Andrea's Point Of View
- Vamos a praia? - Pergunto a Miranda assim que terminamos de tomar nosso desjejum. Donna e as outras iam ficar bastante ocupadas com o casamento então é melhor irmos aproveitar a ilha.
- Vamos, pedi para deixarem um iate a nossa disposição.
- Eu acho que virei amiga da Donna errada. - Tânia comenta recebendo um tapa de Donna fazendo até mesmo Miranda rir.
- Quer trocar? Essa é muito rabugenta. - Entro na brincadeira. - Agora, Donna, me conte. Esse é seu cabelo natural? - Pergunto encarando Miranda que revira os olhos.
- An-dre-a, eu não irei te mostrar meu cabelo natural, eu não pago uma fortuna nele pra isso. - Miranda intervem antes que Donna responda.
- Ela amava o cabelo dela, fazia diversos penteados, deve saber fazer todos os tipos de tranças. - Donna conta.
- Diferentes épocas da vida. Ele me deixava com ar de inocente e frágil, se eu trabalhasse nesse ramo assim seria comida viva. Você bem sabe o que passou por ser tão gentil e usar suéter. - Faz um careta ao falar do suéter.
- Você fazia questão de me julgar com o olhar todas as vezes que eu entrava na sua sala e conseguia ser pior que qualquer uma das "clacks" que ficavam falando de mim pelos corredores.
- "Clacks"? - A amiga de Sophie questiona.
- O barulho do salto das funcionárias do Elias-Clark batendo no chão. - Dou de ombros.
- O papo 'tá bom, mas tenho que olhar alguns preparativos do casamento. - Donna diz se levantando.
- Vou pedir para subirem com o carro que pedi para descer a ilha, sem chances de entrar nessa cúpula de tétano que a Donna chama de carro.
- Ei! Não fale assim do meu carro!
- Aquilo é um carro. - Aponta a Land Rover Discovery branca. - Ou o melhor que conseguiram pra essa estrada de última hora. - Da de ombros analisando o carro. - Ótimo, eu tenho pelo menos um funcionário competente nem precisei chamá-lo. Vamos, An-dre-a, há um iate nos esperando para passear em volta da ilha. - Diz colocando os óculos escuros.
- Eu não me importo de deixar o casamento de lado pra conhecer melhor a tia da Sophie. - Uma das amigas de Sophie diz e a outra rapidamente concorda fazendo-me rir.
- Parem de ser interesseiras a gente em muito o que fazer hoje. - Sophie fala revirando os olhos.
Depois das breves despedidas, Miranda e eu descemos a ilha para o iate que ela havia solicitado para nós. E pra minha surpresa ela mesma que iria pilotar, queria que fosse algo só nosso. Fui ao seu lado conversando aleatoriedades, mas Miranda parecia tensa. Logo chegamos ao lado deserto da ilha, Miranda, parou que fizéssemos uma caminhada, disse que iríamos a um lugar especial e eu estava estranhando cada vez mais, pois ela estava meio pensativa e calada durante o trajeto. Paramos pouco para tomar água e para que eu pudesse fazer algumas fotos da paisagem, porém pouco conversamos até chegarmos ao topo de uma montanha com uma vista de tirar o fôlego. Eu nem mesmo lembrava do cansaço da subida ao olhar o horizonte, era incrível como cada canto dessa ilha tinha uma vista especial.
- Esse é o ponto mais alto da ilha. - Miranda comenta.
- É lindo demais. - Suspiro fundo envolvida por aquela paisagem e pela energia daquele lugar.
- Andrea eu te trouxe aqui, pois eu queria ter o universo de testemunha do meu amor, e aqui é o mais perto do infinito que chegaremos. - Diz olhando a imensidão do oceano antes de voltar os olhos para mim. - Bom, eu pensei em como iria fazer isso de tantas formas possíveis e nenhuma parecia ser boa o suficiente, como você sabe eu não sou muito boa em expressar sentimentos, então eu vou falar com o coração. Andrea, você é como caos que chega e devasta tudo por onde passa, devastou meu peito, mas me fez teu jardim, me cultivou, me plantou flores, se fez em mim. Você me trouxe a calmaria de um amor caótico e me trouxe o seu caos. Eu te notei, no meio de todos caos que a vida é, te notei, não como um pequeno acaso, mas como o maior deles. Eu te notei em cada pequeno detalhe, cada pequeno gesto. Eu te quero agora, te quero amanhã, te quero depois. Eu quero lembrar você, falar de você para minha família, tanto que percebam o meu amor em minhas palavras. Eu te quero. Eu quero você para mim, quero te cuidar, me enrolar nos teus cabelos. Te dizer toda noite o quanto te amo e sou grata por te ter ao meu lado. Dessa vez eu quero fazer tudo certo, sem pressa, sem perder nenhum passo, então, Andrea Sachs você me daria a honra de ser sua namorada? - Pergunta por fim fazendo-me e eu apenas conseguia chorar de emoção. Miranda tira uma caixinha vermelha da Cartier do bolso para logo em seguida abrir revelando um lindo colar de ouro que o pingente era duas alianças entrelaçadas. Me viro segurando meu cabelo e a mesma coloca o colar em mim logo depois depositando um beijo em minha nuca fazendo-me arrepiar. Volto a me virar para ela encontrando seus olhos ainda mais claros por estarem marejados.
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That's All
Roman d'amour"Está é a história não contada do que aconteceu após eu ter deixado La Grand Priestly sozinha na semana mais agitada da moda em Paris. E o que nunca ninguém ousou saber sobre o que me levou a fazer aquilo. Vocês viram o exterior dos acontecimentos...