12. Um pouco, basta.

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_ Acho que isso não está dando mais certo.

_ Só foi uma briga, não é pra tanto. – argumentei sentindo meu coração apertar. Apesar de tudo, ainda o amava muito.

_ Não foi só uma briga, eu acho que não sinto por você o que eu sentia lá atrás, eu conheci outra pessoa há alguns meses, eu tentei Lucas, tentei não continuar com um lance que parecia ser de apenas uma noite, mas foi mais forte que eu e acabei por deixar rolar outras vezes.


A raiva que eu senti dentro de mim foi mais forte do que várias bombas nucleares explodindo ao mesmo tempo, eu poderia mata-lo ali sem me preocupar em sentir remorso ou culpa depois, mas ao invés disso mantive o controle.


_ Dezessete anos, Dezessete anos juntos Caio, e pra quê? Pra você virar pra mim e dizer que me traiu e me enganou por meses? – as lagrimas teimavam em cair mesmo eu não querendo. – Foi tudo em vão o que passamos para ficar juntos?

_ Claro que não! Eu te amava com toda minha alma, eu fiz aquilo por que naquele momento eu só queria você e mais ninguém, faria tudo de novo se fosse preciso e não me arrependo... você se arrepende?

_ Amargamente. – eu não tinha certeza, eu estava com raiva e queria bater onde mais dói: nos sentimentos dele. – Talvez Tereza ainda estaria viva, talvez Aquiles fosse uma pessoa melhor ao lado da mãe e do pai numa família "normal" – disse fazendo sinal de aspas com a mão no normal. – Talvez tivesse sido mais feliz com...

_ Com... – ele quis saber.

Hesitei por um momento, mas decidi completar a frase.

_ Talvez tivesse sido mais feliz com o Fagner.

Ele apenas balançou a cabeça meio sem acreditar no que eu havia dito. Engoliu em seco. Acho que eu havia conseguido o meu objetivo com aquilo.

_ Acho que sim. – ele disse. – Você merece coisa melhor mesmo.

Nunca pensei que ele fosse concordar comigo, aquilo me deixou totalmente sem palavras, desarmado, a vontade de chorar pareceu duplicar junto a outra vontade, a de abraça-lo forte e me humilhar se fosse preciso.

Vendo minha fragilidade e minha luta contra o choro ele se aproximou de mim já abrindo os braços para me abraçar, mas indo contra as minhas vontades, eu coloquei a mão em seu peito, fazendo-o parar.

_ Pode ir parando aí mesmo!

_ Eu sinto muito, Lucas.

Eu balanço a cabeça.

_ Você é nojento.

Dito isso me virei, abri o guarda roupa e comecei a catar minhas roupas e as jogar em cima da cama, fazia isso com o máximo de raiva que eu poderia demonstrar naquele simples ato, era um lembrete para ele não se aproximar, mas também era uma forma de eu enganar a tristeza.

_ Para onde você vai? Essa fazenda também é sua. – argumentou.

_ Era de seus pais e agora é sua! - rebati.

_ E sua! Não preciso de papeis pra saber disso.

Eu parei um pouco, respirei fundo e voltei a olhar para ele.

_ E você quer que eu fique aqui vendo você e ela juntos?

_ Eu não vou traze-la para cá, Lucas, se quiser eu saio daqui...

_ Não faz sentido eu continuar aqui sem você. – agora foi minha vez de deixa-lo sem palavras. 

Em seguida, ele se sentou na cama e baixou a cabeça enquanto eu peguei uma das malas em cima do guarda-roupas e passei a guardar tudo para poder finalmente sair dali, de vez em quando ele me olhava de soslaio, mas eu fingia não ver. Por fim havia um calção meu preso em baixo dele, quando fiz menção em puxar, ele segurou de forma repentina em meu pulso, meu coração pulou do peito, por um momento pensei que ele fosse me pedi uma nova chance... Talvez eu daria, só talvez, mas ele não falou nada, pareceu pensar melhor e me soltou logo em seguida, demorei um pouco com a mão ainda na mesma posição enquanto processava o que havia acontecido e também no que não havia. Acabei por nem pegar o calção, fechei a mala e fui em direção a porta, parei na entrada quando algo me passou pela cabeça:

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora