Ficaram imersos em um longo silêncio, onde Katsuki teve que vergonhosamente ajudar o ruivo a banhar, retirando a parte de cima da roupa hospitalar e, consequentemente, tendo que tomar um banho também. Era estranho, pois Kirishima sempre passou a vida inteira na água, então aquilo participar de seu processo de limpeza era meio irônico.
A parte da cauda qual continha a bandagem estava para fora da água, para a bandagem não molhar e até agora se perguntavam como o machucando não tinha aberto com a transformação.Katsuki tentava não ficar muito próximo, evitando sempre olhar para o corpo ou olhos de Eijirou. Sentia o nervosismo lhe corroendo. E aquilo que haviam feito na sala de hospital? Eram amigos, apenas amigos... merda, nem nisso acreditava. Tanto que revelou tal condição ao meio-a-meio como forma de recusa-lo.
Mas não sabia se fora apenas o momento ou se Eijirou sentia o mesmo, ainda tendo aquela velha questão dele ser Katsuki Bakugou, aquele cara insuportável que ninguém merecia ter ao lado. Não queria transformar a vida do tritão em um inferno assim como fez com seus outros namorados, além do fato de que teria de ir embora logo e o ruivo não sabia disso. Teria que deixá-lo.Iria tentar tocar neste assunto alguma hora, pois um detalhe que não lhe foi explicado passou por sua mente e decidiu que seria assim que quebraria o silêncio.
— Por que foi pro fundo do mar? — perguntou baixo, visivelmente curioso e irritado pelo descuido do ruivo.
— Talvez você me ache idiota se eu disser.
— Você ser idiota é um fato, Kirishima — usou seu nome de forma tão espontânea que se assustou.
— Bom, o colar havia saído de meu pescoço e eu percebi bem tarde... — levou as digitais ao colar cheio de pedrinhas vermelhas, fitando-as.
— Puta merda. — rosnou — Por que diabos fez isso? É só um colar! — rosnou irritado quase avançando no ruivo.
O corpo do tritão se tensionou.
— Nunca tinha recebido um presente. — respondeu apertando o colar — E achei que fosse ficar bravo caso eu o perdesse.
— É claro que não, idiota. — ainda não havia olhado para a cara do ruivo.
Kirishima mordeu o lábio para não sucumbir a vontade insana de chorar. Seu peito doía, seus olhos ardiam, sua boca tremia com tanta contenção. Seria másculo chorar por ter medo de que Katsuki se afastasse de si? Não sabia a resposta, estava perdido, sendo atormentado por suas próprias paranoias.
— Sim, eu sou — a voz acabou saindo trêmula demais, o que despertou o loiro, fazendo-o levar seu olhar ao tritão.
Ficou assustado. Não imaginou que aquele simples xingamento que usava em seu cotidiano fosse afeta-lo.
— Ei... - se aproximou novamente — Não chora... — seu peito apertou ao ver as lágrimas do outro derramando.
— Tsuki, eu... — abriu e fechou a boca várias vezes antes de continuar — Eu gosto de você - suspirou - mas você vai se afastar, não vai? Vai ir embora, todos sempre vão...
Bakugou queria dizer que não iria, queria muito mesmo, mas mentir iria apenas piorar tudo e adiar o inevitável também. A possibilidade de ter que deixar o garoto fazia seu peito doer, fazia todo seu corpo tensionar, a ansiedade acelerar seu coração, mas aquilo não podia ser impedido. Tinha que terminar o ensino médio, se graduar e seguir sua vida, que seguir seus sonhos. Então parou de prolongar a incerteza na mente do ruivo.
— Desculpa Eijirou, mas eu vou.
. . .
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Redheaded Merman [Concluído]
Fiksi PenggemarKatsuki Bakugou, aos seus 17 anos, era um estudante frustrado e mal-humorado. Muitas de suas frustrações deviam-se às suas tentativas falhas de relacionamento amoroso, que acabavam em términos desastrosos e, consequentemente, o fazia descontar nas...