16. O mistério de Caio.

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Narrado por Lucas:


Alguns instantes antes:


Se eu soubesse de antemão que o que eu falaria a seguir me faria tão mal e me faria caí em um choro tão vergonhoso na frente de meu filho, teria mantido minha boca fechada.

_ Ele não me ama mais, filho, o que ele teve não foi apenas um casinho, ele realmente decidiu ficar com ela.

_ Calma. – ele disse ao me abraçar. Ele estava ajoelhado na minha frente (em cima da cama) e eu sentado, com as mãos no rosto já soluçando sem conseguir parar de chorar. – Eu vou consertar isso, pai. De alguma forma eu vou, te prometo.

_ Desculpa, desculpa por esse drama todo. – disse tentando me controlar.

_ Tudo bem. – ele disse me soltando.

Enxugando as lágrimas, me deitei na cama de barriga pra cima, fechei um pouco os olhos e fiquei em silencio por alguns segundos.

_ Vou te matricular na escola do bairro, gostaria que ficasse aqui comigo.

_ Eu irei ficar.

Sorri.

_ Fico feliz. E ah. – disse levantando o dedo. – será um mês de casa pra escola e da escola pra casa e sem vídeo game.

_ Uma semana. – contrapões.

_ Três.

_ Duas e não se fala mais nisso.

_ Só por que estou (bocejo) de bom humor. Nossa que sono. – disse me virando para o lado. – Filho, quero que tente ser legal com sua avô biológica, ela é diferente do marido.

Foi estranho, pois estava muito cansado, dormi tão rápido que nem ouvi sua resposta ou não me lembro, mas foi algo tipo "tudo bem", não tenho certeza.


Quando acordei já era de tarde, me senti renovado depois de duas noites sem dormir direito, a sensação que eu tive foi de que parte do peso em minhas costas houvera diminuído bastante, mas infelizmente não desaparecido totalmente e algo me dizia que permaneceria assim por um bom tempo. Me levantei e fui até a cozinha onde fiquei sabendo por minha mãe que Vinicius estava no quarto conversando com Aquiles. Ela preparava uns lanche para ambos.

_ Eles estão numa boa né? – perguntei receoso.

_ Como se nada tivesse acontecido.

_ Ah, deixa que eu levo. – disse me colocando em sua frente e pegando a bandeja delicadamente de sua mão.

_ Tá ok. – ela disse sorrindo.

Nada melhor do que aquela desculpa para eu poder interromper a conversa dos dois sem parecer inconveniente, estava curioso para ver como estavam lidando depois do atrito pelo qual passaram, estava com saudades de Vini e queria muito passar o máximo de tempo com meu filho que agora me aceitava, não iria aguentar ficar esperando nem mais um minuto eles descerem. A porta estava entreaberta e do ângulo que eles estavam deu para ver perfeitamente que se abraçavam, era um momento muito lindo e eu não queria estragar, mas os olhos de Vini sobre os óculos se abriram e me viram ali os olhando, ele se afastou rapidamente envergonhado e não demorou muito para que Aquiles também me visse.

_ Ah... Desculpa gente, não quis... ah... – Tamanho era o meu constrangimento. Quase deixei a bandeja cair.

_ Tudo bem pai. – ele disse vindo abrir a porta. – entra aí.

CAIO: Vencemos O Mundo (Romance Gay - LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora