Capítulo 7

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Boa leitura ♥️

Sem escolha, ajoelhou-se no chão tentando juntar a terra com as mãos, sem perceber outro par de mãos se juntou as suas, quando levantou os olhos, Adrien estava sorrindo.

Oi, Marinette! Dessa vez não foi em mim que você esbarrou, né?

O susto fez com que a garota batesse com uma das mãos em cima do montinho de terra que já tinha conseguido juntar, espalhando-os novamente e jogando até alguns na direção de Adrien.

– Desculpa, meu Deus, eu sou tão desastrada, desculpa, você... O senhor, ai. – Marinette desesperou-se. – Desculpa.

– Ei, calma! – Adrien pegou nas mãos delas que já tentavam reunir a terra novamente. – Vem, levanta, deixa isso aí.

Marinette não sabia se olhava para a terra, para os olhos dele, o sorriso de canto ou para as mãos unidas, ambas sujas.

– Eu sujei sua mão e a sua blusa!

Finalmente, Marinette percebeu algo além da obra que formava o belo rosto e que Adrien usava uma camisa social branca, dobrada até os cotovelos, que já se encontrava com algumas manchinhas de terra e até algumas folhas. Ela quis rir, mas não conseguiu porque estava hipnotizada, ele nunca ficava feio?

– Não, eu sujei minhas mãos e minha camisa, vem, vamos limpar isso.

Marinette deixou ser guiada, ainda de mãos dadas com o loiro, até uma espécie de pia, ele abriu o registro e fez uma reverência a Marinette que só soube sorrir.

Ambos lavaram as mãos e as secaram em uma toalha que estava posicionada ao lado em um suporte.

– Então, gosta de passeios noturnos? – Sabia que não deveria soar malicioso, mas não conseguia evitar.

– Depende da companhia. – Marinette respondeu também maliciosa, mas logo percebeu com quem falava e corrigiu-se. – Eu quis dizer, que bem, sabe? Depende do passeio, eu vi a estufa mais cedo e fiquei curiosa, desculpe, alteza.

– Você precisa parar com isso, agora há pouco me chamou de senhor, eu não pareço assim tão velho ou pareço? – Adrien passou uma das mãos pelo rosto liso e Marinette o olhou com uma cara abobada. – Quantos anos você tem?

– Ah, eu tenho 20.

– E eu 21, logo, nada de me chamar de senhor, na verdade, preferia que você não me chamasse de alteza também quando estivermos só nós dois, pode me chamar de Adrien, não tente ser tão formal perto de mim. – Dizendo isso o loiro abriu um sorriso maior e fez um leve movimento com a cabeça para ela o seguir.

Eles andaram por alguns corredores cheios de flores e variados tipos de plantas que ela não saberia reconhecer pela folhagem. Porém diferente do que poderia parecer nada era uma confusão de cheiros, a atmosfera era suave e doce, a iluminação provinha da lua que parecia estar localizado exatamente no meio da estufa, e das demais lâmpadas estrategicamente colocadas, era mágico, como um jardim secreto.

– Eu estava replantando, algumas mudas cresceram e precisam de vasos maiores. - Adrien apontou para a mesa onde minutos antes estava trabalhando. – Quero começar a tentar cultivar morangos, mas vou esperar pelo verão!

– Ah! Um príncipe jardineiro? – Adrien levantou uma sobrancelha e a Dupain-Cheng corrigiu-se – Eu não te chamei de príncipe, apenas sua posição na cadeia social.

Marinette tentava falar mais informal, o que era mais fácil do que tinha pensado, não pela posição dele, já que isso nunca a impressionou ou a subjugou, mas pelo nervosismo que ele causava nela.

A forma como Adrien levou uma das mãos a nuca e deu uma leve passada pelos cabelos, os deixando arrepiados, o jeito junto ao semblante que parecia uma mistura de tímido e orgulhoso. Simplesmente fofo!

– Digamos que sim? Não sou tão bom. Aqui, deixa eu te mostrar como faz, isso se você você quiser... Você quer? – Adrien já posicionava um novo vaso com uma dúzia de ferramentas de jardinagem ao lado.

