidade?

_ ...

_ Chego aí daqui pouco.

_ Avisa ao Caio também, acho que ele vai querer saber.

_ Sim, ele vai. - disse sorrindo enquanto olhava pra ele.

_ E aí? - ele perguntou de forma aflita assim que guardei o celular no bolso.

_ Teu filho tá a caminho, amor.


Aos poucos a aflição estampada em seu rosto foi se desfazendo, abrindo assim brecha pra um sorriso de ponta a ponta. Ele colocou a mão em forma de concha na boca e então deixou as lágrimas caírem, foi meio que uma mistura de choro e sorrisos. Abracei-lhe forte e deixei que aquela alegria que ele sentia me contagiasse. Ser pai para ele havia se tornado um sonho.



_ Vai dá tudo certo meu amor. É normal às vezes crianças nascerem prematuras. - o tranquilizava pela enésima vez enquanto nos trocávamos rapidamente de roupa. Ele escolhia algumas minhas já que as suas estavam em seu apartamento.

_ Mas se ele vai nascer prematuro é porque algo de ruim aconteceu. Não é normal.

_ Acho que se tivesse acontecido algo a mãe dela nos falaria. - disse de forma pensativa enquanto penteava o cabelo.

_ Nenhuma roupa dessas está cabendo em min não Lucas. - reclamou tentando tirar uma blusa que ficou super apertada nele.

_ Calma aí. - disse me aproximando dele pra ajuda-lo a tirar a blusa. - Se rasgar eu te mato, é uma das minhas preferi...

Tarde demais.

_ Ops. - ele disse ao ouvir o barulho da blusa rasgando.

Respirei fundo.

_ Ok, quando voltamos eu te mato. Vamos ter que passar no teu ape. Meu pai nos leva até lá, tu se arruma e a gente segue caminho.

Ele havia vestido um short meu de caminhada que era ajustável ao corpo, o problema mesmo foi achar uma blusa que coubesse nele. Ele era bem mais encorpado que eu, por isso essa dificuldade toda.

Fizemos como eu havia dito, seguimos até o seu ape onde ele se trocou. De lá seguimos até a maternidade que não ficava muito longe. Meu pai nós acompanhava.

Chegando lá complementamos a mãe de Teresa que foi bastante educada ao explicar a situação:


_ Estávamos no caminho quando ligamos pra você, ela entrou na sala de parto faz uns dez minutos. Estamos aqui no aguardo torcendo para que dê tudo certo.

O pai dela, porém nem nos olhou.

_ Mas aconteceu algo para que o bebê venha a nascer agora? - Caio perguntou.

_ Não sabemos, foi tudo muito normal. - ela disse por fim.

Sentamos todos lado a lado em uma fileira de cadeiras que ali haviam desocupados e ansiosos tivemos que esperar. Caio hora rezava baixinho sentado ao meu lado, hora ia de um lado a outro esbanjando nervosismo.

Uns quarenta minutos depois uma médica baixinha dos cabelos vermelhos se aproximou de nós. Nós levantamos rapidamente e passamos a ouvir com atenção as primeiras palavras:

_ O menino nasceu, está bem e se recupera na uti pediátrica por ter nascido aos sete meses, as previsões para ele, não se preocupem, são ótimas.

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora