Após muita insistência de Mitsuki e Masaru, Eijirou aceitou ficar ao menos aqueles últimos dias na casa dos Bakugou, que possuia diversos quartos de hospedagem. Sua perna ainda estava se recuperando, e caso fosse para a água, estaria incapacitado de nadar, então a melhor escolha era ficar por ali.
Mesmo que doesse muito olhar para Katsuki e lembrar que não iriam mais se ver, de que não ficariam juntos. Doía, mas o que poderia fazer?Eram apenas nove dias.
Nove dias para o adeus, provavelmente, definitivo.
Ambos Katsuki e Eijirou não conversavam mais tão bem quanto antes, sempre trocando o mínimo de palavras o possível durante os dias, onde o loiro ajudou o tritão a andar e de certa forma o encorajando, mas sem ao menos sentir nenhum remorso sobre a situação.Bom, era o que parecia. Por dentro, Bakugou não parava de pensar no quanto não queria ir embora, no quanto queria mais tempo com o ruivo. Se remoía cada vez mais por dentro, aprisionando aquele sentimento para que Eijirou não o visse vulnerável daquela forma. Tinha que fingir que estava bem, não é? Era assim que deveria ser? Ou não?
Não sabia. Não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Tudo era apenas muito angustiante.
Algumas noites, por mais psicopata que parecesse, Katsuki ia ao quarto de hóspedes qual Kirishima dormia para assegurar-se de que o ruivo ainda estava lá, de que não haviam o levado.Era uma sensação terrível. Se apaixonar doía tanto daquela forma? Tomar as dores de outra pessoa e sentir o peito apertar com cada sorriso que ela não deu por estar triste? Era tão doloroso assim amar?
Odiava do fundo de sua alma a falta daqueles sorrisos que tanto adorava, que tanto lhe trouxeram conforto e que ajudaram-no em todos dias daquele mês. Sentia falta deles, tanto que vez ou outra olhava as fotos em seu celular, se lembrando daquele dia que ficou marcado em sua memória como uma boa lembrança em meio aquele mar de angústia.Não era nem de longe a mesma coisa e, infelizmente, não era tão reconfortante assim quando o estado emocional atual do dono daquele sorriso formado por dentes pontiagudos o contradizia completamente.
***
Então, o nono dia chegou e, coincidentemente, a perna de Kirishima já estava um pouco melhor.
Era o última manhã que teriam lá, a última vez que veria o tritão com cabelo de merda.— Animado para voltar, Kirishima? — Masaru questionou.
— Ah, sim... — respondeu sem muito ânimo.
O casal se entreolhou.
— Algo te incomoda? — a loiro perguntou.
— Não é nada — sorriu desanimado — É só que, não tenho para onde voltar exatamente — soltou uma risada forçada.
Todos ali sentiram o peso contido nas palavras do ruivo. Até mesmo Bakugou, que quase gritou para que o ruivo não fosse. Aquela família, naqueles nove dias, havia passado bastante tempo com o ruivo. Ele era uma figura agradável, tanto que conquistou os pais de Katsuki, que com certeza almejavam um filho gentil como aquele.
Mitsuki iria dizer algo, mas antes mesmo que abrisse a boca, Kirishima se pronunciou após deixar as talheres ao terminar o café da manhã.— É melhor eu ir logo, não quero atrasar vocês. — sorriu forçado novamente. Combinaram de ir até a praia se despedir de Eijirou, mesmo que ele insistisse que não era necessário.
Então, mesmo pesarosos, não resistiram, indo até a praia com Kirishima.
Era este o momento em que tudo acabaria. Exatamente onde tudo começou.
Katsuki nem pôde confessar-se.
Não pôde conforta-lo.
Não pôde fazer nada.Então Kirishima despediu-se de todos individualmente, inclusive o loiro, que foi o último.
— Obrigado pelo tempo que gastou comigo — sorriu forçado — Você é incrível, Bakugou. Nunca mais diga uma coisa daquelas — se referiu à frase que ouviu da boca do loiro na primeira vez que se conheceram.
Estalou a língua antes de responder.
— Não arrisque sua vida por coisas idiotas, seu idiota — tentou dar aquelas respostas que geralmente dá, mas parecia tão errado...
Abriu e fechou a boca várias vezes, buscando dizer alguma coisa sábia, algo que pudesse confortar o ruivo, mas nada saiu.— Então estou indo — viu o esforço de Katsuki, decidindo acabar com aquilo antes que aquilo doesse mais — Boa sorte.
E então deu as costas para Bakugou, se despedindo de todos com um aceno e rumando à praia.
Será que realmente não poderiam fazer nada? Nem aquilo que seus pais lhe propuseram?
. . .
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E o próximo capítulo é o último amores!
E vai ter um extra, talvez outro depois, não sei. Mas o primeiro já tá garantido, vou explicar como ele vai funcionar no último cap.
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The Redheaded Merman [Concluído]
Fiksi PenggemarKatsuki Bakugou, aos seus 17 anos, era um estudante frustrado e mal-humorado. Muitas de suas frustrações deviam-se às suas tentativas falhas de relacionamento amoroso, que acabavam em términos desastrosos e, consequentemente, o fazia descontar nas...