001

26 4 0
                                    

LIAM

- Tens mesmo que ir embora? – passei a minha mão pela bochecha dela carinhosamente. Ainda não nos tínhamos despedido e já estava a morrer de saudades.

- Sim... Sabes que não consigo ficar aqui mais tempo... - murmurou ela.

Olhei-a com o coração apertadinho. Não sabia quando é que voltaria a ver aqueles olhos castanhos amorosos, quando é que iria voltar a abraçá-la. Percebia que ela quisesse afastar-se de Londres mas não conseguia aceitar que isso implicasse deixar de ver a minha melhor amiga por tempo indeterminado.

Abracei-a com força afagando-lhe o cabelo.

- Prometes que vamos falando? – perguntei-lhe.

- Prometo – ela sorriu-me – Sabes que nunca iria ser capaz de passar tanto tempo sem falar contigo.

Sorri também e abracei-a novamente. Uma voz pelos altifalantes anunciou o voo dela em vários idiomas.
Senti os meus olhos a picarem. Não queria dar parte de fraco, porque não a queria deixar ainda mais triste. Eu sabia o quanto lhe custava deixar Londres.

- Vemo-nos em breve, okay? – perguntei, talvez para aliviar o ambiente.

- Sim, está combinado! Eu vou a Portugal na mesma altura do concerto por isso vemo-nos lá.

- Vais a Portugal? Não me tinhas dito nada... - comentei, surpreendido com a sua decisão.

- Sim, os meus pais vão lá, ver a família e tal. Eu vou lá ter com eles também para conhecer um pouco a cidade do meu pai.

- Isso é fixe! Então espero que vás ao nosso concerto.

- Claro que sim!

Sorri e puxei-a para mim, abraçando-a já cheio de saudades. Estavamos em fevereiro, e o facto de ela dizer que nos víamos em Portugal, em julho, significava que ela não tencionava voltar para Londres antes disso.
A voz do altifalante voltou a chamar todos os passageiros com destino a Nova Iorque e nós desfizemos o abraço.

- Boa viagem – disse-lhe, sorrindo para tentar disfarçar a tristeza que sentia – Liga-me quando chegares.

Ela só me sorriu de volta, pegou na sua mala e afastou-se. Eu continuei especado a vê-la afastar-se pelo meio das pessoas, em direção à porta de embarque. Não esperava que ela olhasse para trás, porque sabia que ela não o faria. Assim que ela entrou e eu deixei de a ver, suspirei e dirigi-me para a saída do aeroporto.

JENN

Não voltei a olhar para trás, porque sabia que se o fizesse as saudades só iam aumentar. Eu detesto despedidas. E não queria ver o ar triste do Liam, e não queria que ele ficasse ainda mais preocupado comigo.
Entrei no avião e depois de arrumar a mala sentei-me no meu lugar, que por sorte era à janela.
Só então dei alguma atenção ao telemóvel, e percebi que tinha imensas chamadas não atendidas e mensagens do George, do Jaymi, do Harry e do James. O meu coração disparou quando vi todo aquele spam e decidi ignorar tudo, desliguei o telemóvel e guardei-o no bolso do casaco.
Sentia-me tão cansada que só queria conseguir dormir durante as nove horas de voo.

LIAM

Conduzi até ao estúdio da Mercury Records e, depois de muito esperar para conseguir estacionar o carro, saí e dirigi-me para o edifício. Assim que entrei perguntei pelos The Vamps e indicaram-me o estúdio onde eles estavam a gravar o novo single que seria lançado ainda este mês, segundo o que a Jenn já me tinha dito há algum tempo.
Entrei no elevador e em pouco tempo percorria já o corredor à procura do estúdio onde eles estariam. À medida que avançava só me sentia ainda mais revoltado. E por um segundo cheguei a ter medo da minha reação quando visse o James à frente. Estava tão irritado que me sentia capaz de bater em algo ou em alguém. E, ironicamente, o meu subconsciente atirou que o James até merecia um murro ou dois. Abanei a cabeça bruscamente para afastar pensamentos estúpidos e parei em frente da porta que a rececionista me tinha indicado. Respirei fundo, com os punhos cerrados, e bati à porta. Ouvi vozes vindas de lá de dentro, e passos. A porta abriu-se e do lado de dentro surgiu a cabeça do Bradley Simpson com o seu cabelo castanho engraçado. Ao ver-me, afastou-se e deu-me espaço para entrar. Cumprimentei-o tentando retrair a minha irritação e logo avistei o Connor, que estava sentado numa cadeira com um baixo a tocar umas notas com um caderno à frente. Assim que me viu fez a mesma expressão preocupada de Brad.

want you backOnde histórias criam vida. Descubra agora