«Chegada»

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Atualmente

O esverdeado disse:
“Olha, Kacchan, você é muito bom na cama, mas não aguento mais. Sinto muito”

O bicolor disse:
Isso não está dando certo. Vamos terminar”

O loiro disse:
Cara, me arrependo de ter aceitado isso. Não tô mais aguentando”

E Katsuki disse:
Foda-se bando de covardes de merda”

Mas não era nem de longe o que ele pensava de verdade.

De todos seus relacionamentos, estes três foram os que mais o afetaram. Todos foram com pessoas que eram muito próximas, e que se afastaram logo após o término.
E com razão.
Katsuki negava, mas no fundo, sabia que era insuportável e que gritava demais, deixando as pessoas desconfortáveis.
Sabia disso, e ainda sim não conseguia mudar de forma alguma. Era estressado demais para mudar.
4 anos se passaram após descobrir - ou aceitar - que gostava de homens. E em todos estes quatro anos ele buscou namorar qualquer garoto que lhe parecesse atraente simplesmente porquê julgava melhor do que ficar sozinho.

Motivos egoístas.

Transou pela primeira vez com seu amigo de infância, a sensação foi ótima. Tinha certeza plena de que era daquilo que gostava, mas não se sentia confortável.
Era bom, mas ele não gostava de Deku. Aquele era o grande problema.

Aquilo era frustrante.

As aulas na renomada escola U.A. eram puxadas, portanto, estressantes. Um estresse absurdo que somado à pouca paciência de Katsuki, se transformava em uma bomba relógio, fazendo-o descontar seu estresse em tudo e todos, inclusive - e principalmente - em seus namorados.

Nunca se apaixonou de verdade, namorando pessoas apenas para conseguir satisfazer o desejo vazio de como é estar em um relacionamento.

E então, brigas e términos mais tarde, Masaru, pai de Katsuki, toma uma decisão. Via seu filho sempre chegar exausto e desanimado em casa, estudar sem parar, brigar com todo mundo, terminar seus relacionamentos da pior forma possível em semanas, o que com toda certeza o fazia chorar em seu quarto para que ninguém o visse.
Como sabia que o loiro era orgulhoso demais e nunca admitia que estava terrível, esperou que as férias chegassem para finalmente dar início ao seu plano.

Arrastar Katsuki para a Ilha.

*

Estavam jantando. Era o último dia de aula antes das férias, o que fez com que Bakugou finalmente suspirasse exausto e pensasse “Finalmente eu tô livre dessa merda”, mas não esperava pela revelação de Masaru.

— Filho, você está muito estressado ultimamente. — comentou preocupado.

— Foda-se. — ríspido como de costume.

— Foda-se o caralho, moleque. Respeita seu pai. — Mitsuki o repreendeu.

— Vamos fazer uma viagem, tudo bem? — o moreno voltou à sua revelação.

— Ótimo, estou livre de vocês, velho — comemorou sarcasticamente.

— Você vai também — Sua mãe declarou, sorrindo ao ver a cara de indignado de Katsuki.

— Mas que merda?

E nem adiantou berrar, ou ameaçar fugir de casa. Ele ia e ponto final.
Resistiu a viagem inteira, mas quando chegaram à ilha, foi inevitável não sentir a nostalgia que aquele lugar lhe trazia.
Apenas o som da floresta lhe envolvendo em uma calmaria tremenda.
E pensar que logo poderia rever aquela praia que tanto lhe acolheu. O som das ondas se quebrando, das gaivotas no céu, gostaria muito de poder desfrutar daquele lugar novamente. Essa vontade súbita surgiu após a chegada, o que, de certa forma, era estranho.

Mas por quê resistiu tanto afinal?

. . .

The Redheaded Merman [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora