13. Nada como antes - Parte 01.

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Não perdi tempo e fui ao seu encontro, nervoso e ansioso demais para pedi com licença, fui logo me sentando ao seu lado, ele imediatamente levantou o rosto e me analisou por alguns segundos antes de olhar para frente, suas expressões eram vazias, parecia não dormir há dias.

_ Veio aqui para rir da minha cara? Vai em frente.

_ Aquiles... você realmente acha que eu tenho vontade de fazer isso? Você realmente acha que eu não te amo?

Os olhos dele se encheram de lágrimas e da sua boca ecoou um pedido que parecia ser do fundo da alma.

_ Então me tira daqui! Me tira daqui, Lucas.


O trouxe de encontro ao meu peito, lhe abracei forte e logo fui retribuído como há muito tempo não era, ele chorou, eu me emocionei e juntos compartilhamos nossos sentimentos.

_ Porque você foi fazer aquilo?

_ Eu estava com raiva, estava fora de mim... Mas não aconteceu da forma que lhe falaram.

_ De que forma então?

Pareceu que aquela pergunta lhe incomodou, pois ele logo me soltou e limpando as lágrimas disse:

_ Pra quê quer saber se não vai acreditar? Ninguém acreditou!

_ Se estou perguntando é porque vou acreditar no que vai me dizer.

Ele me olhou meio que de soslaio e riu de lado como se não acreditasse no que estava ouvindo.

_ Você é louco.

_ E você é meu filho.

_ Eu não... – ele parou no ultimo segundo e então respirou fundo. Ele ponderou as palavras pela primeira vez e isso era bom. Quer dizer, eu acho... – Eu pensei que só seria um susto. Quando eu estava lá e soube realmente o que iria acontecer eu quis sair fora, mas não pude, eles iriam me machucar... – ele olhou para mim. – eu fiquei com muito medo, eu fiz por medo, quer dizer, eu quase fiz, e não, eu não parei por causa da policia como disseram, eu parei muito antes, eu iria desistir, iria ajuda-los, eu juro que iria.

Eu peguei na mão dele em cima da mesa de concreto e a balancei de leve.

_ Eu acredito em você!

_ Por quê? Se eu te trato tão mal?

_ Amor de pai é incondicional, quando você for um, você saberá do que estou falando.

Ele voltou a olhar para frente e com um sorriso leve no rosto disse:

_ Se for pra ter um filho como eu, prefiro morrer sem saber.

Primeiro que ele não me repreendeu e segundo: sem querer ele acabou falando nas entrelinhas algo que eu ansiava há anos, acabei ficando até sem ar com tamanha surpresa. Ele, claro percebeu que eu não estava normal e sério me perguntou:

_ Tá tudo bem?

_ Você me chamou de pai! – Um sorriso se formava em meu rosto.

_ Quê? Quando? Eu não... Meu pai se chama Caio e minha mãe Teresa.

Deveria ter mantido a minha boca fechada e curtido o momento sozinho, mas já era tarde de mais, já havia levado um banho de água fria. Aquilo acabou me desconcertando e deixando um silêncio chato entre nós por minutos até sermos interrompidos por uma voz feminina conhecida, era a mãe de Teresa, ela estava acompanhada pelo mala do marido.

_ Aquiles?

_ Não! – ele disse se levantando e tomando certa distancia numa atitude inesperada para mim. – Eu não quero papo com vocês, saiam daqui!

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora