Desejo

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      Era noite quando Lucia chegou na casa de Gabriela, como Gabriela imaginava ela iria correr para lá assim que pudesse. As duas sentaram no telhado da casa, sempre faziam isto, era fácil, a janela do quarto de Gabriela tinha acesso. Deitadas sobre o telhado com travesseiros, Gabriela sentia agonia de Lucia, demoraram pra começarem a conversar, uma ou outra tinha que puxar assunto.
  Quando Lucia finalmente fala:
-Gab, oque você me disse mais cedo foi sério, eu fiquei remoendo aquilo o tempo todo, meus pais falavam comigo e eu não conseguia escuta los.

-Luci, eu devia ter falado quando aconteceu, mas algo tava errado, eu não queria que ele tivesse alguma punição. Eu senti empatia.

-Como se sente empatia por alguém que fez oque fez? Mesmo que você não tenha me dado detalhes, e francamente não desejo saber os detalhes, você teve empatia! Eu não compreendo como?

-Eu não sei, havia lido a um tempo sobre uma síndrome onde pessoas acabam criando laços afetivos com quem o abusa. Seja violência, roubo, sequestro.

-Então você acha que seja isso?

-Acredito que sim, Luci eu desejo muito que ele pague. Mas eu sinto algo e temo vê lo, entende? Eu sinto que, algo aqui borbulhe.

-Gab, isso é serio!  Não é brincadeira, porquê não abre uma queixa? Esses crimes não caducam.

-Eu não quero. Por isso escondi de todos, eu sonho com aquela noite é torturante. Quero que ele pague mas eu desejo fase lo pagar.

-Por isso surtou em casa, nossa eu mantive relações com ele por um tempo, mas quando comecei a frequentar a sua casa sua irmã estava lá, esse de ter sido o motivo de nunca ter tentado algo.

-Ele tem uma irmã?

-Sim pelo que percebi são somente os dois, ela separou a pouco tempo e é bem pirada, até mais doque eu.

-Existe?
(Risos)
-sim, ela.

-Onde ele mora? Pode me passar o endereço?

-Gab, não sei se devo, juro.

-Olha eu prometo que não vou correr perigo. Só quero me aproximar de novo, assim posso fazer ele ser pego em flagrante entende?

-Não sei se ele tentaria algo. Acho que, com a irmã lá nada vai acontecer.

-Só preciso me aproximar, o pior ele ja fez, oque mais pode acontecer? E acho que se alguém não fizer nada ele pode atacar outra, e outra, outra....

-Gab, não acho que ele seja um maniaco alguma coisa aconteceu.

-Lucia, tinha que ver como os olhos dele estavam sobre mim, era assustador.

-Não havia sinal de embriaguez?

-Não lucia ele estava bem. Tão bem que o cheiro dele era de shampoo.

-Não sei se isso é jeito de falar de um estuprador.

-Não, não é. O modo que ele abordou, ele ja fez isso antes, foi muito bem calculado.

-Eu estava transando com um maniaco? Minha nossa senhora.

-Ai, lucia você é engraçada.

-Faz assim, eu te ajudo a se aproximar, e depois é com você.

-Fechado.

Entre ele e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora