17. Marcelo - Parte 01.

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Eu não o queria ver, ainda estava com raiva dele e o fato de sua mãe está doente e dele ter me mandado flores, não ameniza em nada a situação, havia me dado apenas o endereço de seu pai e não o do hospital apenas para que eu não tentasse o evitar. Cretino!


_ Flores? De quem é? – perguntou minha mãe assim que eu entrei.

Não havia percebido que ainda estava com elas em mãos até ela mencionar.

_ Ah. Não é nada. – disse colocando-a em cima da mesinha de centro e logo me dirigindo a escada, não dando muita chance de mais especulações.

_ Como você está? – Perguntou em um tom mais elevado para que eu pudesse ouvir.

_ Bem. – gritei.

Pior do que isso, só o Aquiles voltar a me odiar.



Narrado por Aquiles:



Fomos o caminho todo basicamente calados, falávamos apenas coisas do dia, de vez ou outra, nada relacionada a toda a confusão entre ele e Lucas, ainda. Não demoramos muito e chegamos em sua chácara, já era umas três da tarde, mais ou menos e levamos nossas coisas para o quarto, nós trocamos, comemos algo e então fomos em direção a lagoa pescar, seria a hora de atacar e saber de uma vez por todas o que estava acontecendo.

_ Então foi aqui que você e o Lucas tiveram o primeiro jantar romântico. – comentei para provoca-lo e ver como sua expressão se comportava quando já estávamos sentados na beirada do píer esperando algum peixe morder a isca.

_ Pois é. – ele disse, mantendo a expressão calma, com apenas algumas leves alterações. – E a nova escola?

_ Começo próxima semana.

_ Bem, não deixe de estudar.

_ Pai. – o chamei depois de alguns segundos de silencio. – Até agora o senhor não me falou nada da minha "madrasta". – disse fazendo sinal de aspas com os dedos.

Ele me olhou meio de lado e depois tornou a olhar pra frente, parecia procurar palavras para minha observação.

_ Ah, o que você quer saber? – disse finalmente.

_ Nome, idade, como se conheceram e principalmente que diga olhando pra mim o que sente por ela.

_ Ah... Se chama Luiza, tem quase trinta anos e nós conhecemos em uma das minhas viagens de negócio. – ele ia muito bem nas respostas, só faltava uma para ser respondida, a mais importante de todas, aliás. – Acho que hoje vai ser ruim a pescaria.

Sua mudança rápida de assunto só piorava a situação para o lado dele, estava na cara que havia algo de errado.

_ Você a ama? – insisti.

O seu pomo de Adão subiu e desceu lentamente, seus olhos se estreitaram para frente, sua mão na vara de pescar a apertaram com ainda mais força que o necessário, ele estava visivelmente incomodado com essa pergunta.

_ Foi o Lucas que te mandou perguntar isso?

_ O interesse é meu, pai. Acho que o senhor me deve essa conversa.

_ Sim, a amo. – disse quase que inaudível e ainda por cima, olhando para o outro lado.

_ Pai, eu estou desse lado.

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora