Eu tenho apreciado cada vez mais ser “estranho”,
Parei de discordar, não hei de franzir o cenho,
Ando me gastando menos que um mínimo salário.
A arte de calar enquanto a multidão urra,
Não se rotular ao ordinário,
Sendo justo com meu ouvido.
É bem verdade que “toda unanimidade é burra”,
A vida dos outros, privada, comédia, é como ela é,
Mas eu posso sorrir sem tomar partido,
Ter uma cética fé, ler o jornal, tomar um café,
Caminhar seguro que me levo comigo,
Sendo leve, alquimista do Eu, me elevo.
Fazendo do tempo um velho amigo,
Dando o peso que quero ao mundo,
Porque viver estava se tornando difícil,
Essa porra tenta te levar para o fundo,
Chega, antes de mim muitos já serviram de sacrifício.
Assim, a cada observação equivocada da minha estranheza,
Respondo com um “muito obrigado”, um sorriso e uma certeza.
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Transtorno Poético
PoesiaPoesia patológica, verso subversivo, sob o crivo do enredo. O poeta tenta apreciar a vista, ele não é atração, tampouco artista, sofre disso.