– Eu adoraria, mas não quero estragar nada. –Ela sabia que jamais poderia ser chamada de "menina do dedo verde", ano passado conseguiu matar um cacto que ficava a janela da sala, era vergonhoso.

– Eu faço com você. – O príncipe falou baixinho, posicionou-se as costas da garota, escorregou as mãos pelos braços dela, quase não tocando, apenas um roçar e parou. – Aqui dentro não está frio para um casaco, acho melhor tirar para não sujar.

Antes que Marinette pudesse pensar mais um pouco no tipo de situação que estava, tirou o casaco e deixou em cima de um outro maior que tinha num canto vazio da longa mesa, provavelmente o casaco dele. Logo voltaram para a mesma posição em que estavam antes, Adrien mostrava como soltar a planta do vaso, com cuidado colocaram terra no outro vaso para recebê-la, deixou que Marinette segurasse a plantinha, mas ele estava com as mãos logo embaixo das delas, assim que terminaram, ela virou sorrindo para ele.

– Não foi difícil. Confesso que estava um pouco preocupada em fazer algo errado...  – O sorriso estava crescendo até perceber como os rostos estavam próximos.

– Você têm sardas. – Adrien estava paralisado, mal tinha ouvido o que lhe foi dito, olhando para aqueles pontinhos no rosto da menor, que corou fortemente com a intensidade dos olhares. – E quando fica vermelha elas ficam mais evidentes, nossa, como eu não percebi antes?

– Você não teve motivos para reparar antes. –Marinette afastou-se sem graça.

– Nunca mais deixarei de reparar agora, elas deixam o seu rosto ainda mais bonito.

Adrien sabia que aquilo soava como um flerte, na verdade, ele estava flertando com a garota e aquilo era um erro para os seus planos, queria que ela o ajudasse a colocar um pouco de senso naquela situação com a princesa Kagami, e ali estava ele perdendo todo o juízo, mas ela era tão bonita e delicada.

– Acho que tenho que ir. – Marinette mantinha a cabeça abaixada. – Obrigada por me ensinar, eu gostei muito.

– Pode voltar quando quiser, estou sempre aqui a noite, adoraria ter companhia. – Adrien fez o convite de forma desejosa, esperançosa.

Marinette ficou sem fala por alguns segundos, apenas o observando, os cabelos mais bagunçados que antes, a camisa ainda com as mangas dobradas nos braços, as mãos abertas apoiadas na mesa, ele tinha lindas mãos, grandes, e droga, sempre que chegava no rosto dele e olhava para o sorriso e para aqueles olhos, sentia-se a criatura mais desprezível, não podia olhar pra ele assim, era um príncipe e estava, quase, compromissado com Kagami, aquilo era um erro.

– Gostaria de mostrar mais coisas, aqui é meu lugar preferido e você já é minha amiga, certo Marinette?

– Se a alteza assim desejar. – Ela já dava as costas, não podia mais ficar ali.

– Adrien. Não é desejo de um príncipe, apenas do Adrien. – Ele andou até ela e parou a sua frente se inclinando. – Boa noite, Marinette.

– Boa noite... – Quando percebeu que o rapaz se aproximava do seu rosto, fechou os olhos, sentiu um leve roçar em uma das bochechas, um pequeno beijo deixado ali. – Adrien.

Sem esperar ou olhar a reação do loiro, Marinette saiu aos tropeços da estufa, foi quando sentiu a corrente fria, pois o casaco havia ficado lá dentro, porém não poderia voltar, então correu rapidamente, não percebeu quando os jardim ficaram para trás e tornaram-se os corredores do palácio. Finalmente pode parar quando estava dentro de seu quarto e tão logo trancou a porta, onde encostou na pesada madeira e suspirou, levou uma das mãos a bochecha que ainda formigava e sentia os lábios macios ali e abriu um sorriso, aquele momento não se repetiria, mas seria o seu segredo.

Um Príncipe do NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora