«Nome»

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Era o sétimo dia, e Bakugou decidiu chegar mais cedo que de costume. Trouxe seu celular apenas para não entendiar-se tanto enquanto esperava.
Não que o som do oceano fosse ruim, de forma alguma, mas algumas músicas relaxantes não fariam mal algum, certo?

O que é o ser humano sem música, afinal?

Pode-se dizer que tinha um estilo musical bem diferente do que aparentava, pois as melodias que ouvia consistiam em algo mais “calmo” por assim dizer.
Não suportava barulho ao extremo.
Mesmo que gritasse alto demais e constantemente reclamasse de algo, quando estava sozinho, ou longe de lugares tumultuados e estressantes, ele era a pessoa mais silenciosa e pacífica do mundo.

Com Eijirou era assim. Era estranho, para falar a verdade. O ruivo era tão tagarela, extrovertido e positivo. Seu completo oposto e, ainda sim, quando ele estava por perto sentia uma paz inominável invadir seu ser.
Como isso era sequer possível?
Odiava pessoas barulhentas, mas o barulho do ruivo lhe acalentava.

Sua visão estava perdida naquelas belas águas oceânicas, tanto que nem percebera a chegada do tritão, quase caindo da rocha qual estava sentado quando este gritou para chamar-lhe a atenção.

— Ei, não grite caralho! — resmungou irritado por ter de ouvir barulho logo cedo.

— Sinto muito. — desculpou-se — Mas você não estava respondendo.

— Então me cutuca-se ou qualquer coisa do tipo — explicou — Só não grite — avisou, murmurando frustrado em seguida — Eu não suporto gritos...

— Oh, entendi — Eijirou abriu o sorriso compreensivo, deixando o loiro meio sem jeito. — Vou me certificar de não gritar mais, moço.

Katsuki manteve-se em silêncio por alguns segundos antes de deixar que as reclamações tomassem sua boca.

— Olha, você pode me chamar pelo meu nome. — Disse evitando fitar as orbes cor rubi do outro.

— E qual seria? — indagou inocente.

— Eu não disse? — Parou para pensar. Realmente não tinha dito, e nem ao menos sabia o nome do ruivo.
Conheciam-se há sete dias e não sabiam o nome um do outro!

— Não — soltou uma risada — Pois bem, vamos fingir que estamos nos conhecendo agora. Sou Eijirou Kirishima, é um prazer, moço. — estendeu a mão ao humano com o semblante aberto em um sorriso singelo.

— Katsuki Bakugou — hesitou por algumas segundos, mas logo apertou a mão molhada do outro.

— Katsuki... — repetiu o nome a fim de memoriza-lo — Tsuki. É um lindo nome! — direcionou outro sorriso desestabilizador ao loiro, que teve de esconder o leve rubor que formava em sua face.

— Eu disse para me chamar pelo nome, não me dar um apelido, idiota — resmungou, virando a cara.

— Mas Tsuki é um apelido muito másculo! — defendeu seu ponto.

— Tsc. — toda vez que ele repetia aquela droga de apelido sua pele ficava cada vez mais vermelha.

Mas não havia odiado aquele apelido. Era aceitável, e soava muito bem na boca daquele tritão. Então, deixou que o chamasse assim pelo resto da tarde, e acabou se acostumando.

Foi o primeiro apelido que fora incapaz de considerar ridículo.

. . .

The Redheaded Merman [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora