«Retorno»

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Após uma noite mal dormida, acordou mais disposto, aprontou-se e tomou apressado o café da manhã antes de correr para a praia como se sua vida dependesse disso.
Apertou o passo quando foi capaz de avistar as águas oceânicas, correndo como se nada pudesse pará-lo.
Chegou cedo demais, portanto, Eijirou não estaria lá, ou era o que pensara até chegar perto da rocha onde ficava e avistar uma cabeleira ruiva.

Aproximou-se, notando que o garoto estava de olhos fechados, dormindo apoiado na pedra.

— Não me diga que você ficou esperando... — Bakugou indagou, mesmo sabendo que não receberia resposta. Por que o rapaz dormira ali?

Sua face serena era, de certa forma, reconfortante. Parecia uma criança inocente, se não tivesse supostamente a mesma idade do loiro. Era silencioso.

Bakugou respirou fundo antes de levar suas digitais ao rosto alheio a fim de acordá-lo.

— Ei, idiota. — chamou-o cutucando seu rosto e mexendo em suas madeixas.

— Hm? — gemeu incomodado pelo toque repentino enquanto abria seus olhos — ...Tsuki? — demorou para notar a presença do outro — Você não foi embora? — acordou de vez, gritando eufórico.

— Por que eu iria embora sem ao menos me despedir? — indagou confuso.

— Pensei que algo tivesse acontecido e você não pudesse mais voltar. — respondeu tristonho, abaixando a cabeça com receio de fitar o loiro.

— Você é paranoico demais — disse sorrindo irônico, mas no fundo, no fundo mesmo, tinha o mesmo receio.— Eu só peguei um resfriado e os velhos me prenderam em casa.

— Resfriado? Isso é ruim? Está bem agora? — o ruivo quase pulou da água inquieto.

— Tô sim, idiota — bufou — Não se preocupe — murmurou.

Eijirou até tentou insistir no assunto, querendo ter certeza absoluta que o loiro estava apto a estar ali conversando com si, contudo, o outro o ignorou, mudando de assunto e pedindo que o ruivo idiota contasse alguma história.

Não que admitisse, mas aquela preocupação toda o deixou feliz.
Fazia tempos que ninguém se preocupava tanto assim consigo – exceto seus pais – e provavelmente era merecido, visto que era uma péssima pessoa, mas ainda sim, ficou feliz.

. . .

The Redheaded Merman [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora