Um Príncipe do Natal

Prólogo

História escrita e postada no meu perfil no spirit.

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Boa leitura!

Mais uma primeira manhã de dezembro, como muitas outras vividas naquele castelo, o cômodo grande e mobiliado com riqueza era iluminado somente pela fresta que surgia entre as pesadas cortinas, lá fora a brisa era fria, levantando pequenos flocos de neves, o pouco barulho dos pássaros, os passos quase silenciosos dos criados, a cama aquecida grande e confortável, digna da realeza, literalmente.

Era assim que Adrien acordava há alguns dias,  depois de fugir do pai durante alguns meses, precisou voltar para o seu país, a França, mais um dia que teria que ouvir sobre a política e economia do país, não era de tudo ruim, ele de certa maneira gostava, principalmente, quando conseguia tirar algum aproveito da sua posição e ajudar alguma causa que acreditava. A parte difícil era o olhar do pai, aquela expectativa fria, que tornou-se insuportável desde sua chegada, desde que a ideia de que o filho não poderia subir ao trono sem mostrar a maturidade para tal, sem uma esposa ao seu lado.

Francamente, eles não estavam no século XV, ser da realeza em pleno século XXI deveria banir esse tipo de situação deprimente como um casamento arranjado, não que ele fosse se prestar a esse papel, mas o pai como rei e todo soberano, queria que sua vontade fosse feita e que a festividade do natal aquecesse o coração do jovem príncipe que poderia cair de amores pela princesa Tsurugi, como se ele já não a conhecesse, lembrava da menina de 14 anos, tão recatada que quase não tinha expressão, só sabia mostrar qualquer emoção quando tinha uma espada em mãos, mesmo que 6 anos depois, Adrien duvidava que a menina provocaria qualquer reação apaixonada nele.

Ele mal tinha feito 21 anos, não entendia essa necessidade absurda de conhecer alguém, de firmar um compromisso, entregar a vida dele a alguém por política, para uma união de reinos? Para uma unificação? Besteira.

Antes que pudesse levantar da cama, a porta do quarto foi aberta com delicadeza , mas o andar do Rei era firme.

– Você não deveria estar na cama, já está tarde.

– São exatamente... – Adrien olhou para o relógio. – 7 horas da manhã, não parece tarde para mim. - Adrien deu um sorriso debochado enquanto se espreguiçava.

Gabriel fez um aceno para quem quer que estivesse do outro lado da porta, que foi fechada, virou para o filho e puxou uma cadeira para perto da cama.

– Não vou discutir com você, está muito cedo para isso agora.

– Nisso concordamos. – Adrien se levantou da cama afastando-se do pai e abrindo as cortinas da sacada.

– Adrien, eu falei sério, o convite já foi feito e a princesa chega em dois dias.

– Pensei que o convite era para o natal e não para passar o mês.

– Se tudo der certo e sei que vai. – Gabriel disse com tamanha certeza que fez Adrien lhe dar as costas mais uma vez. – Esse será o lar dela e seria ótimo passar dias conhecendo tudo.

– Esse será o lar dela caso ela decida abandonar seu trono, de outra maneira não imagino porque uma rainha viveria em outro país.

– Estou falando sério com você, rapaz. – Gabriel levantou e andou até o filho, colocando a mão em seu ombro e o virando. – Ela é perfeita, uma união vai nos tornar mais fortes. Você será um perfeito príncipe com ela, lhe fará a corte.

Adrien não aguentou e caiu em uma gargalhada profunda, que o levou a dobrar a barriga e a abraçar com um dos braços.

– Isso não tem nenhum propósito. Não vou fazer isso, não vou casar com ninguém aos 21 anos, tenha santa paciência.

– Você não precisa casar agora, vocês podem noivar.

– Não vai acontecer.

– A sua mãe...

– A minha mãe gostaria que eu encontrasse a garota certa. – Adrien fuzilou os pais, os olhos verdes se tornaram duros.

– Kagami Tsurugi é a garota certa. Eu sou o rei e digo que sim, agora se apronte e vamos dar continuidade às tarefas do dia, você vai me acompanhar. Você têm 20 minutos. Seja um príncipe! – O pai disse antes de sair pela porta do quarto com o queixo levantado.

– Claro, um príncipe perfeito, um príncipe do natal.