04. Confusões a vista.

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_ Como tá seu filho? – perguntei lhe entregando a bandeja vazia que por sua vez colocou ao seu lado sobre a cama.

_ Ele vai sobreviver. – disse com uma voz serena e uma expressão séria.

_ E porque essa cara?

_ Os pais de Teresa são os representantes legais da criança.

_ Isso significa...

_ Que eu não vou poder sair com ele nos braços quando ele receber alta.

_ Como assim? Você é o pai dele e tem direito. – disse indignado.

_ Eu preciso fazer um exame de DNA primeiro, procurar um emprego e ainda contar com a boa vontade do Juiz já que eu sou "solteiro". – ele disse fazendo o sinal de aspas com as mãos. – O senhor Reinald e a Dona Anna por outro lado são casados e tem experiência em cuidar de criança.

_ Primeiro: Aquele menino precisa de você e segundo: Meus pais e os seus, também tem experiência com crianças, é só falar isso para o juiz.

_ É né. – ele disse baixando a cabeça.

_ Já falou com meu pai sobre o emprego? Ele pode te arrumar algo no supermercado.

_ Vou começar amanhã lá. – ele disse voltando a me olhar.

_ Faz tempo que tu sabe disso?

_ Hoje.

_ E como tu tá se sentindo? – disse colocando a mão sobre a dele.

_ Sei lá, na hora eu fiquei bem irritado... Agora sinto que minha a ficha ainda não caiu totalmente, entende?!

Trouxe as costas de sua mão até a minha boca e a beijei enquanto me arrastava pra mais perto dele que por sua vez colou seus lábios nos meus e me beijou calmamente afogando toda sua tristeza.

_ Vai dá tudo bem. Estou do seu lado. – disse olhando em seus olhos que começavam a ficar marejados.

_ Te amo. – sussurrou antes de voltar a me beijar.

_ Também te amo meu moreno.

Ele sorriu triste.

_ Vamos dormir? Vou precisar acordar com as galinhas amanhã.

_ Vamos sim. Só levanta um pouco pra eu poder arrumar a cama.

Ele consentiu e logo se levantou. Me ajudou a arrumar o "ninho" de lençóis que eu havia feito durante todo o dia enquanto sofria ali deitado.

_ Vou pegar a sua água, já vol...

_ Não precisa. – disse segurando em sua mão.

Ele se referia ao remédio que eu passei a tomar para dormir melhor e assim não ter pesadelos, o mesmo pesadelo que eu tive na primeira noite sem Teresa e que se repetia caso eu não me medicasse.

_ Tem certeza?

_ Preciso dá o primeiro passo, não posso deixar o medo me dominar, além do mais eu tenho você comigo. – disse o abraçando. Podia ouvir seu coração batendo forte e aquilo era tão bom, parecia música. – está assim com você me faz me sentir protegido. Não há remédio melhor.

Ele beijou o alto da minha cabeça e me abraçou ainda mais forte.

_ É tudo que eu mais quero nessa vida, te proteger e te fazer feliz. Estou muito feliz que esteja conseguindo e orgulhoso por você está dando o primeiro passo.

_ Te amo muito. – disse olho no olho.

_ Não como eu te amo. – provocou sorrindo.

_ Não é verdade.

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora